terça-feira, 3 de julho de 2012

A tatuagem

Capítulo 1o – Give me more love than I’ve ever had 

 

 

Chay e Sophia davam uns amassos pra lá de nervosos dentro do carro estacionado na frente da casa do Micael. Como o carro não tinha insul-film, quem passava podia vê-los, mas como sempre, não estavam nem aí! Arthur se aproximava com Melanie e quando viram os dois se agarrando lá dentro, ele sentiu que ela apertou a mão dele um pouco mais forte. Arthur então deu um beijo no topo da cabeça dela, em sinal de conforto.
Quando os dois chegaram mais próximos ao carro, Sophia e Chay já saíam de lá com sorrisos de coringa que parecia até que foram rasgados ali e com algumas sacolas nas mãos. Os dois casais pararam do lado do carro e se cumprimentaram. Chay ficou surpreso ao ver os outros dois de mãos dadas... Os quatro sorriam, mas o sorriso de Mel era só pra não chorar. ‘Chorar pra que? Só rindo mesmo!’ falava consigo mesma em pensamento.
- AH, VOCÊ NÃO VAI RETIRAR O QUE DISSE? – eles começaram a ouvir os gritos de Micael dentro da casa – ENTÃO EU VOU JOGAR FORA A SUA CANECA PREFERIDA! – Micael pegou em cima da mesinha da sala uma caneca de porcelana rosa e branca decorada com o desenho de um gatinho e o nome ‘Lua’ escrito. Depois correu até a janela da sala e estendeu o braço segurando a caneca pra fora, enquanto continuou olhando pra dentro, ou melhor, pra reação da Lua.

- HEY! DEVOLVA MINHA CANECA, BORGES!

- ENTÃO RETIRA O QUE DISSE BLANCO!

- NÃO RETIRO! E QUER SABER?! PODE JOGAR FORA, FOI VOCÊ QUE ME DEU MESMO... VOU CORRER NA COZINHA E PEGAR A SUA PRA JOGAR TAMBÉM!

- ÓTIMO – ele disse e jogou a caneca sem nem olhar pra fora. Por um azar, ela foi parar na cabeça do pobre Chay, que caiu na mesma hora.

- CHAY! – Soph gritou, fazendo Micael olhar pra fora.

- MINHA NOSSA! – ele levou as mãos pra trás da cabeça vendo o amigo caído.

- Que foi Micael?! – Lua correu pra janela – OMG! Vamos lá pra fora! – e puxou o primo, que estava em estado de choque.

Melanie abaixou perto dele com uma mão tampando a boca e outra sobre o peito, muito assustada. Saía sangue da testa do garoto. A caneca estava caída perto dele e faltava um pedaço. Mel parou o olhar nela, percebendo que começava a ficar com a visão embaçada por lágrimas que se formavam. Não demorou muito e ela viu dois pés parando perto da caneca, olhou pra cima e era Micael desesperado.

- Ai meu Deus, o que que eu fiz?! Matei meu amigo!

- Calma Micael, não foi culpa sua, ok! – Soph o segurou pelos ombros mas também estava em pânico.

- Vamos levar pro hospital, vem Micael me ajuda a pegá-lo e botar dentro do carro. – Arthur falou já erguendo Chay pelos braços. Colocaram Chay no banco de trás e prenderam o tronco com o cinto de segurança do banco pra ele não ficar sambando. Arthur foi dirigindo e Micael no passageiro, as garotas ficaram em casa esperando, nenhuma tinha condições de acompanhar, estavam todas assustadas. Entraram na casa do Micael e ficaram na sala, de vez em quando alguma delas olhava pro telefone, esperando que Micael ligasse. Sophia precisou tomar água com açúcar. Ray desceu e se deparou com as meninas andando de um lado pro outro na sala.

- Hey, o que aconteceu? Estão querendo fazer um buraco no chão da sala do Micael e nem me chamaram? – ela brincou, mas as outras continuavam sérias.

- Você não ouviu nada? – Melanie se aproximou dela.

- Não, tava no banho... O que foi?

- E-eu tava aqui na sala com o Micael, a gente entrou numa discussão besta, pra variar, e ele pegou aquela minha caneca que eu trouxe lá de casa e atirou pela janela...

- E aí a caneca acertou o Chay que tava lá fora comigo, Arthur e Mel. Por pouco não foi em mim! – Soph completou entre soluços o que Lua dizia.

- E ele se machucou muito? Cadê ele?

- Micael e Arthur levaram pro hospital no carro dele. – Mel terminou de explicar e as quatro ficaram esperando juntas.

Quase duas horas depois e nada... As meninas já estavam dando ataques nervosos-ansiosos-agudos-suicídicos{?} e Lua já discava o número do celular do primo, quando viram o carro parar em frente à casa e foram todas abrir a porta.

Chay já não estava mais sendo carregado. Ele caminhava, apesar de parecer bastante sonolento e estar apoiado no ombro do Micael.

- Ele ta bem? – Melanie perguntou quando Micael passou com Chay pela porta. Arthur que vinha logo atrás começou a contar.

- O médico disse que ele vai ficar bem, só precisa de um repouso. Fizeram os curativos na testa, alguns exames e deram um remédio pra ele dormir.

- Ele vai passar a noite aqui, os pais dele já estão sabendo e concordaram desde que ele volte amanhã pra casa. Me ajuda aqui Arthur, pra subir as escadas! – Micael falou e foram deixar Chay no quarto dos pais dele, que era onde ele estava dormindo esses dias, já que lá a cama é grande.

Depois de ajeitar Chay na cama, os meninos desceram pra sala de novo e Arthur foi pra casa.

- Obrigado dude! – Micael se despedia dele com uns tapinhas no ombro.

 - Não por isso! Qualquer coisa me liga. Vou contar pro Pedro o que aconteceu, ele não deve estar sabendo ainda...
- Ok, vai lá... See ya! – ele fechou a porta e olhou para as meninas – Que acham de uma pizza?

Elas concordaram e cada uma foi pra um lado, Lua subiu pro seu quarto pra tomar banho e Mel fez o mesmo, Micael foi ligar pra pizzaria, Ray e Soph foram lavar alguns pratos pra eles comerem.

Uns vinte minutos depois, Ray estava no corredor dos quartos, próxima à escada encostada no corrimão. Esperava Mel sair do quarto, quando isso aconteceu ela sorriu.

- Oi Melanie!

- Oi...

- Erm... Quer dizer que você agarra o gostoso do Arthur e nem me conta?!

- Hum?



Lua estava dentro de seu quarto, (que é ao lado do da Mel) prestes a abrir a porta, quando escuta que estão falando do Arthur! Então ela cola seu ouvido na porta e continua ouvindo a conversa no corredor.



- Do que v-você ta falando? – Melanie gaguejou e ficou brava com ela mesma.

- Ah Mel! Pode parar de esconder! Eu te vi no maior beijaço com ele hoje! E aí? Como é o beijo Aguiar?

- Erm... – Mel engoliu seco, não sabia se desmentia ou não! Nem teve tempo de pensar nessa questão depois do que aconteceu com Chay. – É que eu não tava esperando... Mas você sabe né, rolou. Foi legal.

- Ai putz! Como assim, ‘legal’?! Você precisa me contar isso com mais detalhes depois! E não pense que vai fugir, huh!

- Ok. A pizza já chegou? To morrendo de fome! Vou comer e depois venho ver o Chay... – e Mel saiu de perto de Ray antes que perguntasse mais coisas. Ray também já ia descendo as escadas, quando Lua abriu a porta de seu quarto e soltou um ‘psiu’, Rayana olhou pra trás e Lu acenou pedindo que se aproximasse. Ela subiu alguns degraus que já tinha descido e Lua deu espaço para que Ray entrasse no quarto. Depois fechou a porta.

- Que foi Lu?

- Ah... Ray, desculpa eu ter escutado... Mas é que vocês conversaram aqui na frente e...

- Tudo bem Lua, eu já entendi. Então você ouviu né...

- Uhum. Você viu a Melanie e o Arthur juntos?

- É. Vai ser bom pra ela, esquecer o Chay, já que ele ta com a Sophia. Não é?

- É... – ela murmurou concordando em tom de desânimo.

- Lu?

- O que?

- Eu sei que você e o Arthur se conhecem desde antes e panz e que você já gostou dele, mas... Gosta do Arthur ainda?

- N-não, não... Eu... – ela negava sacudindo a cabeça rápido e nervosa.

- Ta, não precisa se estressar comigo, eu sei que a minha pergunta foi besta, já que você ta com o Micael!

Lua se sentiu gelar e deixou o queixo cair um pouco, mas quando ia responder, Sophia bateu na porta.

- Ow vocês duas, eu sei que estão aí! As pizzas já chegaram, desçam logo!

As duas desceram e se juntaram à Sophia, Mel e Micael à mesa.



Melanie fez como havia dito, depois de comer foi ver Chay, que ainda dormia pesado. Ela apenas entrou no quarto e deitou ao lado dele... Ficou observando como ele dormia tranqüilamente, parecia que estava tendo um sonho bom, a boca fazia quase um sorriso. E foi assim até que ela pegou no sono também.

Os outros, depois de comer, ficaram conversando na sala, mas não demoraram pra ir dormir. Lua já se preparava pra dormir, mas sabia que não ia conseguir tão cedo porque não parava de pensar em como as coisas sempre acabam iguais. ‘Arthur não muda. Definitivamente. Imagina só?! Pegando a Melanie assim do nada... Quer apostar quanto que amanhã no meio de uma conversa ele vai me contar isso? Igual quando a gente estudava... Eu queria que ele se explodisse! O quê?! Não posso ficar sofrendo por ele o resto da vida, né?! Ou você acha que não foi torturoso esse jantar? Ficar olhando pra Mel ali na minha frente, eu queria voar nela, dude! Na minha própria irmãzinha! Não me perdoaria se eu fizesse isso! Até porque ela não tem culpa e...’ Seus pensamentos foram interrompidos quando alguém bateu na porta do quarto. Ela secou uma lágrima que escorria pela bochecha, foi abrir a porta e Micael estava lá.

- Ué Micael, que foi?

- Oi, obrigado por me deixar entrar! – ele riu irônico, plantado na frente da porta.

- Bobo... Entra aí! – ela riu e deu espaço pra ele passar, fechando a porta em seguida.

- Desculpa ter jogado a sua caneca fora!

- Ta, eu também já tratei de quebrar a sua em mil pedacinhos e depois eu tava pensando em comprar um revólver, pra te fazer ajoelhar sobre eles! – ela falou e piscou, fez uma pausa e riu em seguida vendo a cara desesperada que ele fazia – Ok, parei de brincar!

- Você não seria capaz de acabar com a minha caneca como eu fiz com a sua. Prometo que compro uma nova!

- Beleza! Agora me desculpa por ficar te irritando, eu juro que não vou mais falar naquilo... – fez uma pausa e olhou pro teto – Mesmo eu tendo razão!

- LU!

- MICAEL!

- Você ainda vai insistir nisso?

- Se é verdade!

- Eu não sou a fim da Sophia!

- É sim!

- Não sou! Você ta querendo me atirar pra ela por acaso? E a gente?

- Como assim
e a gente, Micael? Você sabe melhor do que ninguém que esses dias a gente tem ficado algumas vezes, mas não quer dizer nada! – os dois discutiam baixinho, mas queriam gritar de novo.
- Não quer dizer nada? – ele a puxou por um dos braços fazendo os corpos quase se chocarem – Então vê aí se isso é nada! – beijou-a de repente, muito rápido, nem deu tempo pra Lua ter qualquer reação, então apenas se rendeu ao beijo intenso.

Micael sabia que estava se enganando, nunca esqueceu Sophia. Durante esses dias que ela estava lá na casa dele, foi quase impossível se comportar normalmente, toda hora tinha que dizer pra ele mesmo que não gostava mais dela... Uma forma que achou pra tentar se convencer disso, foi se aproximar da prima de outro modo. Eles nunca tinham ficado assim antes daquelas férias. Estava sendo conveniente para os dois acreditar que se gostavam de verdade e já tinham esquecido Sophia e Arthur, mas uma hora a ficha cai sempre.

À medida que o beijo ia avançando, eles iam caminhando com passos curtos e sem pará-lo. Lua sentiu a batata da perna encostando na cama e sentou puxando Micael pra cima dela. Eles se desgrudaram por um segundo pra Micael poder tirar a camisa, mas quando ele ia voltar a beijá-la, Lua teve um momento de raciocínio e o segurou pelo ombro.

- Espera aí dude... – ela disse meio ofegante, os dois estavam.

- Você não quer? Já ficamos algumas vezes e eu confesso que nunca pensei em você dessa forma, mas estou gostando!

- Pára Micael, você sabe que não ta certo! A gente se gosta, mas não é por aí, estamos juntos numa mentira! – Micael ouviu, suspirou, rolou os olhos, ficou em silêncio por um tempo e a encarou de novo.

- Está certo. Você tem razão. O tempo todo você tinha razão.

- Eu não disse! Admite Micael! Todo esse grude comigo é por causa da Sophia!

- É, é! O que você quer que eu diga?! E-eu, eu, sei lá! Assim que eu a vi naquela estação de trem, parecia que eu estava sendo levado por um furacão de memórias, depois de um tempo sem vê-la era como se eu tivesse esquecido tudo o que sentia, mas eu não esqueci porque senão num teria voltado, entende?

- Claro que eu entendo Micael!

- Quando ela começou a ficar com Chay eu achei que fosse ter um troço! E eu nem sei o que foi que me deu, você sabe que eu te amo! Só que não dessa maneira...

- Eu sei! Também te amo besta! – ela riu e bagunçou o cabelo dele.

- Começamos a ficar de repente, foi tão inesperado quanto uma chuva de verão!

- Culpa do aquecimento global!

- Pode crer!

- Acho que a gente meio que se usou simultaneamente.

- Me senti como um loser esses dias e acho que passei um pouco da minha loserice pra você! – e os dois sorriram. Depois encostaram as testas.

- Micael... Promete que vai enfrentar as coisas ao invés de ficar tentando fugir delas?

- Uhum! E você promete que vai se resolver com seu passado?

- Erm... Meu passado? – ela descolou a testa da testa dele e ajeitou a postura enquanto ele vestia a blusa.

- Quando eu entrei no quarto você tava chorando... O que aconteceu?

- Como assim?

- Eu sempre sei quando você chora, lembra? – ele sorriu e apertou aquele nariz que estava um pouco vermelho, ela rolou os olhos e respirou fundo.

- Não dá pra esconder nada de você...

- É que eu me preocupo com você Lu! Se você chora eu quero saber quem foi que causou...

- Foi você.

- EU?! QUE FOI QUE EU FIZ? – enquanto ele gritava, Lua ficou rindo.

- Brincadeira, quer dizer, de uma forma indireta, talvez.

- Han? Quer explicar?

- Se você não fosse amigo do Arthur, eu não teria reencontrado aquela praga da minha vida!

- Ahn... Mas o que foi que ele te fez?

- Nada. Só o mesmo de sempre. – ela começou a olhar pros lados e queria acabar com aquele assunto porque não gostava de ficar choramingando.

- Então... É aquele garoto que te fazia chorar porque pegava quase todas as meninas da escola né! Por acaso ele pegou outra menina de alguma escola? – ele fez Lua rir mas logo ficou séria.

- Não... Mas isso é passado! O que mais me surpreende é que ainda sofro se fico sabendo que ele pegou alguém! Tem alguma coisa errada comigo Micael, não sou normal! – desabou no choro e abraçou o primo.

- Calma, não é pra tanto... – ele alisava os cabelos dela, que permanecia com a cara enterrada no ombro dele. Depois de um tempo assim, ela se afastou um pouco e disparou a falar.

- É do mesmo jeito que você falou sobre Sophia, Micael! Voltou tudo, até a raiva de mim mesma por ser uma incompetente e medrosa. Me sinto exatamente igual a antes, sem forças pra chegar nele e dizer o que sinto, parece simples porque eu sei que ele também sente, mas ao mesmo tempo não quero ter o Arthur por um dia e perder...

- Eu entendo. Vai dar tudo certo, as coisas sempre se resolvem, você sabe!

- Obrigada por tudo, Micael! E desculpa ter ficado com você só pra ver se tinha esquecido o Arthur, mesmo sabendo que não.

- É, eu digo o mesmo...

- Hum... Então você também não consegue esquecer o Arthur, huh?

- NÃO! Digo... Ah, você entendeu! Digo o mesmo só que sobre Soph! – sorriram ao mesmo tempo que encaravam os pés.

- Isso não vai acontecer de novo, né?

- O que?

- Você sabe, a gente ficando, só pra se enganar...

- Não. Isso foi bom porque nós dois somos um casal irresistível! – ele estufou o peito e deu uma piscada – Mas... Não foi a atitude mais correta. Daqui pra frente nós seremos irmãos, pode ser?

- Pode mano!

- Ta bom então, já to indo! Eu to aqui no quarto da Melanie porque ela caiu no sono por lá mesmo com o Chay.

- Uhum... Ei Micael! Você nunca gostou desse quarto aí ao lado! Lembra? Quando você era criança dizia que tinha medo de dormir nele sozinho - Lua lembrava os tempos de infância e os dois riram.

- Verdade, depois que meu padrinho teve um infarto e morreu enquanto dormia lá dentro, passei um tempo sem encarar aquele quarto! – Micael falou e o sorriso dos dois foi desaparecendo devagar.

- Você gostava muito dele... E eu também!

- Sim... Ah, mas isso era bobeira de criança, não tem nada a ver com o quarto em si! – ele fez uma pausa e sua expressão começou a mudar – Aff, bela hora pra você me lembrar disso viu!

- AHAUHUA! Quer ficar aqui hoje? Não tem problema, eu posso invadir o quarto da Ray ou da Soph.

- Não, num precisa. Podemos dormir juntos, somos magros! Não somos?

- É, somos... Mas nada de gracinhas! Na primeira eu te ponho pra fora!

- Não vou fazer nada! Que mania de me julgar, acabei de dizer que somos como irmãos agora, cacete!

- Ta, ta... A gente dorme junto hoje. Só que tem uma condição!



xxx



You count 'em one, two, three

You look so cute when you get that mad

You drain the life from me, and it feels oh so good



The looks you give are so contagious

The way we move is so outrageous

Just let me in, wasting time, just let me in

Lets make it look right



Stay up and get down sleeps just time

Spent wasting time

So get down, get down

Lets make it happen all night





Chay ouvia essa música e ela vinha da cozinha... Quem será que estava ouvindo música na cozinha? Ele foi ver! Chegou lá e Melanie dançava de olhos fechados segurando uma colher-de-pau como microfone. Ela parecia não estar notando sua presença ali e num piscar de olhos a garota, que estava com todas as peças de um pijama, de repente ficou só com as pantufas do frajola, a calcinha, que ele pôde ver que tinha um desenho de um sapinho e a camiseta regata do pijama. Nem ele entendeu como de repente ela estava sem a calça, mas gostou do conjunto da obra! Ela se movia sensualmente fazendo ondinhas com o corpo e isso fazia Chay sentir os batimentos acelerando enquanto se aproximava. Depois, Mel derrubou todos os objetos que estavam em cima da mesa e subiu nela, continuando a dançar e cantar em seguida.



You're moving close, my pulse is racing

Wer'e getting close

Yeah i can taste it

I've never done it quite like this

So slow it down now, just slow it down



The looks you give are so contagious

The way we move is so outrageous

Just let me in, wasting time, just let me in, let me in



Stay up and get down sleep's just time

spent wasting time

So get down, get down

Lets make it happen all night





No meio da madrugada, mais ou menos 3 da manhã, Chay acorda do sonho que estava tendo. Dá de cara com Melanie, deitada de lado, virada pra ele. ‘Dormindo assim, parece a criança fofinha da mamãe!’ sorriu com o próprio pensamento e tocou o rosto dela de leve achando a pele mais macia que já pudera tocar, ajeitou o cabelo atrás da orelha e isso a fez acordar, ela abriu os olhos devagar e ficou feliz ao dar de cara com Chay sorrindo à sua frente. Tão feliz que abriu um sorrisão e pulou em cima dele pra abraçá-lo. Ficou com a cabeça enterrada no pescoço dele e sentia um alívio por ver que ele estava bem.

- Você matou a gente de susto! – ela falou já se afastando e dando um tapinha leve no braço dele.

- Nossa, desculpa por ter levado uma pancada, juro que foi sem querer! – ele riu irônico e ela sacudiu a cabeça.

- É sério Chay, entramos em pânico vendo sair sangue da sua testa! Se sente bem?

- Uhum... Vaso ruim não quebra fácil babe! E todos nós aqui somos vasos péssimos por sinal! Você viu o Arthur, rolou daquela ‘pequena’ escada e saiu ileso! – os dois riram mais um pouco, ele passou os dedos sobre o curativo na testa e pressionou de leve fazendo cara de dor – Dói um pouco aqui ainda.

- Tudo bem, o médico disse que não foi profundo.

- Hum... Acho que eu to com fome! – passou a mão pelo estômago fazendo uma careta, Mel riu e foi se levantando enquanto falava.

- Imaginei que você pudesse acordar no meio da madrugada, guardei uns pedaços de pizza. Estão lá no forno, vem! – ela chegou ao lado dele e estendeu a mão, ele sorriu e a segurou. Precisou de uma ajuda pra levantar e caminhar até a cozinha, pois estava ainda um pouco tonto. Enquanto ele comia pizza, ela pegou uma maçã... Os dois não conversaram durante esse tempo, ou melhor, não trocaram palavras, mas os olhares falavam por si só. De vez em quando Chay olhava pra ela e sorria, mesmo mastigando e Melanie retribuía igualmente.



- Hey, aonde você vai? – Chay perguntou baixinho quando chegaram no corredor dos quartos e Melanie caminhou em direção oposta ao quarto onde ele estava.

- Vou pro meu quarto... – ela respondeu no mesmo tom de voz, como se fosse óbvio.

- Ah não! Fica aqui! – e ele fez a carinha, aquela carinha de coelhinho da páscoa sendo assaltado que Mel não ia conseguir resistir se ficasse olhando, então desviou o olhar pra tentar ser mais durona.

- Mas e se a Soph for lá de manhã e eu estiver lá ainda? Ela vai pensar o que?

- Ela não vai pensar nada! A gente ta só ficando...

- Mas... mas ela vai ficar brava comigo depois!

- ‘Mas... mas... mas’ – ele a imitou afinando a voz e tentando rebolar – Não complica Mel! Ela não vai ficar brava, o que eu poderia fazer com você no estado em que estou? Anda vai... Faz o sacrifício de dormir ao lado desse moribundo!

- Menos Suede, você não ta moribundo! – Mel riu e foi caminhando pra mais perto dele.

- Isso é um sim? Você vai ficar aqui? – ele perguntou com cara de criança que acabou de ganhar um Kinder Ovo.

- É... – ela respondeu um pouco tímida.

- YEEEEE! – Chay soltou um gritinho e levantou os braços sem se tocar que ainda estavam no corredor.

- Shhh, vai acordar a casa toda! – Mel tampou a boca dele com uma mão e lhe deu um tapinha no braço com a outra mão. Os dois estavam em frente à porta do quarto e a poucos centímetros de distância um do outro. Melanie começou a ficar hipnotizada com aquele olhar sobre ela e foi tirando lentamente a mão que ainda tampava a boca do menino, mas ele segurou o pulso antes que ela terminasse de abaixar e deu um beijo delicado nas costas da mão. Numa fração de segundo, um choquinho gostoso percorreu todas as veias da menina e como se isso não bastasse, Chay chegou bem perto da orelha dela e sussurrou um ‘Obrigado’. Melanie sentiu um friozinho percorrer toda a espinha dela até chegar na nuca.

- Imagina, Chay – ela respondeu com a voz falha. Os dois continuaram assim bem próximos, até ouvirem um barulho dentro de algum dos quartos. Afastaram-se num susto e entraram no quarto... Mel estava sem graça ‘Não faça nada com ele! Não chega perto, não olha, não toque nele Melanie! Sendo sério ou não ele ta com a Soph e eu não posso ser tão falsa amiga assim! Tipo vilã de seriado adolescente!’ ela pensava.

- Não vai apagar a luz amor?! – Chay falou com uma voz gay, já deitado na cama e a fez acordar dos pensamentos.

- Claro mona! – ela sorriu, apagou a luz e se deitou como antes, de frente pra ele, mas não muito perto, tinha medo de perder o controle da situação com aquele sorriso de orelha à orelha que ele tinha estampado no rosto.

- Você já chamou alguém com um sonho? – ele perguntou de repente com uma voz baixinha que fez eco na cabeça dela.

- Não, por quê? – ela respondeu estranhando a pergunta.

- Você vai rir... E pode não acreditar! Mas você tava no meu sonho agora há pouco! E aí quando eu acordo você ta aqui na minha frente! Sabe, isso foi... UAU! – ela não pôde deixar de sorrir ouvindo aquilo, lembrou que ele parecia feliz quando dormia, será que foi na hora do sonho com ela?

- E eu fazia o que no sonho? – ela perguntou depois de um tempo sorrindo.

- Estava ouvindo uma música. – sim! Ele escondeu alguns detalhes...

- Que música?

- Conhece The Maine? Count 'Em One, Two, Three.

- Uhum, gosto de The Maine e dessa música, mas ainda prefiro Plain White T’s... – ela afirmou de olhos fechados e sorriu, não demorou a dormir e ele também não, estavam com sono.





- Como será que o Chay está?

 - Dormindo numa casa cheia de meninas? Deve ta ótimo! – Arthur respondeu a pergunta de Pedro. Dez horas da manhã e os dois já estavam na frente da casa do Micael. Pedro segurava uma filmadora, queriam acordar o Chay e quem mais estivesse dormindo na casa! Como a porta estava fechada, eles foram entrar pela janela da sala, que viram que estava aberta.
 - Ainda bem que não somos assaltantes Cara! – Pedro comentou enquanto terminava de pular pra dentro, Arthur já estava lá.
- Sorte do Micael... Mas do jeito que ele é relaxado e deixa isso aqui aberto, não vai demorar!

Os dois foram caminhando devagar e ao chegar no corredor cheio de quartos, sorriram um pro outro vendo que todos eles estavam com as portas fechadas, ou seja, provavelmente todos dormiam ainda, um prato cheio para duas crianças felizes com uma câmera na mão!

 - Quem vai ser a primeira vítima? – Pedro perguntou com um sorriso maligno.
- O Chay! – Arthur respondeu com o mesmo sorriso e esfregando as mãos – A câmera já ta ligada dude?

- Já, desde que a gente tava lá fora ainda!

- Perfeito! – eles conversavam baixinho enquanto se aproximavam devagar da porta do quarto onde Chay ficou, mas ao passar pela porta do quarto onde Sophia estava, foram surpreendidos pela garota, que abriu a porta.

- Eii! O que vocês dois fazem aqui? – ela perguntou baixo, porém um pouco irritada.

- Que susto garota! Só porque você ia ser a próxima vítima! – Arthur dizia como se estivesse inconformado.

- Hum? Vítima? Estão falando de quê?

- Ele quis dizer a próxima a ser acordada... – Pedro esclareceu – A gente tava indo acordar o seu peguete!

- Ahn...

- Vem, vai ser engraçado, estamos filmando! – Arthur a puxou pela mão com cara de sapeca.

Chegaram no quarto do Chay e Pedro abriu a porta devagar, Arthur e Sophia vinham logo atrás. Eles entraram em silêncio e fecharam a porta pra evitar de acordar os outros com as risadas. Quando olharam para a cama, se surpreenderam ao vê-lo abraçado a Melanie, ela dormia de barriga pra cima e ele com um braço e uma perna jogados por cima dela. Arthur olhou de rabo de olho pra Sophia mas ela não esboçou nenhuma reação, apenas passava os olhos pelos objetos do quarto, procurando por algo que eles pudessem usar pra assustar os dois. Sophia caminhou até a penteadeira e pegou um frasco de perfume, olhou pra Pedro e colocou o perfume ao lado do rosto, fazendo um olhar como de quem diz
olha só o que eu tenho aqui ! Pedro gostou da idéia e ela passou o frasco à Arthur. Os três se aproximaram da cama, Arthur tirou a tampa do frasco e mirou bem na cara do Chay... Pedro e Soph já soltavam risinhos abafados pelas mãos na frente da boca e Arthur começou a espirrar perfume nos dois, que deram um pulo e já levaram as mãos ao rosto.
- Mas que caralho! – Melanie dizia esfregando as mãos pelo rosto e tentando ficar sentada.

- Vocês são loucos seus merdas? – Chay também levantava sem acreditar naquela maluquice. Os outros três riam como hienas desmamadas!

Chay agora já ria da situação, mas quando viu Sophia, diminuiu um pouco o sorriso, afinal, tinha outra menina deitada ao lado dele! Sophia percebeu que ele a olhava um pouco tenso e piscou pra ele, que ficou aliviado, mesmo sem entender muita coisa e voltou a sorrir.

- Mel, caiu perfume no seu olho? – perguntou Chay preocupado vendo que a menina não tirava a mão de cima do olho.

- Acho que sim!

- Sério? Desculpa Mel! – Arthur já correu até ela meio desesperado e sentou na beirada da cama.

- AHHHH! – Mel gritou tirando a mão do rosto e começando a fazer cócegas em Arthur, que logo deitou se contorcendo e rindo.

- PÁÁÁÁRAA! – Arthur começou a fazer o maior escândalo porque Chay pegou o frasco de perfume da mão dele e começou a espirrar nos dois.

- Shhhh! – Sophia fez sinal pra eles diminuírem o barulho – Tem mais adormecidos pra gente acordar!

- Ela ta certa! Vamos procurar a próxima vítima! – Pedro concordou e se dirigiu com a câmera até a porta do quarto. Os outros o seguiram pra fora e quando chegaram no corredor, o próximo quarto seria o da Soph, mas como ela já estava entre eles, o próximo era o da Lua. Todos olharam pra porta do quarto de Lu e depois se entreolharam com aqueles sorrisos de gremilin malvado! Pedro foi do mesmo jeito que da outra vez e abriu a porta devagar, com o resto do grupo atrás dele. Agora a surpresa foi geral... Micael estava lá! A principio, os mais afetados com a visão foram Arthur e Sophia. Sentiram ao mesmo tempo o teto do quarto caindo sobre eles... Mel olhou pro amigo e tocou no ombro dele, enquanto Sophia queria sair correndo mas não podia dar essa bandeira. Todos eles ficaram se perguntando mentalmente se aconteceu alguma coisa ali ou não, mas vendo como os dois estavam, qualquer um diria que não, pois Lua estava de costas pra ele e de frente pra parede abraçada com um gato azul de pelúcia. Enquanto Micael estava virado para a borda da cama, também de costas para Lua e tinha nos braços um porquinho rosa (que Pedro fez questão de focalizar bastante!). E estavam com todas as peças de roupa completas e sem sinais de amassado! (Olha que análise profunda! Peritos profissionais!). Ao analisar melhor a cena, tanto Sophia quanto Arthur se sentiram mais aliviados, não estava parecendo que os dois tinham... err... você sabe, se comido!

- E então, como a gente acorda eles? – Mel perguntou baixinho. Começaram a passear os olhos pelo quarto e o que mais tinha era bicho de pelúcia. Arthur abriu o guarda-roupa e deu de cara com uma caixa rosa notável. ‘O que será que tem nessa caixa? Arthur Aguiar, que coisa feia, querendo fuxicar na vida dos outros... francamente!’ ele sacudia a cabeça pra afastar os pensamentos sobre a caixa quando Sophia sussurrou pra ele algo que não entendeu.

- Hum?

- Arthur, pega logo a vaca da Lua! – Sophia repetiu e ele agora entendeu as palavras, mas continuou sem entender o que ela quis dizer. A menina, vendo a cara que ele fazia começou a rir baixinho e apontar pra dentro do guarda-roupa, ele olhou e viu uma vaquinha malhada de pelúcia. Sorriu idiotamente do que havia pensado e a pegou. Entregou pra Sophia, que estendia os braços pra ele e então ela olhou pra pEDRO, ou melhor, para a câmera e contou até três com os dedos, colocou a vaca perto da cabeça dos dois e apertou a barriga da vaquinha, que começou a se balançar e soltar uma risada extremamente escandalosa junto com uns gritos.

Sophia sabia que aquela vaquinha fazia isso pois quando Lua a comprou, ela estava junto. As cabeças de Micael e Lua se bateram por causa do susto que tomaram e os amigos não sabiam se estavam rindo pela risada contagiante da vaquinha ou por eles terem se batido!

- OMFG! – Lua se sentou com as mãos na cabeça.

- Bando de retardados! – e Micael atirou o porquinho que segurava contra o grupo. – Hey, como vocês entraram aqui em casa? – ele perguntou depois olhando pra pEDRO e Arthur.

- Pela janela da sala... – Arthur disse simplesmente.

- Zé ruelas – Micael falou fechando os olhos e rindo. Lua também não parava de rir e esconder o rosto.

- Pára de me filmar! Eu acordo horrível!

- OMG, SOCORRO É A SAMARA MORGAAANNN! – Micael falou quando olhou pra ela e fingiu tomar um susto, ela lhe deu um tapa no braço que fez um barulho alto.

- Você é linda todas as horas do dia Lu – Arthur falou sorrindo e ela corou visivelmente.

- Vamos guys! Ainda falta a Rayana! – Chay falou logo em seguida.

- Precisa ver se ela ta dormindo ainda depois de todo esse escândalo aqui! – Micael falou se levantando.

- Ahh! Você não conhece o sono de PEDRA da Rayana! – Mel falou rindo e seguindo Pedro, que já ia em direção à porta. Quando chegaram no quarto da última que faltava, pEDRO abriu a porta com cuidado e pôs a cabeça pra dentro, fez um sinal de joinha indicando que a menina dormia e abriu mais a porta.

- O que vamos fazer com essa daí? – Micael perguntou esfregando as mãos com um sorriso de abóbora de halloween para a câmera.

- Tive uma idéia! – Lua falou e sorriu maliciosa pra Pedro. – Entrega a câmera pra alguém, você vai entrar em ação agora!

pEDRO não sabia o que ela tinha em mente mas entregou a câmera pra Arthur e Lua imediatamente começou a tirar a camisa dele.

- Ei, o que ta fazendo?! – ele sussurrou assustado.

- Calma! Não vou te devorar! Ou pelo menos não aqui na frente deles... Se você quiser a gente pode combinar qualquer dia desses lá na sua casa... – Lua ria e começou a explicar sua idéia – Parei! É o seguinte, você fica só de boxers e deita ao lado dela, quando ela acordar o susto vai ser tão grande que eu aposto como ela vai gritar!

Pedro parecia não concordar com a idéia, sacudia a cabeça negativamente enquanto seus amigos sacudiam afirmando e sorrindo. Ele viu que não tinha escolha e começou a desabotoar a calça. E lá estava Pedro, só de boxers e morrendo de vergonha.

- Ahh vá Pedro, já tiramos a roupa num palco, esqueceu?! – Micael perguntou dando um tapa no ombro dele. Pedro fez cara de conformado e subiu na cama. Rayana estava na beirada da cama, deitada de lado e de costas para eles. Perfeito para Pedro deitar no outro cantinho de frente pra ela... Assim ele fez, deitou e se ajeitou lá mas ela nem se mexeu.

- Falei que ela dormia que nem pedra! – Melanie falou rindo pra câmera.

 - Faz alguma coisa Pedro, passa a mão no rosto dela – Arthur deu a idéia.
Pedro começou a alisar o rosto dela, rosto que ele considerava o mais perfeito do mundo... Ficou olhando cada traço, nariz, boca, ficou imaginando que podia acordar todo dia ao lado dela! E enquanto ele se perdia nesses pensamentos, Rayana começou a abrir os olhos devagar. Primeiro ela sorriu, estava achando que era um sonho! Depois ‘acordou’ um pouco mais e se deu conta que ele tava ali mesmo e SEM ROUPA! Quer dizer, estava com a boxer, mas ela nem teve tempo de reparar nesse detalhe.

- AAAAAAAAAAHHHHHHH! – ela gritou na cara dele e o susto foi tão grande que a fez ir pra trás e cair da cama. Quando estava lá de bunda no chão, olhou pra cima e viu Arthur com a câmera na mão, se acabando de rir, junto com os demais que já botavam a mão sobre a barriga de tanto que riam da cara dela.

- Seus cretinos! Filhos da mãe vocês me pagam! – Rayana falou se levantando.

- Calma Ray, era só brincadeira! – Pedro falou se sentando na cama.

- Você vai ser o primeiro! – ela apontou pra ele e pegou seu travesseiro, começou a dar umas travesseiradas nele, que logo saiu correndo – VEM CÁ FILHO DA PUCCA! – ela foi correndo atrás dele. Os outros só sabiam rir e foram atrás pra filmar!

pEDRO corria pela casa toda desesperado, só com a roupa de baixo e com uma maluca correndo atrás dele com um travesseiro nas mãos. A essa altura ele já não sabia direito o que estava fazendo, olhou pra janela por onde entrou com Arthur e não pensou duas vezes, pulou pra fora da casa esquecendo de um detalhe: ele ainda estava só de boxers.



- PEDRO VOCÊ TA SÓ DE BOXER! – Arthur tentou avisar mas já era tarde demais.



- Oh... my... Gosh – Pedro falou serrando os dentes ao se dar conta que estava no meio da calçada só de cueca. As pessoas passavam olhando e rindo... Chay correu até a janela e a fechou, depois ficou rindo e apontando o branquelo lá fora.

- COITADO, ABRE A PORTA PRA ELE ENTRAR! – Rayana gritava lá dentro.

- Ah, não... Deixa ele se divertir mais um pouco! – Micael falou com a chave da porta na mão.

- VAI MICAEL, ANDA LOGO PORRA! – Ray gritou de volta.

- Ei, não foi você que praticamente expulsou ele? Pra que essa pressa toda?

- Porque ta frio!

- Ta bom, já vou abrir... – e foi abrir a porta com bastante moleza, girou a chave com toda a calma do mundo.

- Ai como vocês são cruéis! – Lua falava rindo.

- Vocês uma vírgula! Eu ainda tentei avisar! – Arthur se fez de ofendido.

- Ounn tudo bem Arthur, então só Micael e Chay são cruéis! Feliz? – ele sorriu e sacudiu a cabeça dizendo sim enquanto ela bagunçava os cabelos dele. Finalmente Micael terminou de abrir a porta e Pedro entrou bufando.

- Por que demorou tanto pra abrir? Eu já tava virando ponto turístico lá fora! – ele entrou e junto com ele algumas luzes de flashs.

- Hey! Nunca viram um homem de cueca não? Suas MAL COMIDAS! – Rayana berrou para algumas mulheres que se juntavam observando a paisagem, e em seguida fechou a porta.

- Isso foi engraçado cara! – Chay chegou em Micael e eles deram um toque de mãos.

- E você, porque fechou a janela seu cuzão?! – Pedro chegou apontando o dedo pra Chay.

- Você não veio acordar a gente? Isso foi uma vingança! – Chay respondeu cruzando os braços.

- E do Arthur, ninguém se vinga não? Ele veio comigo!

- Baah, o Arthur é só um bobão que todo mundo arrasta pra onde quer... – Chay falou dando de ombros.

- Oww não fala assim dele não! Ele é o mais bonzinho de vocês quatro – Mel protestou e se agarrou a um dos braços dele.

- Ele é um gay! – Micael gritou levantando os braços.

- É Micael? Que eu saiba, não fui eu que acordei com um PORQUINHO ROSA nos braços hoje!

- Ihhhhh – todos começaram a gritar e apontar pra Micael, que ficou sem graça.

- Foi a Lua que me obrigou! – quando ele falou a menina apontou pra si mesma com cara de ‘interrogação-cínica’ – E eu não quero falar sobre isso! Vamos tomar café da manhã!

- Ta bom Micael, não precisa ficar assim, a gente já desconfiava desde o começo mas não se preocupe... Não temos preconceito! – Chay dava tapinhas no ombro dele enquanto já caminhavam pra cozinha. Arthur parou de filmar nessa hora e Pedro foi se vestir.

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