A
missão do ator é fazer o telespectador acreditar naquilo que está
assistindo. Alguns intérpretes vão além. Eles defendem que a atuação é
ainda fazer desaparecer a linha tênue que separa o artista de seu
personagem. Mel Fronckowiak segue esta linha de raciocínio. Ela leva
isso tão a sério que, às vezes, se pega agindo ou pensando como Carla,
seu papel em Rebelde, da Record. “Tem hora em que dou uma entonação
típica da minha personagem e penso: ‘Ih, não estou gravando’”, conta,
aos risos. Nesta segunda temporada da trama de Margareth Boury, a
personagem Carla aparece bem mais madura. Se, no ano anterior, ela
dividia a atenção do seu estudo com crises por conta da bulimia, agora, a
jovem mostra segurança ao administrar o distúrbio alimentar e até
problemas amorosos. “A minha personagem está mais mulher e menos
insegura. Mais firme nas coisas dela e até mais confiante na própria beleza”, observa.
Toda
essa segurança não está apenas representada no texto e nas cenas da
novela. Para encarar esta fase autoafirmativa, Mel ganhou um figurino
que reflete esse momento da personagem. Além disso, mudaram também os
cabelos, que ficaram maiores. “Tenho 24 anos e a Carla, 17. Portanto, se
ela está um pouco mais madura, eu consigo ficar mais confortável para
‘pegá-la’”, pondera. Outro fator importante para a atriz foi o seu
amadurecimento pessoal. Afinal de contas, todo trabalho de preparação
para Rebelde começou em outubro de 2010 – a novela só estreou em março
de 2011. “Acho que esse pouco mais de um ano e meio de Rebelde
significou quatro anos de vida para mim”, compara.
O
que poderia ser encarado como exagero, para a atriz tem fundamento. Além
da rotina de gravações, Mel e seus colegas de cena – Lua Blanco, Sophia
Abrahão, Arthur Aguiar, Chay Suede e Micael Borges, que vivem a
Roberta, a Alice, o Diego, o Tomás e o Pedro, respectivamente – formam a
banda Rebeldes, cujo CD de estúdio de estreia vendeu mais de 100 mil
cópias, desde o lançamento em setembro de 2011, e o CD e DVD, ao vivo,
110 mil ao todo. “Quando me perguntam se estou cansada, eu respondo:
‘Estou. Mas descanso daqui a uns dez anos’. Somos jovens, entramos de
cabeça em um projeto que é muito bom”, frisa.
Administrar
a banda e a agenda de gravações exige um preparo que a atriz parece
dominar. Para manter o pique, Mel segue uma rotina de exercícios físicos
e uma alimentação equilibrada. “Mas tem vezes que estou na rua e se tem
uma hamburgueria, vou lá como um hambúrguer de frango, sem queijo, sem
molho e com azeite”, confessa, em tom de humor. Além disso, a atriz
tenta descansar a voz algumas horas antes do show e dispensa bebidas
geladas antes de se apresentar. Mel garante que tudo isso faz a
diferença até na hora de gravar as cenas de sua personagem. “São coisas
que me dão energia e força para aguentar esse tranco”, acredita.
Apesar do
envolvimento com a novela e com a banda, a atriz cogita como será sua
carreira depois de Rebelde. “Qualquer personagem que se faz, você fica
com a marca dele. Mas eu acho bom ser marcada por uma coisa boa e
gostosa de fazer”, derrete-se. Assim, com a proximidade do fim da novela
– a Record ainda não confirma uma terceira temporada –, Mel mostra a
mesma maturidade de sua personagem para encarar o próprio futuro
profissional. “Quando você faz uma novela de dois anos você precisa
ficar a próxima sem aparecer. Mas é difícil imaginar a vida sem a
carreira artística. Ainda mais depois de subir em um palco para milhares
de pessoas e todos cantando as nossas músicas”, destaca.
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