Capitulo
4
‘Vocês podem esperar uns minutos lá fora?’ O médico sorriu simpático e eu e Katia saímos do quarto deixando-o sozinho com Arthur. Hoje ele enfim receberia alta e voltaria para casa, mas segundo ele, antes de tudo quer conhecer o Diego. Nem preciso comentar que meu sorriso ao ouvir-lo dizer isso quase rasgou meu rosto né? Alguns minutos depois Arthur e o medico saíram do quarto. ‘Pronto meu rapaz, tá liberado.’ O médico deu uns tapinha nas costas dele que sorriu animado.
‘Brigada doutor, por tudo.’ Katia apertou a mão dele e sorriu. Ele acenou pra mim e saiu logo depois nos deixando no corredor. ‘Vamos?’ Katia pegou a mão de Arthur e ele me estendeu a outra, sorri e fui para seu lado.
‘As duas mulheres da minha vida.’ Ele sorriu enquanto caminhávamos para a saída do hospital e eu senti meu rosto arder.
‘Então, vamos pra sua casa agora, Lu?’ Katia me olhou sorrindo e eu balancei a cabeça positivamente.
‘Eu vou ver meu filho!’ Arthur me olhou animado e eu sorri sincera. Fomos todo o caminho até em casa conversando sobre Diego, Katia parecia tão ansiosa quanto Arthur para vê-lo. Desde o acidente eles tinham se visto muito pouco.
‘Tô nervoso.’ Arthur deu um risinho tímido quando paramos na porta do apartamento.
‘Hey, vai dar tudo certo.’ Sorri e apertei sua mão. ‘Eu entro primeiro e vocês vêm logo depois ok?’ Olhei para os dois e eles sorriram concordando.
Abri a porta de casa respirando fundo e segundos depois Diego veio correndo ao meu encontro. ‘Sua surpresa chegou, meu pequeno.’ Falei baixo e ele sorriu. ‘Fecha os olhos.’ Ele obedeceu e eu o peguei pela mão, me agachei ao seu lado e sorri pra Arthur que já tinha os olhos cheios de lágrimas. ‘Pode abrir.’ Sussurrei no ouvido dele que na mesma hora abriu os olhos e estampou um sorriso imenso.
‘Paaai!’ Ele correu para Arthur que se abaixou e o pegou no colo. Na mesma hora senti as lágrimas grossas rolarem por meu rosto, e Arthur não estava muito diferente.
‘Heey campeão, como você tá?’ Ele colocou Diego no chão e se ajoelhou.
‘Sódadi!’ Diego sorriu e abraçou Arthur pelo pescoço. Eu ri baixinho lembrando que ensinei Diego a falar “saudade” um pouco depois do acidente, e desde então ele sempre fala “pai” e “sódadi”. Arthur me olhou sorrindo e eu retribuí enxugando as lagrimas. ‘Vó!’ Diego se soltou de Arthur e abraçou Katia.
‘Então meu amor, gostou da surpresa?’ Me aproximei e Diego balançou a cabeça sorrindo, depois voltou a atenção para avó.
‘Ele é lindo, Lu!’ Arthur sorriu me abraçando pela cintura e eu mexi a cabeça confirmando. ‘Ele tem meus olhos, meu nariz e a sua boca.’ Ele deu risada lembrando do que eu tinha lhe dito no hospital. ‘Brigada por ter me dado um filho assim.’ Ele sorriu e me deu um selinho. Sim, assim sem mais nem menos. Sorri sem graça sentindo meu rosto arder.
‘Metade dos créditos são seus.’ Pisquei e ele deu risada.
‘Pai.’ Diego o puxou pela calça e nós dois nos abaixamos pra ficarmos da altura dele. ‘Páqui.’ Ele sorriu e Arthur me olhou sem entender.
‘Você costumava ir com ele pro parque que tem aqui perto.’ Expliquei e Arthur balançou a cabeça compreendendo.
‘Você quer ir pro parque, filhão?’ Ele bagunçou os cabelos de Diego que concordou sorrindo.
‘Arthur, não é melhor você ir pra casa descansar?’ Katia perguntou preocupada, mas Arthur balançou a cabeça negativamente.
‘Chega de descanso mãe, já passei tempo demais deitado em uma cama de hospital.’ Ele pegou Diego no colo. ‘Vamos brincar no parque!’ Ele sorriu pra Diego que bateu palmas animado.
Fizemos o caminho de volta até o carro enquanto Diego brincava com os cabelos de Arthur e eu ria da cena. Entramos no carro e Arthur colocou o filho no colo. Diego encostou a cabeça no ombro dele e ficou observando as casas passarem pela janela. Arthur pegou minha mão e sorriu pra mim, eu retribui e desviei o olhar para a janela enquanto ele acariciava minha mão.
‘Páqui!’ Diego apontou pela janela minutos depois quando estacionamos. Soltamos do carro e fomos até um lugar com alguns bancos e um parque onde algumas crianças brincavam sendo observadas de perto por suas mães e babás. ‘Bincá!’ Diego sorriu puxando a mão de Arthur e os dois foram pro parque enquanto eu e Katia sentamos em um banco observando os dois brincarem.
‘Eu senti falta disso.’ Falei abraçando minhas pernas e Katia sorriu pra mim. ‘Acho que muito mais pelo Diego que por mim, não agüentava mais ter que mentir pra ele.’ Suspirei.
‘Eu sei que não deve ter sido nada fácil Lu, e eu também não fui uma boa avó esse tempo todo, achei até que o Diego nem saberia mais quem eu sou.’ Ela forçou um sorriso.
‘Que nada Katia, eu compreendo. Você sofreu muito com toda essa historia de acidente, dedicou todo seu tempo ao Arthur. Hoje em dia eu compreendo perfeitamente o amor de uma mãe com um filho, o Arthur é tudo na sua vida, assim como o Diego é na minha.’ Sorri pegando em sua mão.
‘Ah Lu, Arthur não poderia ter arrumado uma mãe melhor pro filho dele.’ Ela riu e eu fiquei sem graça. ‘Sabe que quando ele foi desesperado me perguntar o que ele faria quando descobriu que teria um filho eu sinceramente pensei que você fosse qualquer uma que ele tinha encontrado por aí, que seria uma irresponsável, pensei até que talvez você quisesse tirar o filho, principalmente depois que ele me falou que você só tinha 16 anos. Depois eu te conheci e assim que eu te olhei sabia que você não era assim, por mais que eu ache que você e o Arthur foram irresponsáveis por não terem se cuidado direito, pelo menos ele acertou na escolha da garota.’ Ela sorriu sincera e eu retribuí.
Ficamos algum tempo ali sentadas conversando e observando Diego e Arthur brincarem. Arthur parecia se divertir como nunca, às vezes parecia mais criança que o filho.
‘Ai, tô acabado!’ Arthur deitou no banco rindo e apoiou a cabeça em meu colo.
‘Sôveti!’ Diego apontou uma sorveteria ali perto.
‘Vamos Diego, a vóvó vai comprar um sorvete pra você!’ Katia se levantou animada e pegou Diego pela mão levando-o até a sorveteria.
‘E então?!’ Olhei pra Arthur ainda deitado em meu colo e ele sorriu.
‘Achei que ele fosse me odiar pra falar a verdade. Não sabia que levava tanto jeito com criança.’ Ele fez careta e eu dei risada.
‘Você sempre levou Arthur, era sempre você que vinha aqui o com Diego, aliás ele sempre pedia pra você vir com ele. Acho que ele gosta mais de você do que de mim.’ Fiz bico e Arthur balançou a cabeça rindo.
‘Até parece que ele vai gostar mais do pai que o abandonou durante sei lá quanto tempo do que da mãe linda dele.’ Ele piscou e eu senti meu rosto queimar completamente. Balancei a cabeça e voltei minha atenção para as crianças que ainda brincavam no parque. ‘Lu, você até hoje não respondeu minha pergunta.’ Ele sorriu.
‘Que pergunta?’ Me fiz de desentendida ainda sem olhá-lo. Ele sentou virando de frente pra mim e passou um braço por cima das minhas pernas apoiando-o do meu outro lado.
‘Você não sabe mentir.’ Ele sorriu vitorioso me olhando de frente. Eu bufei balançando a cabeça e olhei pro outro lado. Arthur continuou parado na mesma posição ainda esperando alguma resposta.
‘Eu sei.’ Falei quando não agüentava mais o silêncio. ‘Você sempre disse isso e eu sempre odiei!’ Dei de ombros voltando a encará-lo.
‘Lu, dá pra você parar de me enrolar e responder logo?’ Ele falou num tom bravo, mas continuava sorrindo.
‘Eu não sei do que você tá falando, Arthur.’ Dei de ombros ainda fingindo não lembrar da maldita pergunta que ele me fez no hospital alguns dias atrás.
‘Tá, você quer que eu repita, certo? Então me fala, o que você sentia por mim?’ Ele repetiu a maldita pergunta, eu senti meu estomago embrulhar e suspirei.
‘Pra que você quer saber Arthur? O que importa é o presente não o passado.’ Falei olhando minhas mãos e brincando com meus dedos.
‘Lu, pra mim importa tudo. Passado, presente e futuro! Tudo isso é estranho pra mim, eu te conheço há duas semanas, mas sinto como se te conhecesse da vida inteira. Eu sinto como se conseguisse te decifrar perfeitamente, como se eu te conhecesse melhor do que ninguém entende?’ Ele me olhou sério e eu fiquei sem reação ainda absorvendo as palavras dele.
‘Eu...não sei, Arthur.’ Suspirei evitando seu olhar.
‘Dois anos de convivência e você não sabe o que sentia por mim?’ Ele levantou a sobrancelha.
‘Porra Arthur, que saco! Se eu disser que era completamente apaixonada por você vai mudar alguma coisa na sua vida, droga?’ Falei alto sem paciência e ele sorriu.
‘Muda mais do que você imagina.’ Ele falou aproximando o rosto do meu e eu senti meu coração querer sair pela boca.
Por um lado eu queria sair correndo dali e rezava pra mais uma vez alguém nos atrapalhar, tinha medo de tudo estar indo rápido demais, mas por outro eu queria aquilo mais que tudo. Eu sentia tanta falta do beijo dele, dos toques dele, dos carinhos dele. Suspirei fraco vendo que daquela vez não teria escapatória e senti o nariz dele encostar no meu. Arthur beijou o canto da minha boca e sorriu fraco passando o nariz por minha bochecha. Eu me sentia completamente entorpecida, e estava sem reação alguma. Senti a mão dele em minha cintura e segundos depois sua boca encostou na minha. As borboletas em meu estomago pareciam querer sair voando pela minha boca, minha cabeça girava com algumas lembranças do nosso passado, mas tudo que eu queria realmente estava ali. Ele passou a língua lentamente e eu abri minha boca sentindo novamente o gosto do beijo dele que eu sentia tanta falta. Levei minha mão até sua nuca e fiquei brincando com seu cabelo enquanto ele apertava minha cintura. Uma sensação boa passava por todo meu corpo, era como um formigamento gostoso que me fazia arrepiar por completo. Arthur partiu o beijo e sorriu me dando vários selinhos e depois desceu a boca até meu pescoço.
‘Arthur pára, a gente tá num parque com várias crianças.’ Falei rindo puxando-o levemente pelo cabelo.
‘É bom que elas já vão aprendendo.’ Ele sorriu maroto e eu balancei a cabeça dando um tapinha em seu braço. Ouvimos a voz de Diego se aproximando e ele me deu um ultimo selinho sentando-se direito no banco.
‘Hey meu príncipe, tomou sorvete?’ Sorri botando Diego em meu colo enquanto Katia sentava ao meu lado. Ele balançou a cabeça sorrindo e eu beijei sua bochecha. ‘Vamos pra casa? Papai tá cansado e precisa descansar né?’ Sorri olhando pra Arthur e ele concordou.
Nos levantamos e voltamos pro carro seguindo o caminho até em casa em silêncio. Quando chegamos eu soltei com Diego e ele olhou significativamente pra Arthur como se questionasse o porque dele não ter soltado ainda.
‘Ei campeão, o papai vai passar um tempo na casa da vovó, mas ele vem te ver sempre, tá bom?’ Arthur falou agachado na frente de Diego que balançou a cabeça concordando, mas mesmo assim fazendo bico. ‘Tchau Lu!’ Ele se levantou me deu um beijo na bochecha e voltou pro carro.
‘Tchau Arthur! Tchau Katia!’ Sorri para os dois já dentro do carro e eles saíram logo em seguida.
‘Gostou de ver o papai?’ Olhei pra Diego e ele concordou sem dizer nada. Percebi seus olhos quase fechando e sorri. ‘Ê que sono hein meu amor? Vamos logo entrar pra você tomar um banho e dormir!’ Peguei Diego no colo e entrei em casa sorrindo pra mim mesma.Chega de descanso muito.
‘Vocês podem esperar uns minutos lá fora?’ O médico sorriu simpático e eu e Katia saímos do quarto deixando-o sozinho com Arthur. Hoje ele enfim receberia alta e voltaria para casa, mas segundo ele, antes de tudo quer conhecer o Diego. Nem preciso comentar que meu sorriso ao ouvir-lo dizer isso quase rasgou meu rosto né? Alguns minutos depois Arthur e o medico saíram do quarto. ‘Pronto meu rapaz, tá liberado.’ O médico deu uns tapinha nas costas dele que sorriu animado.
‘Brigada doutor, por tudo.’ Katia apertou a mão dele e sorriu. Ele acenou pra mim e saiu logo depois nos deixando no corredor. ‘Vamos?’ Katia pegou a mão de Arthur e ele me estendeu a outra, sorri e fui para seu lado.
‘As duas mulheres da minha vida.’ Ele sorriu enquanto caminhávamos para a saída do hospital e eu senti meu rosto arder.
‘Então, vamos pra sua casa agora, Lu?’ Katia me olhou sorrindo e eu balancei a cabeça positivamente.
‘Eu vou ver meu filho!’ Arthur me olhou animado e eu sorri sincera. Fomos todo o caminho até em casa conversando sobre Diego, Katia parecia tão ansiosa quanto Arthur para vê-lo. Desde o acidente eles tinham se visto muito pouco.
‘Tô nervoso.’ Arthur deu um risinho tímido quando paramos na porta do apartamento.
‘Hey, vai dar tudo certo.’ Sorri e apertei sua mão. ‘Eu entro primeiro e vocês vêm logo depois ok?’ Olhei para os dois e eles sorriram concordando.
Abri a porta de casa respirando fundo e segundos depois Diego veio correndo ao meu encontro. ‘Sua surpresa chegou, meu pequeno.’ Falei baixo e ele sorriu. ‘Fecha os olhos.’ Ele obedeceu e eu o peguei pela mão, me agachei ao seu lado e sorri pra Arthur que já tinha os olhos cheios de lágrimas. ‘Pode abrir.’ Sussurrei no ouvido dele que na mesma hora abriu os olhos e estampou um sorriso imenso.
‘Paaai!’ Ele correu para Arthur que se abaixou e o pegou no colo. Na mesma hora senti as lágrimas grossas rolarem por meu rosto, e Arthur não estava muito diferente.
‘Heey campeão, como você tá?’ Ele colocou Diego no chão e se ajoelhou.
‘Sódadi!’ Diego sorriu e abraçou Arthur pelo pescoço. Eu ri baixinho lembrando que ensinei Diego a falar “saudade” um pouco depois do acidente, e desde então ele sempre fala “pai” e “sódadi”. Arthur me olhou sorrindo e eu retribuí enxugando as lagrimas. ‘Vó!’ Diego se soltou de Arthur e abraçou Katia.
‘Então meu amor, gostou da surpresa?’ Me aproximei e Diego balançou a cabeça sorrindo, depois voltou a atenção para avó.
‘Ele é lindo, Lu!’ Arthur sorriu me abraçando pela cintura e eu mexi a cabeça confirmando. ‘Ele tem meus olhos, meu nariz e a sua boca.’ Ele deu risada lembrando do que eu tinha lhe dito no hospital. ‘Brigada por ter me dado um filho assim.’ Ele sorriu e me deu um selinho. Sim, assim sem mais nem menos. Sorri sem graça sentindo meu rosto arder.
‘Metade dos créditos são seus.’ Pisquei e ele deu risada.
‘Pai.’ Diego o puxou pela calça e nós dois nos abaixamos pra ficarmos da altura dele. ‘Páqui.’ Ele sorriu e Arthur me olhou sem entender.
‘Você costumava ir com ele pro parque que tem aqui perto.’ Expliquei e Arthur balançou a cabeça compreendendo.
‘Você quer ir pro parque, filhão?’ Ele bagunçou os cabelos de Diego que concordou sorrindo.
‘Arthur, não é melhor você ir pra casa descansar?’ Katia perguntou preocupada, mas Arthur balançou a cabeça negativamente.
‘Chega de descanso mãe, já passei tempo demais deitado em uma cama de hospital.’ Ele pegou Diego no colo. ‘Vamos brincar no parque!’ Ele sorriu pra Diego que bateu palmas animado.
Fizemos o caminho de volta até o carro enquanto Diego brincava com os cabelos de Arthur e eu ria da cena. Entramos no carro e Arthur colocou o filho no colo. Diego encostou a cabeça no ombro dele e ficou observando as casas passarem pela janela. Arthur pegou minha mão e sorriu pra mim, eu retribui e desviei o olhar para a janela enquanto ele acariciava minha mão.
‘Páqui!’ Diego apontou pela janela minutos depois quando estacionamos. Soltamos do carro e fomos até um lugar com alguns bancos e um parque onde algumas crianças brincavam sendo observadas de perto por suas mães e babás. ‘Bincá!’ Diego sorriu puxando a mão de Arthur e os dois foram pro parque enquanto eu e Katia sentamos em um banco observando os dois brincarem.
‘Eu senti falta disso.’ Falei abraçando minhas pernas e Katia sorriu pra mim. ‘Acho que muito mais pelo Diego que por mim, não agüentava mais ter que mentir pra ele.’ Suspirei.
‘Eu sei que não deve ter sido nada fácil Lu, e eu também não fui uma boa avó esse tempo todo, achei até que o Diego nem saberia mais quem eu sou.’ Ela forçou um sorriso.
‘Que nada Katia, eu compreendo. Você sofreu muito com toda essa historia de acidente, dedicou todo seu tempo ao Arthur. Hoje em dia eu compreendo perfeitamente o amor de uma mãe com um filho, o Arthur é tudo na sua vida, assim como o Diego é na minha.’ Sorri pegando em sua mão.
‘Ah Lu, Arthur não poderia ter arrumado uma mãe melhor pro filho dele.’ Ela riu e eu fiquei sem graça. ‘Sabe que quando ele foi desesperado me perguntar o que ele faria quando descobriu que teria um filho eu sinceramente pensei que você fosse qualquer uma que ele tinha encontrado por aí, que seria uma irresponsável, pensei até que talvez você quisesse tirar o filho, principalmente depois que ele me falou que você só tinha 16 anos. Depois eu te conheci e assim que eu te olhei sabia que você não era assim, por mais que eu ache que você e o Arthur foram irresponsáveis por não terem se cuidado direito, pelo menos ele acertou na escolha da garota.’ Ela sorriu sincera e eu retribuí.
Ficamos algum tempo ali sentadas conversando e observando Diego e Arthur brincarem. Arthur parecia se divertir como nunca, às vezes parecia mais criança que o filho.
‘Ai, tô acabado!’ Arthur deitou no banco rindo e apoiou a cabeça em meu colo.
‘Sôveti!’ Diego apontou uma sorveteria ali perto.
‘Vamos Diego, a vóvó vai comprar um sorvete pra você!’ Katia se levantou animada e pegou Diego pela mão levando-o até a sorveteria.
‘E então?!’ Olhei pra Arthur ainda deitado em meu colo e ele sorriu.
‘Achei que ele fosse me odiar pra falar a verdade. Não sabia que levava tanto jeito com criança.’ Ele fez careta e eu dei risada.
‘Você sempre levou Arthur, era sempre você que vinha aqui o com Diego, aliás ele sempre pedia pra você vir com ele. Acho que ele gosta mais de você do que de mim.’ Fiz bico e Arthur balançou a cabeça rindo.
‘Até parece que ele vai gostar mais do pai que o abandonou durante sei lá quanto tempo do que da mãe linda dele.’ Ele piscou e eu senti meu rosto queimar completamente. Balancei a cabeça e voltei minha atenção para as crianças que ainda brincavam no parque. ‘Lu, você até hoje não respondeu minha pergunta.’ Ele sorriu.
‘Que pergunta?’ Me fiz de desentendida ainda sem olhá-lo. Ele sentou virando de frente pra mim e passou um braço por cima das minhas pernas apoiando-o do meu outro lado.
‘Você não sabe mentir.’ Ele sorriu vitorioso me olhando de frente. Eu bufei balançando a cabeça e olhei pro outro lado. Arthur continuou parado na mesma posição ainda esperando alguma resposta.
‘Eu sei.’ Falei quando não agüentava mais o silêncio. ‘Você sempre disse isso e eu sempre odiei!’ Dei de ombros voltando a encará-lo.
‘Lu, dá pra você parar de me enrolar e responder logo?’ Ele falou num tom bravo, mas continuava sorrindo.
‘Eu não sei do que você tá falando, Arthur.’ Dei de ombros ainda fingindo não lembrar da maldita pergunta que ele me fez no hospital alguns dias atrás.
‘Tá, você quer que eu repita, certo? Então me fala, o que você sentia por mim?’ Ele repetiu a maldita pergunta, eu senti meu estomago embrulhar e suspirei.
‘Pra que você quer saber Arthur? O que importa é o presente não o passado.’ Falei olhando minhas mãos e brincando com meus dedos.
‘Lu, pra mim importa tudo. Passado, presente e futuro! Tudo isso é estranho pra mim, eu te conheço há duas semanas, mas sinto como se te conhecesse da vida inteira. Eu sinto como se conseguisse te decifrar perfeitamente, como se eu te conhecesse melhor do que ninguém entende?’ Ele me olhou sério e eu fiquei sem reação ainda absorvendo as palavras dele.
‘Eu...não sei, Arthur.’ Suspirei evitando seu olhar.
‘Dois anos de convivência e você não sabe o que sentia por mim?’ Ele levantou a sobrancelha.
‘Porra Arthur, que saco! Se eu disser que era completamente apaixonada por você vai mudar alguma coisa na sua vida, droga?’ Falei alto sem paciência e ele sorriu.
‘Muda mais do que você imagina.’ Ele falou aproximando o rosto do meu e eu senti meu coração querer sair pela boca.
Por um lado eu queria sair correndo dali e rezava pra mais uma vez alguém nos atrapalhar, tinha medo de tudo estar indo rápido demais, mas por outro eu queria aquilo mais que tudo. Eu sentia tanta falta do beijo dele, dos toques dele, dos carinhos dele. Suspirei fraco vendo que daquela vez não teria escapatória e senti o nariz dele encostar no meu. Arthur beijou o canto da minha boca e sorriu fraco passando o nariz por minha bochecha. Eu me sentia completamente entorpecida, e estava sem reação alguma. Senti a mão dele em minha cintura e segundos depois sua boca encostou na minha. As borboletas em meu estomago pareciam querer sair voando pela minha boca, minha cabeça girava com algumas lembranças do nosso passado, mas tudo que eu queria realmente estava ali. Ele passou a língua lentamente e eu abri minha boca sentindo novamente o gosto do beijo dele que eu sentia tanta falta. Levei minha mão até sua nuca e fiquei brincando com seu cabelo enquanto ele apertava minha cintura. Uma sensação boa passava por todo meu corpo, era como um formigamento gostoso que me fazia arrepiar por completo. Arthur partiu o beijo e sorriu me dando vários selinhos e depois desceu a boca até meu pescoço.
‘Arthur pára, a gente tá num parque com várias crianças.’ Falei rindo puxando-o levemente pelo cabelo.
‘É bom que elas já vão aprendendo.’ Ele sorriu maroto e eu balancei a cabeça dando um tapinha em seu braço. Ouvimos a voz de Diego se aproximando e ele me deu um ultimo selinho sentando-se direito no banco.
‘Hey meu príncipe, tomou sorvete?’ Sorri botando Diego em meu colo enquanto Katia sentava ao meu lado. Ele balançou a cabeça sorrindo e eu beijei sua bochecha. ‘Vamos pra casa? Papai tá cansado e precisa descansar né?’ Sorri olhando pra Arthur e ele concordou.
Nos levantamos e voltamos pro carro seguindo o caminho até em casa em silêncio. Quando chegamos eu soltei com Diego e ele olhou significativamente pra Arthur como se questionasse o porque dele não ter soltado ainda.
‘Ei campeão, o papai vai passar um tempo na casa da vovó, mas ele vem te ver sempre, tá bom?’ Arthur falou agachado na frente de Diego que balançou a cabeça concordando, mas mesmo assim fazendo bico. ‘Tchau Lu!’ Ele se levantou me deu um beijo na bochecha e voltou pro carro.
‘Tchau Arthur! Tchau Katia!’ Sorri para os dois já dentro do carro e eles saíram logo em seguida.
‘Gostou de ver o papai?’ Olhei pra Diego e ele concordou sem dizer nada. Percebi seus olhos quase fechando e sorri. ‘Ê que sono hein meu amor? Vamos logo entrar pra você tomar um banho e dormir!’ Peguei Diego no colo e entrei em casa sorrindo pra mim mesma.Chega de descanso muito.
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