domingo, 22 de abril de 2012

Addicted ( capitulos 35,36,37 e 38 )

35º Capitulo

Ouvi o barulho de algumas vozes baixas e logo depois uma porta batendo com cuidado. Meus olhos estavam pesados e eu não sabia se estava sonhando ou realmente estava ouvindo as coisas. Uma respiração pesada no quarto me puxou pra realidade e eu abri os olhos desnorteada.
No começo tudo que eu vi foi o teto branco, depois movi lentamente meus olhos, até enxergar uma figura olhando pra fora da janela.
'Arthur?' Eu mal pude escutar minha própria voz, mas de alguma forma ele ouviu já que se virou pra mim e sorriu.
'Ah, meu Deus! Finalmente, Lu!' Em menos de um segundo ele já estava do lado da cama segurando meu rosto com cuidado. 'Como você tá se sentindo? Tá doendo em algum lugar? Tem alguma coisa te incomodando?' Ele falou tudo de vez e quando eu abri a boca pra falar ele interrompeu. 'Não, espera! Não fala nada, é melhor chamar o médico.' Ele apertou algum botão que havia logo acima da cama e chamou a enfermeira.
'Arthur, eu to bem!' Falei rindo fraco.
'Sh... não fala nada!' Ele pediu me olhando e sorrindo. 'Você quase me matou de susto.' Ele sussurrou. Levei minha mão que não estava com soro até seu rosto e acariciei sua bochecha.
'Desculpe por isso.' Sorri e o puxei delicadamente encostando nossos lábios. 'E eu ainda quero saber como eu vim parar numa cama de hospital. Não lembro bem o que aconteceu.' Falei fazendo careta.
'Sem memória em casa já basta eu.' Ele riu e me deu um beijo na ponta do nariz, segundos antes da enfermeira entrar no quarto.
'Então, como está se sentindo?' Ela perguntou com um sorriso simpático. Olhei seu crachá que tinha o nome "Joanne" e sorri fraco.
'Hm... bem, exceto por uma coisa.' Levantei um pouco a minha mão que estava com soro. 'Isso dói.' Falei parecendo uma criança fazendo ela e Arthur rirem.
'Eu sei que é um pouco incomodo, querida. Mas é nescessário, em breve eu vou tirá-lo.' Ela anotou alguma coisa na prancheta e depois olhou novamente pra mim. 'Vou chamar o médico, tudo bem? Não faça nenhum esforço e evite ficar falando.' Ela deu um ultimo sorriso e saiu do quarto.
Olhei pra Arthur que me olhava com um sorriso bobo e fiquei o encarando. Ele pegou minha mão que doía e a colocou em cima da sua com cuidado, sentou numa cadeira que havia ao lado da cama e depois suspirou desviando novamente o olhar para mim.
'Você desmaiou depois que os assaltantes fugiram.' Ele falou sério e um flash veio em minha cabeça me fazendo lembrar do assalto. 'Parece que uma senhora que mora no prédio ao lado do beco ouviu vozes e ameaças, e chamou a policia.' Balancei a cabeça concordando e fechei os olhos.
'Quanto tempo eu fiquei desacordada?'
'Quase cinco horas.'
'Cadê o Diego?' Abri os olhos rapidamente.
'Sh... calma! O Chay e a Mel foram lá em casa, tá tudo bem.' Ele falou tranquilamente. 'O Micael e a Soph saíram daqui um pouco antes de você abrir os olhos.' Imaginei que as vozes que ouvi antes da porta ser fechada eram provavelmente deles. 'Eu falei pra eles irem pra casa descansar. Eles vieram o mais rápido possível quando eu liguei pro Micael avisando.' Balancei a cabeça concordando e quando ia abrir a boca pra falar, ele interrompeu novamente. 'Não fala nada agora, Lu. Espera o médico chegar e depois a gente conversa, ok?' Ele sorriu e eu concordei fechando os olhos.

Depois que o medico chegou e me examinou, ficou claro que já estava tudo bem. Ele disse que o desmaio tinha sido provocado por causa do susto e da grande tensão provocada pelo assalto. Ele recomendou que eu dormisse mais um pouco que provavelmente quando eu acordasse só precisaria esperar um pouco e ir pra casa.
'Hora do remédio!' Joanne entrou no quarto com o mesmo sorriso simpático. Eu gemi baixinho fazendo bico.
'Lu, você precisa dormir um pouco, esquecer tudo que passou.' Arthur falou carinhosamente passando o polegar em minha bochecha. O celular dele tocou e ele olhou no visor. 'Minha mãe, vou lá fora atender.' Ele sorriu e saiu do quarto.
Fiquei em silêncio enquanto a enfermeira anotava algumas coisas e preparava o remédio.
'Você é uma garota de sorte.' Joanne falou tocando em meu pulso para ver o lugar certo para injetar o remédio. Arqueei a sobrancelha sem entender. 'Um cara como esse, não se encontra mais por aí.' Ela sorriu.
'Eu sei.' Suspirei. 'Eu tenho muita sorte de ter o Arthur.' Sorri fraco e ela injetou a agulha em minha pele.
'Eu quase tive que dar um calmante pra ele, sabe? Ele ficou inquieto o tempo todo, só se acalmou mais quando o casal de amigos chegou.' Ela riu. 'Ele parece amar muito você.' Joanne botou a prancheta embaixo do braço.
'E eu sou completamente apaixonada por ele.' Sorri sincera e ela fez uma cara apaixonada. Eu ri baixinho enquanto ela saía do quarto. Fiquei encarando o teto esperando o remédio começar a fazer efeito. Arthur entrou na sala e eu o olhei.
'Minha mãe queria saber se você já tinha acordado e se tava tudo bem.' Ela explicou e eu sorri já sentindo meus olhos pesados.
'Arthur.' O chamei tão baixo que quase não escutei minha própria voz. Ele se aproximou da cama e pegou minha mão. 'Brigada.' Sorri o máximo que pude, mas acredito que não tenha sido muito já que parecia que o remédio estava fazendo efeito em todo meu corpo.
'Eu não tava mentindo quando disse que estaria aqui quando você precisasse.' Ele sussurrou com o rosto próximo ao meu.
Meus olhos ainda estavam um pouco abertos e eu vi um sorriso em seus lábios. Ele passou o nariz no meu como num beijo de esquimó e depois encostou nossas bocas carinhosamente. A ultima coisa que senti foi ele morder de leve meu lábio inferior e depois se afastar.


'Será que ela vai acordar por agora?' A voz de Sophia chegou até meus ouvidos.
'Soph, calma. Ela tomou remédio, precisa descansar!' Micael a tranqüilizou.
'Ah, eu preciso falar com ela pra ter certeza de que tá tudo bem!' Senti alguém tocar minha testa e abri os olhos lentamente. 'AMIGA!' Soph berrou e me abraçou.
'Sophia, calma, assim você vai sufocar a Lu!' Micael falou rindo e puxando os braços de Soph pra longe de mim.
'Brigado, Micael!' Ri baixo.
'Amiga, como você tá?' Soph perguntou agora mais controlada.
'Eu to bem, Soph. Fica tranqüila!' Falei sorrindo tentando a acalmar. 'Só to um pouco mole por causa do remédio.' Falei com a voz arrastada.
'Eu já falei com o médico.' Arthur falou sentado no sofá e eu o olhei. 'Ele disse que quando você acordasse, ele vinha aqui ver como você estava, e depois a gente pode ir pra casa. Quer que eu chame logo ele?' Ele perguntou se levantando.
'Quero! Tenho que ir pra casa ver meu filho!' Fiz bico e eles riram.
'O Chay e a Mel ligaram a pouco tempo falando que o Diego tinha acordado.' Micael comentou. 'Eles iam trazer ele aqui, mas você já vai ter alta.' Ele deu de ombros.
Ficamos conversando alguns minutos e depois o mesmo médico que tinha ido no quarto mais cedo apareceu.
'Muito bem, acho que você já está quase pronta pra ir pra casa.' Ele sorriu simpático.
'Quase?' Gemi.
'Quase, quase!' Ele concordou. 'Só preciso que você fique mais um tempo aqui deitada, coma alguma coisa e espere o efeito do remédio passar completamente. Em pouco tempo você estará livre de mim.' Ele falou rindo e eu concordei.

Depois de comer e esperar durante uma hora para que o efeito do remédio sumisse completamente eu recebi alta.
O médico recomendou que eu evitasse esforço e Arthur concordou dizendo que ele não ia deixar que eu fizesse nada perigoso. Rolei os olhos quando ele disse isso, imaginando que iriam ficar me tratando como se eu fosse super frágil e tivesse acabado de sobreviver a algum acidente grave.

'Arthur, eu consigo andar, ok?' Bufei quando Arthur abriu a porta do carro pra mim e me pegou pelo braço. Ele não respondeu nada, mas continuou me segurando enquanto caminhávamos até o elevador. Quando chegamos no hall encontramos Micael e Soph, que saíram ao mesmo tempo que a gente do hospital.
'Alguém avisa pro Aguiar que eu estou bem e posso me locomover sozinha?' Falei entre os dentes fazendo os três rirem, dessa vez até Arthur abriu um sorriso discreto.
'Desiste, Lu. Você vai ficar sendo a bonequinha dele durante algum tempo.' Micael brincou e eu fiz careta. Arthur seu um soquinho no braço dele soltando um "cara" baixo e me fazendo rir.
'Mããee!' Ouvi a voz de Diego assim que Arthur girou a chave da porta. Quando entrei em casa senti ele apertar minha pernas com força.
'Ei, meu amor!' O carreguei lhe abraçando forte. 'Se comportou direitinho?' Perguntei sorrindo pra Mel e Chay em agradecimento. Diego concordou balançando a cabeça e me deu um beijo na bochecha.
'Brigada por ficarem aqui com ele!' Sentei no sofá com Diego em meu colo.
'Sem problemas, Lu. Só foi meio difícil fazer ele dormir! Como você tá?' Mel sorriu.
'Tudo bem, foi só um susto mesmo.' A tranqüilizei e ela balançou a cabeça concordando.
'Mãe, vamos brincar!' Diego apontou os brinquedos espalhados no chão da sala. Sentei no chão com as costas apoiadas no sofá enquanto Diego brincava com Micael e Sophia que também estavam sentados no chão. A televisão estava ligada em algum canal de música que Chay e Mel assistiam abraçados no sofá.
'cara, alguém tem noticias do Pedro?' Arthur sentou no chão ao meu lado. 'Ele apareceu lá no hospital de madrugada, mas depois eu não tive mais notícias.' Ele deu de ombros.
'Ele me ligou hoje de manhã dizendo que estava na casa da mãe. Deve tá por lá ainda.' Chay também deu de ombros.
'Eu to com fome.' Reclamei passando a mão na barriga.
'Você comeu antes de sair do hospital.' Arthur me olhou sorrindo debochado e eu dei língua.
'Comida de hospital não conta.' Fiz careta.
'Nhé nhé nhé.' Ele falou brincando e eu mordi seu ombro. 'Canibal! O que você quer? Pizza?' Ele me abraçou de lado e eu concordei sorrindo. 'Chay, joga o telefone, cara!' Ele apontou para o aparelho que estava perto de Chay.
'Quem mais quer pizza?' Perguntei vendo cinco mãos serem levantadas, até o Diego! 'Ok, pizza pra todo mundo!' Ri.

'cara, já tá tarde!' Chay comentou observando pela janela.
Estávamos todos na sala assistindo um episódio qualquer de Gilmore Girls que passava. As caixas de pizza já tinham sido recolhidas e jogadas no lixo por Arthur, depois que eu fiz uma chantagem emocional falando que eu mesma faria aquilo e que a culpa seria dele se eu passasse mal e voltasse para o hospital.
'É melhor a gente ir.' Micael falou também observando o sol começar a sumir.
Fiquei sentada no sofá observando os dois casais se levantarem. Mel e Chay me deram beijnhos me desejando melhoras e eu sorri agradecida.
'Me liga amanhã, mon cher!' Soph me deu um beijo na bochecha e depois Micael me deu um na testa.
'Se cuida.' Ele sorriu e eu dei língua. Arthur se despediu deles na porta e eu deitei no sofá observando o teto enquanto Diego fazia rabiscos em algumas folhas de papel.
Ouvi a porta fechar e segundos depois Arthur caiu no sofá por cima de mim se apoiando nos braços para não deixar o peso dele fazer força em mim.
'Arthur, nosso filho está bem ali.' Falei rindo quando ele começou a distribuir beijinhos em meu pescoço.
'Eu sei!' Ele me olhou sorrindo sapeca e fazendo uma cara idêntica ao do Diego quando apronta alguma coisa.
'Preciso dar banho nele, mas to com preguiça.' Falei me virando um pouco para que Arthur deitasse do meu lado.
'Preguiçosa!' Ele falou me abraçando pela cintura e fazendo com que sua respiração batesse em meu pescoço. Ele soprou em minha nuca e eu encolhi os ombros sentindo cócegas. 'Seu pescoço é seu ponto fraco.' Ele falou rindo.
'Ah, que ótimo! Você descobriu de novo.' Falei fingindo estar decepcionada. 'Você sabia disso antes do acidente, foi insuportável quando você descobriu.' Falei rindo e lembrando do dia em que ele descobriu que minha fraqueza está no pescoço. Qualquer coisa que ele queria ele acabava apelando por beijinhos em meu pescoço e coisas desse tipo só para que eu cedesse.
'Hm... bom saber.' Ele falou e ficou soprando de leve minha nuca me fazendo fechar os olhos e sorrir.

Quando abri os olhos novamente vi que Diego continuava brincando no chão da sala. Olhei para a janela e vi que eu sol já tinha desaparecido completamente. Me virei ficando de frente pra Arthur e vi que ele encarava o teto da sala.
'Eu dormi?' Perguntei e ele me olhou sorrindo.
'Por pouco tempo. Meia hora mais ou menos.' Ele beijou minha testa e descansou a mão em minha cintura.
'Preciso dar banho no Diego.' Falei sem me mexer e Arthur riu baixo. 'Me ajuda?' O olhei fazendo bico e ele fez uma pequena careta engraçada.
'Só porque você é linda!' Ele sorriu fofo me fazendo, como sempre, ficar sem graça. 'Você nunca vai deixar de ficar sem graça quando eu digo que você é linda, né?' Ele me olhou e eu dei língua.
'Não!' Ele me deu um selinho.
'Otimo, você fica mais linda ainda quando tá sem graça!' Outro selinho.
'Bobão!' Outro selinho. 'Temos que dar...' Outro selinho. 'Banho no Diego.' Outro selinho. 'Páára!' Falei rindo e mordi sua bochecha.
'Outch!' Ele fez careta e eu ri.
'Vamos!' Dei outro selinho nele e me levantei o puxando junto. 'Meu amor, vamos tomar banho?' Me agachei ao lado de Diego que fez bico. 'Você volta pra brincar depois!' Sorri e ele concordou.
'Deixa que eu dou banho, separa uma roupa pra ele.' Arthur falou o pegando do meu colo e entrando no banheiro.
Fui até o armário de Diego e escolhi uma roupa. Sentei na cama e fiquei observando os brinquedos enquanto ouvia Arthur conversando baixinho com Diego o fazendo rir.

'Pronto!' Arthur apareceu no quarto segurando Diego enrolado numa toalha.
'To com frio!' Diego falou se encolhendo.
'Vem aqui pra mamãe te vestir, meu príncipe!' O coloquei de pé na cama e o vesti com uma roupinha de frio. 'Pronto! Arthur, pega a escova pra eu pentear o cabelo dele.' Pedi passando a mão pelo cabelo de Diego.
Em menos de cinco minutos já tínhamos voltado pra sala.
'Acho que vou tomar banho agora.' Falei me espreguiçando vendo Arthur sentar no sofá com Diego. 'To com preguiça' Sentei encolhendo os ombros.
'Vai tomar banho, porquinha!' Arthur jogou uma almofada em mim.
'Ai, seu lesado. Você também tá aí todo porco!' Dei língua.
'Por causa de você, mal agradecida!' Ele fez uma cara ofendida me fazendo rir.
'Nhonhonho!' Fiz manha e fui sentar no colo dele. 'Me leva até o banheiro?' Fiz bico e ele me olhou.
'Tá brincando, né?' Ele perguntou com a sobrancelha arqueada.
'Arthur, por favor!' Pedi manhosa. 'Por favor, por favor, por favor!' O abracei pelo pescoço dando beijinhos em sua bochecha. 'Eu sou uma pobre enferma, você tem que cuidar de mim.' Me encolhi e encostei a cabeça em seu ombro.
'E o que eu ganho em troca?' Ele me olhou sorrindo malicioso.
'Minha gratidão!' Dei de ombros.
'Só isso?' Ele perguntou fingindo que ia me deixar cair no chão e eu me agarrei mais em seu pescoço rindo.
'Como assim isso? Minha gratidão é uma coisa valiosa, Aguiar!' Fiz uma cara afetada e ele riu.
'Não pra mim!' Ele riu e me ajeitou em seu colo se levantando. 'Você me dá tanto trabalho, Lua!' Arthur fez uma cara sofredora me fazendo rir.
'Eu valho a pena, não valho?' Ele sorriu. 'Eu sei que sim!' Dei língua o fazendo rir.

'Pronto, madame!' Ele me jogou na cama caindo por cima de mim.
'Arthur, você sabe que eu tomo banho no banheiro e não na cama, né?' Perguntei sorrindo e ele concordou.
'Você tá com pressa?' Ele perguntou beijando lentamente meu pescoço e eu respirei fundo.
'Hm... talvez.' Falei pensativa ele riu baixo.
'Acho que o banho pode esperar!' Ele falou em meu ouvido e depois deu uma mordidinha de leve. Meu coração já batia tão rápido que eu praticamente não o sentia mais, minha respiração estava pesada e eu já tinha parado de raciocinar direito.
Arthur se ajeitou em cima de mim e abriu um pouco as pernas fazendo com que as minhas ficassem no meio das suas. Ele continuou beijando meu pescoço lentamente, meus dedos estavam entrelaçados em seu cabelo o segurando com força. Era a primeira vez que fazíamos algo mais intimo, desde a fatídica noite em que ele chegara bêbado em casa. Os lábios dele subiram pelo meu pescoço alcançando minha bochecha até chegarem em minha boca. Soltei um gemido baixo quando senti a língua dele encostar na minha, segurei forte em sua camisa puxando ele mais pra cima de mim, o que era, bem... impossível.
Sua mão desceu lentamente até a barra da minha blusa e com cuidado ele a levantou um pouco encostando sua mão quente em minha barriga. Ele mordeu meu lábio me fazendo ofegar um pouco e sorriu voltando a me beijar. Sua outra mão procurou pela minha que estava firmemente segurando em sua camisa e ele a soltou e levou até seu peito, no começo não entendi, até ele diminuir a intensidade do beijo e eu consegui sentir o coração dele acelerado.
'Não é só o seu que fica assim.' Ele sussurrou afastando nossas bocas alguns centímetros e me olhando nos olhos. Sorri fraco tocando o rosto dele e não falei nada, deixei que o silêncio falasse por mim enquanto sentia nossos corações se acalmarem aos poucos.
Arthur começou a beijar delicadamente cada pedacinho do meu rosto, minha bochecha, meu olho, minha testa, meu nariz, meu queixo até chegar em minha boca. Ele me beijou calmamente dessa vez, sem abrir a boca, mas constantemente passando a língua por meus lábios.

'Paaaai!' A voz de Diego veio da sala e ele riu ainda contra meus lábios.
'Às vezes um filho pode ser tão broxante.' Ele me olhou e eu ri alto.
'Arthur!' Dei um tapinha em seu braço. 'Vai logo lá ficar com ele enquanto eu tomo banho.' O empurrei levemente e ele tirou um pouco o peso de cima de mim.
'Não demora?' Ele pediu fazendo bico.
'Só o tempo suficiente pra meu coração voltar ao normal, às vezes eu tenho pena dele.' Fiz uma careta e ele riu. 'Vai logo!' Lhe dei um selinho e ele se levantou e foi correndo até a sala.


'Ele dormiu?' Arthur perguntou guardando o livro na estante e eu confirmei observando Diego respirar tranquilamente. Puxei o cobertor mais para cima e beijei sua cabeça me levantando.
'Ai, que frio!' Falei passando a mão por meus braços e Arthur me abraçou por atrás.
'Hora da enferma ir pra cama!' Ele me guiou pra fora do quarto e eu ri.
'Fica aqui comigo?' Pedi quando entramos no quarto.
'E você achou que ia ficar aqui sozinha? Você ainda é minha bonequinha.' Ele sorriu convencido e eu dei língua.
Deitei na cama e puxei o cobertor grosso pra cima do meu corpo, minhas mãos estavam geladas de tanto frio que eu estava sentindo. Arthur deitou do meu lado a também entrou embaixo do cobertor, apesar de aparentemente não estar sentindo frio.
'Você nunca sente frio?' Perguntei enquanto ele me abraçava. 'Você tá tão quentinho!' Falei me aconchegando o mais perto dele possível.
Eu estava com uma calça e um casaco de moletom e ainda assim estava com frio. Arthur usava apenas uma boxer uma camisa branca fina, mas ainda assim parecia completamente alheio ao frio.
'Você tá tão gelada que tá me dando até frio também!' Arthur falou rindo tirando o cabelo do meu rosto. 'Vai dormir?' Ele perguntou beijando meu rosto.
'Se você deixar.' Brinquei ele me olhou com a sobrancelha arqueada. 'Tô brincaaando!' Apertei suas bochechas rindo. 'Só não sai de perto de mim, senão eu congelo.' O abracei me virando um pouco e ficando de frente pra ele.
'Eu não vou.' Ele sorriu e beijou levemente minha boca. Arthur passou um braço pela minha cintura me fazendo ficar ainda mais colada à ele e eu fechei meus olhos sentindo meu corpo esquentar mais.
A boca dele passou carinhosamente por meu pescoço e eu suspirei sentindo os cabelos da nuca arrepiarem, ele também deve ter percebido já que soltou um risinho baixo e começou a beijar meu pescoço da mesma forma que tinha feito da ultima vez. Passei minha mão por baixo da blusa dele sentindo-o contrair o abdômen. Arthur se deitou por cima de mim e eu o puxei levemente pelo cabelo para que nossos lábios se encontrassem. Eu já não sabia se o coração que batia com tanta força era o meu ou o dele, às vezes eu tinha a impressão de que eles paravam de bater, ou então estavam tão acelerados que eu simplesmente parava de senti-los.
A mão de Arthur entrou por baixo do meu moletom e eu senti minha pele esquentar e arrepiar em cada lugar que ele tocava, minhas unhas estavam encravadas em sua cintura com força e eu sabia que o estava machucando, mas ele parecia menos preocupado com isso do que eu.

A temperatura do meu corpo já estava praticamente igual à de Arthur, qualquer vestígio do frio que eu sentia já tinha ido embora, em grande parte devido à mão de Arthur que não se decidia entre acariciar minhas costas ou minha barriga.
Ele finalmente desceu os beijos pra meu pescoço me deixando respirar direito, nós dois estávamos ofegantes e eu não conseguia evitar soltar um gemido baixo enquanto ele deixava marcas em meu pescoço. Fechei meus olhos e mordi meu lábio inferior pensando onde aquilo ia dar e principalmente, se eu queria que aquilo acontecesse, se eu estava realmente preparada pra esquecer o que Arthur havia feito.
'Arthur.' Falei espalmando minhas duas mãos em seu peito.
'Nop!' Ele sussurrou distribuindo beijos em minha bochecha. 'Eu não vou fazer nada.' Eu sorri. 'Não enquanto você não me autorizar.' Ele me olhou.
'Eu só ia falar que to com calor.' Fiz uma cara inocente e ele riu rolando pro meu lado.
'Tira esse casaco.' Ele pegou no moletom que eu vestia. 'Isso faz muito calor.' Ele fez careta. Tirei o casaco e o joguei do lado da cama. Voltei pra perto de Arthur o abracei pela cintura encostando minha cabeça em seu ombro.
'Agora você me deixar dormir?' Brinquei e ele me olhou.
'Só se você quiser!' Ele sorriu de lado.
'Então eu quero!' Sorri e lhe dei um selinho. Ele me abraçou mais forte e ficou acariciando meu cabelo.

Pareceu uma eternidade até que eu conseguisse dormir e quando finalmente consegui, sonhei com os assaltantes e acordei me mexendo e resmungando baixo. Tudo deve ter acontecido em poucos minutos já que Arthur ainda parecia estar acordado e me abraçou mais forte.
Tentei dormir de novo, mas a imagem clara dos assaltantes que eu tinha em minha mente, me deixava aterrorizada. Me mexi novamente sem jeito imaginando se Arthur não ia reclamar, mas ele ainda parecia acordado e sempre fazia com que o corpo dele ainda ficasse colado no meu depois que eu me mexia.
'Lu, não vai acontecer nada, eu to aqui. Dorme tranqüila.' Ele pediu baixinho e eu apenas resmunguei já um pouco tomada pelo sono. Arthur começou a sussurrar alguma coisa e quando eu consegui entender percebi que era a introdução de alguma musica.

"I swear that I can go on forever again
( Eu juro que eu posso continuar para sempre, de novo )
Please let me know that my one bad day will end
( Por favor me diga que esse dia ruim irá terminar )"


Senti Arthur passar a mão por meu rosto tirando as mechas de cabelo que caiam sobre meu olho e beijar minha testa carinhosamente. Me aconcheguei mais em seu peito e ele passou um braço por detrás da minha cabeça me abraçando com mais força.

"I will go down as your lover, your friend
( Eu serei até o fim seu amor, seu amigo )
Give me your lips and with one kiss we begin
( Dê-me seus lábios e com um beijo, nós começaremos )

Are you afraid of being alone?
( Você está com medo de ficar sozinha? )
Cause I am, I'm lost without you
( Porque eu estou, estou perdido sem você )
Are you afraid of leaving tonight?
( Você está com medo de ir embora essa noite? )
Cause I am, I'm lost without you
( Porque eu estou, estou perdido sem você )"


"I'll leave my room open till sunrise for you
( Eu deixarei meu quarto aberto até o sol nascer, para você )
I'll keep my eyes patiently focused on you
( Eu manterei meus olhos pacientemente focados em você )
Where are you now? I can hear footsteps, I'm dreaming
( Onde está você agora? Eu posso ouvir seus passos, Eu estou sonhando )
And if you will, keep me from waking to believe this
( E se você for, me impeça de acordar pra continuar acreditando nisso )

Are you afraid of being alone?
( Você está com medo de ficar sozinha? )
Cause I am, I'm lost without you
( Porque eu estou, estou perdido sem você )
Are you afraid of leaving tonight?
( Você está com medo de ir embora essa noite? )
Cause I am, I'm lost without you
( Porque eu estou, estou perdido sem você )"


36º Capitulo - Addicted

'Ei, acorda, preguiçosa.' Ouvi alguém sussurrar em meu ouvido e encolhi os ombros sentindo cócegas. Resmunguei alguma coisa indecifrável, mas não movi um músculo sequer. 'Eu não me importo de passar mais meia hora olhando você dormir.' Senti um braço envolver minha cintura e sorri abrindo apenas um olho encontrando Arthur me encarando com um leve sorriso.
'Ahn.' Resmunguei cobrindo meu rosto com as mãos e ele riu.
'Ah, vai, você fica tão bonitinha quando dorme. Sabia que você sorri?' Ele tirou minhas mãos do meu rosto e eu o olhei arqueando a sobrancelha.
'Hm... provavelmente eu estava sonhando com alguma coisa boa, então.' Falei fechando os olhos novamente.
'Comigo?' Ele perguntou e eu ri. 'Se eu disser que tá nevando você acorda?' Arthur falou em meu ouvido e eu abri rapidamente os olhos.
'Sério?' Sorri me levantando e abri a cortina. 'Neve!' Falei fascinada enquanto os flocos brancos caiam do lado de fora. Incrível como sempre que neva eu fico parecendo uma criança que ganhou o presente que pediu pro Papai Noel. Fiquei observando a rua já com uma camada fina banca e depois virei pra Arthur que estava sentado na cama e me observava sorrindo.
'Que foi?' Ele perguntou quando eu sorri.
'Quando a gente vai sair?' Perguntei animada e sentei de frente pra ele na cama.
'Sair? Lu, tá nevando. Esse é um dia perfeito pra ficar em casa aproveitando a calefação interna!' Ele me empurrou um pouco pro lado se deitando na cama e puxou o cobertor para si.
'Ah não, Arthur!' Deitei por cima dele. 'Por favor, por favor, vamos sair!' Falei dando beijinhos no rosto, pescoço e peito dele. 'Por favor, por favor.' Falei com a voz manhosa.
'Lua, não provoca!' Ele sorriu.
'Então fala que a gente vai sair! Eu quero fazer anjinhos e bonequinhos na neve!'
'Lu, quem devia tá falando isso era o diego!' Dei língua e ele riu.
'O diego também vai adorar. Vamos!' Falei animada e ele rolou os olhos. Continuei deitada em cima dele o encarando sem sorrir.
'Céus, como essa menina me dá trabalho!' Ele bufou e se virou ficando por cima de mim. 'Você nem me deu um beijo de bom dia ainda e já tá me explorando!' Ele aproximou o rosto do meu, mas eu botei uma mão em minha boca.
'Não escovei os dentes ainda!' Falei com a voz abafada e Arthur rolou os olhos saindo de cima de mim.
Fui até o banheiro, escovei os dentes, prendi o cabelo num rabo frouxo e voltei pro quarto. Arthur estava deitado de barriga pra cima e encarava o teto. Parei do lado da cama e fiquei o observando, analisei o rosto perfeitinho dele por alguns segundos, me perguntando como é possível alguém não se apaixonar por ele. Além de todas as outras coisas, ainda consegue ser assustadoramente lindo.
'Que foi?' Ele perguntou sorrindo e me olhando.
'Nada.' Dei de ombros e engatinhei na cama até deitar novamente por cima dele. 'Mudou de idéia?' Perguntei sorrindo feito uma criança.
'Escovou os dentes?' Ele sorriu malicioso e eu gargalhei.
'Ah vaai, Arthur! Eu vou lá acordar o diego!' Falei saindo de cima dele, mas Arthur me puxou e deitou por cima de mim.
'Porque a gente...' Ele começou a beijar meu pescoço. 'Não aproveita um pouco...' Ele foi subindo os beijos. 'Enquanto o diego tá dormindo?' Ele nem me deixou responder e começou a me dar leves beijinhos na boca. Porque quando um cara sabe o efeito que tem sobre uma mulher, adora provocá-la?
'Porque a gente...' Comecei a falar enquanto ele continuava me beijando. 'Não acorda o diego e...' Arthur não me deixou continuar. Senti sua língua passar calmamente por meus lábios e os abri fazendo com que ele sorrisse. Passei meus braços em volta de seu pescoço enquanto ele se apoiava com um braço na cama e sua outra mão massageava minha cintura.
'Péssima idéia!' Ele sussurrou ainda com a boca grudada na minha e voltou a me beijar.
Eu sentia como se cada pedacinho de mim estivesse sendo energizado por uma corrente elétrica, era como se meu sangue circulasse provocando choques. Entrelacei meus dedos no cabelo de Arthur como se aquilo conseguisse me manter sã e senti sua mão apertar minha cintura.
Não importava quanto tempo durasse o beijo, meu coração permanecia completamente descontrolado, à vezes eu tinha a impressão de que ele poderia parar a qualquer momento e ficava me perguntando se aquilo era realmente normal. Mas eu parava de me preocupar com isso, enquanto Arthur estivesse ali comigo, o fato de meu coração estar acelerado ou parado ficava em segundo plano.


'diego, não joga neve assim!' Falei tentando não rir enquanto diego jogava neve em Micael.
'Deixa, Lu. Não tem problema!' Micael falou rindo e jogando um pouco de neve em diego também. Eu ri observando os dois brincarem parecendo duas crianças. Depois Arthur e Chay e Pedro se juntaram a diego, e o pobre Micael foi praticamente soterrado de neve.
'Eles são tão... crianças!' Rayana, a ficante de Pedro que incrivelmente ainda estava com ele, mesmo depois de os meninos falaram da fama do Pedro, riu.
'Se acostume!' Falei vendo Soph e Mel concordarem.
'Meninas!' Chay chamou, e quando olhamos estavam os cinco com bolinhas de neves na mão prontas para jogarem em nós.
'NÃO!' Gritamos juntas e corremos pra dentro de casa rindo.
'Arthur, cuidado com o diego!' Gritei quando eles começaram a jogar neve um no outro.
Eu, Sophia, Rayana e Mel nos sentamos no carpete da sala e começamos a conversar sobre assuntos aleatórios enquanto ouvíamos os gritos e risadas dos meninos do lado de fora da casa.

Quase meia hora depois os meninos entraram na sala rindo e cheios de neve nos cabelos e nas roupas. Eles chegaram perto da gente e sacudiram a cabeça fazendo com que um pouco de neve caísse na gente.
'Tá friiio, poxa!' Mel reclamou se encolhendo e nós três concordamos enquanto Chay a abraçava.
'Mãe, to com fome!' diego reclamou sentando em meu colo.
'E o que você quer comer, meu amor?' O olhei arrumando seus cabelos bagunçados e ele deu de ombros.
'Alguém tá com fome?' Arthur perguntou saindo da cozinha com Pedro logo atrás.
'Céus, você e o diego têm algum tipo de transmissão de pensamentos ou o quê?' Falei o encarando e ele me olhou sem entender. 'O diego acabou de falar que tá com fome.' Ele riu.
'Comida chinesa ou pizza?' Pedro perguntou pegando o telefone.
'Nossa, comida chinesa! É sempre pizza, pizza, pizza.' Sophia reclamou levando um leve pedala de Arthur.
'Eu prefiro pizza!' Ele falou se sentando do meu lado.
'Sua opinião é a de menos. Pedro, pede comida chinesa!' Falei séria e Arthur me olhou assustado. 'Awn, eu to brincando, bobão!' Apertei suas bochechas e ele fez careta.
'Achei que você fosse bipolar.' Ele passou as mãos pelas bochechas ainda com a careta.

Depois que Pedro pediu a comida ficamos todos jogados pela sala falando besteiras enquanto a televisão estava ligada passando Os Simpsons. Hommer, Margie e o resto da família Simpson não eram exatamente o centro das atenções naquele momento. Eu estava conversando com Rayana, Pedro e Arthur até olhar pro lado e ver Sophia e Micael se agarrando.
'Ei, existe uma criança no recinto!' Falei alto tapando os olhos de diego.
'Façam que nem o Chay e a Mel e vão pra um quarto!' Arthur me apoiou dando risada.
'A comida já vai chegar, nem dá tempo.' Micael sorriu malicioso e levou um tapa de Sophia. 'Lu, vira o diego pro outro lado e me deixa aproveitar um pouco da minha namorada!' Ele falou antes de voltar a beijar Sophia.
Joguei uma almofada em cima dos dois, mas ele nem ligaram. Sentei de costas para eles com diego em meu colo e Arthur, Pedro e Rayana riram.
Não demorou muito e o almoço chegou fazendo com que todos fossemos pra mesa, incluindo Chay e Mel que apareceram descabelados e ofegantes.


'Tá com frio?' Arthur perguntou enquanto caminhávamos de volta pra casa de Chay.
Depois do almoço eu, ele Pedro e Rayana fomos caminhar pelo bairro e aproveitar um pouco o frio gostoso que estava fazendo. Eu e Arthur caminhávamos mais atrás de mãos dadas, diego preferiu ficar brincando de guerra de neve com Micael e Chay enquanto Sophia e Mel aproveitavam pra ver um programa de fofocas sobre famosos que elas tanto falavam.
'Só um pouco.' Sorri fraco e Arthur retribuiu apertando carinhosamente minha mão. 'Tem falado com a sua mãe? Faz algum tempo que não falo com ela.' Comentei lembrando da ultima vez que tinha falado com Katia, provavelmente umas duas semanas antes.
'Ela me ligou ontem, parece que a situação da tia Anne melhorou bastante.' Ele parou por alguns segundos. 'Acho que daqui a algumas semanas ela já pode até sair do hospital!' Ele sorriu sincero e eu retribui.
'Assim que eu tiver um tempinho vou ligar pra ela.' Suspirei observando a neve derretendo em frente ao jardim da casa de Chay. 'Não quero entrar. Tá tão bom esse frio aqui fora.' Fiz bico e Arthur riu.
'Então vamos lá pro fundo.' Ele falou me puxando para o lado da casa que dava acesso ao jardim de trás.

Nos fundos havia uma mesa com algumas cadeiras ao redor e na varanda estavam duas espreguiçadeiras. Me deitei em uma e Arthur se deitou na outra puxando a minha para perto da dele.
Ficamos longos segundos em silêncio, apenas ouvindo nossas respirações calmas e vez ou outra risadas vindas de dentro da casa, principalmente de Micael e diego. Ouvi musica começar a tocar em alguma das casas vizinhas e quando reconheci comecei a cantar junto. ( Love Like This - Natasha Bedingfield)

"When this life tries to keep us apart
( Quando a vida tenta nos manter afastados )
You keep callin' me back to your heart
( Você continua me chamando de volta para o seu coração )
Let me hear you say,
( Me deixe te escutar dizer, )
I'm so glad you found me, wrap you all around me
( Estou tão feliz que me encontrou, envolvo você em mim )
I'd never find a love like this
( Nunca encontrarei um amor como esse )"


Cantei alto e vi que Arthur me olhava sorrindo.
'Eu sei que canto mal.' Dei língua e ele riu alto.
'Ná, é bonitinho você cantando.' Ele falou sincero entrelaçando nossos dedos. 'Sua mão tá gelada.' Ele comentou e eu sorri. 'E seu nariz tá vermelhinho.' Ele sorriu.
'To com frio.' Falei vagamente. 'Quer entrar?' Perguntei o olhando e ele negou balançando a cabeça e se levantando um pouco da espreguiçadeira.
'Eu sei uma forma mais legal pra te esquentar.' Num movimento rápido ele trocou de cadeira e se deitou por cima de mim deixando minhas pernas entre as suas. 'Prefere entrar?' Ele perguntou olhando em meus olhos e eu mordi o lábio balançando a cabeça.
'Aqui tá bom.' Respirei fundo sentindo o seu perfume intoxicante e sorri.
Arthur passou o nariz calmamente por minha bochecha me fazendo rir baixinho.
'Seu nariz tá geladinho.' Falei fazendo cara de criança e ele sorriu.
'O seu também.' Ele passou o nariz no meu me fazendo sentir cócegas. Meu coração, como sempre, começou a bater descontroladamente e se a musica ainda não estivesse tocando alta, provavelmente nós dois conseguiríamos escutar.
Arthur encostou levemente seus lábios nos meus e eu pude sentir que eles também estavam gelados, mas ainda assim me causavam uma sensação boa. Eu ia aprofundar o beijo, mas antes que o fizesse Arthur se afastou um pouco me olhando nos olhos.
'Seu coração já começou a bater mais rápido?' Ele perguntou em duvida me fazendo ficar sem graça. Sorri fraco e balancei a cabeça confirmando. 'Ah, achei que fosse só o meu.' Ele falou num tom aliviado me fazendo rir.
Arthur voltou a encostar nossos lábios, mas dois segundos depois se afastou novamente.
'Você não consegue ouvir não, né? Se você conseguir eu vou ficar realmente constrangido.' Ele fez uma cara inocente e eu tive vontade de apertar suas bochechas, mas minhas mãos estavam confortáveis dentro do bolso de seu moletom.
'Não, eu não consigo, e agradeço a musica alta, ou você conseguiria ouvir o meu também.' Ele riu do meu comentário. 'Agora quer parar de interromper a droga do beijo?' Falei um pouco mais séria e nem tive tempo de pensar em mais nada já que no segundo seguinte ele pressionou seus lábios contra os meus e depois passou a língua por eles me fazendo sentir as ondas elétricas passarem por meu corpo como de costume.
Puxei o cós de sua calça para que ele se ajeitasse em cima de mim e ele finalmente largou seu peso fazendo com que sua mão que antes estava apoiada na cadeira fosse pra minha nuca, enquanto a outra envolvia minha cintura. Minha mão gelada entrou por baixo de seu moletom e ele contraiu o abdômen rapidamente soltando uma risada abafada logo depois.

Arthur pressionava seus lábios com força contra os meus e eu já sentia eles doerem um pouco, mas o calor provocado pelo beijo me fazia tão bem que eu parei de me importar um segundo depois de pensar naquilo.
Minhas mãos começaram a ficar inquietas, assim como as dele. Senti uma de suas mãos passar por dentro de minha blusa enquanto com a outra ele levantou um pouco minha perna se encaixando entre as minhas.
Puxei levemente seu cabelo nos afastando um pouco e desci minha boca até seu pescoço sentindo o cheiro de seu perfume penetrar em meu nariz ainda mais forte. Sua respiração descompassada batia em meu pescoço e ouvido enquanto sua mão passeava por minhas costas passando constantemente pelo fecho do sutiã deixando bem claro o que ele queria. Não que ele precisasse realmente fazer isso pra eu saber quais eram suas intenções, eu podia sentir sua excitação de uma forma bem mais clara.
Comecei a brincar com o elástico de sua boxer e o ouvi respirar fundo soltando um gemido baixo e erm... um pouco desesperado.
'Arthur, é melhor a gente parar por aqui...' Comecei a falar e ele me olhou indignado.
'Sem chance.' Ele ofegou e voltou a me beijar, me fazendo esquecer o resto da frase.
Arthur deslizou sua mão por minha cintura de uma forma provocativa e eu ofeguei em meio ao beijo. Odiava quando ele fazia as coisas apenas pra me provocar, já bastava que ele sabia exatamente o efeito que causava em mim. Se era pra provocar, então ele teria que arcar com as conseqüências.
Passei meus dedos pelo elástico de sua boxer pela parte de dentro e ele encolheu um pouco as pernas me fazendo sorrir. Era legal saber que eu também podia causar esse tipo de efeito nele, apesar de quê, no estado em que ele estava, qualquer mulher poderia fazer aquilo com ele.
'Porra, Lua... não provoca! Você já viu meu estado?' Ele falou pausadamente por causa de sua respiração rápida e descompassada e começou a beijar meu pescoço, eu apenas ri levemente.
'Você que começou.' Falei de uma forma inocente. 'Vai querer parar por aqui ou vai piorar sua situação?' Perguntei de uma forma engraçada e ele encostou a testa em meu ombro pegando fôlego.
'Acho que não têm como ficar pior...' Ele riu sarcástico.

Ouvimos uma gritaria dentro da casa e olhamos assustados pra porta da varanda de onde Pedro saiu e gritou algo como "parem de se pegar e venham aqui dentro!" ou qualquer coisa do tipo.
'Mais essa agora.' Arthur falou fazendo careta. Eu me mexi um pouco pra sair debaixo dele, mas ele me prendeu entre suas pernas. 'Sem chances de sair daqui agora, espera um pouco.' Ele pediu me fazendo rir.
'Você é pesado, Aguiar.' Sussurrei em seu ouvido e ele bufou.
'Não faz isso, droga.' Arthur falou um pouco irritado, mas sua voz estava fraca.
'Mas eu nem fiz nada.' O olhei um pouco assustada e ele sorriu de lado.
'No estado em que eu to agora qualquer movimento seu vai piorar a situação. Então, por favor, Lua, fica quieta.' Ele me olhou e eu concordei silenciosamente passando a mão em seus cabelos para arruma-los. 'Suas bochechas rosadas são engraçadas.' Ele comentou rindo e observando meu rosto.
'Não é só você que sofre as conseqüências, engraçadinho. A única diferença é que as suas são um pouco constrangedoras.' Dei língua e ele riu alto.
'Vocês vão entrar ou não? O Chay quer dar uma noticia e eu to curioso, porra!' Pedro novamente abriu a porta da varanda.
'Espera, leke!' Arthur falou sério fazendo Pedro entrar em casa rindo.

Nos levantamos minutos depois, antes de entrar em casa ajeitei meu cabelo e minhas roupas e Arthur fez o mesmo.
'Finalmente, cara! Achei que estivessem fazendo outro filho!!' Micael falou fazendo todo mundo rir, inclusive Arthur.
'Micael!' Falei séria o olhando feio ele tapou a boca como se pedisse desculpa. diego estava em seu colo e sorriu pra mim quando fui me sentar ao lado dele com Arthur.
'Vai, fala logo, Chay!' Pedro jogou a almofada que estava em seu colo.
'Então, como vocês sabem, o James estava encarregado de entregar nossa demo lá na gravadora. Já tem um tempo que ele tá tentando fazer isso, mas ele acabou de me ligar... E ELE CONSEGUIU!' Ele gritou a ultima frase e os meninos gritaram também. 'Calma, tem mais.' Chay levantou a mão e sorriu. 'A gravadora quer que a gente vá até lá tocar ao vivo pra eles!' Depois dessa os meninos se jogaram em cima de Chay gritando descontroladamente.
'Cara, eu não acredito!' Micael gritou abraçado aos outros.
'Quando a gente vai?' Arthur perguntou olhando pra Chay.
'No começo do mês que vem!' Ele comemorou.
'Onde é a gravadora?' Eu perguntei achando que seria em Londres mesmo.
'Em Dublin.' Chay respondeu. 'E provavelmente vamos ficar umas duas semanas por lá.' Ele falou e eu abri a boca pensando em falar alguma coisa, mas não falei nada.
'Cara, isso merece um brinde. Chay, pega a cerveja!!' Pedro gritou e Chay correu para pegar as latas de cerveja na cozinha.

'Você ficou quieta de repente.' Arthur comentou me abraçando pela cintura e me puxando pra perto dele, fazendo com que eu descansasse minha cabeça em seu ombro.
'Só to cansada.' Falei suspirando e fechando os olhos.
'Tem certeza?' Ele perguntou me olhando, eu encarei seus olhos por alguns segundos e depois fechei os meus sem responder nada. 'Se você não me disser eu vou ter que começar a adivinhar.' Ele falou num tom de reprovação e eu encolhi um pouco os ombros.
'Não é nada, besteira minha.' Falei baixo rezando pra ele mudar logo de assunto.
'Você não é muito boa com mentiras.' Ele comentou vagamente e eu novamente não respondi nada.
Observei Chay e Mel sentados perto da gente, abraçados e conversando baixinho. Ela ia com eles pra Dublin, ela não é uma droga de estagiária escrava que não pode se afastar durante duas semanas sem perder o emprego.
'Sabe... duas semanas passam rápido.' Arthur falou me apertando ainda mais em seu abraço e como num passe de mágica eu já me senti mais tranqüila.
'Acho que sim.' Falei brincando com o cordãozinho do seu moletom.
'Eu tenho certeza que sim.' Ele pegou em meu queixo levantando um pouco meu rosto e sorriu.
Fiquei encarando seus olhos por alguns instantes, quanto mais eu os olhava, mais eles me pareciam sinceros. Aproximei meu rosto do dele e encostei nossas testas fechando meus olhos e respirando fundo para conseguir guardar aquele perfume que por duas semanas iria estar ausente.
Senti seus lábios encostarem levemente nos meus e levei minha mão até sua nuca o impedindo de se afastar. Era aquela a melhor sensação que eu podia ter, era a certeza de que ele estava ali comigo, de que eu teria sempre seus olhos pra me acalmarem, seu perfume pra me intoxicar e sua boca colada na minha fazendo com que meu coração batesse descontroladamente.-


37º Capitulo - Addicted

(n/a: vão botando pra carregar, a musica é importante! Leave Out All The Rest – Linkin Park)

'Arthur, você ainda tá vestido assim?' Falei já um pouco irritada. Já devia ser a quarta vez que eu entrava na sala e via Arthur de boxer jogado no sofá.

A festa em comemoração às Bodas de Prata dos pais de Sophia seria em menos de uma hora. Eu já estava praticamente pronta, assim como diego, só faltava Arthur resolver se mexer do sofá, e confesso que eu já estava quase tirando ele dali a vassouradas.
'Lu, a festa é só daqui a uma hora!' Ele falou sem se mexer e eu bufei.
'Arthur, eu já disse que a Soph pediu pra chegar um pouco antes. Vai, por favor, toma banho e vai se arrumar.' Pedi fazendo cara de criança e juntando minhas mãos.
'Odeio quando você faz essa cara, sempre funciona!' Ele se levantou balançando a cabeça e me fazendo rir. 'Também odeio quando você fala parecendo a minha mãe!' Arthur passou os braços por minha cintura e eu espalmei minhas mãos em seu peito nu.
'A diferença é que nem a sua mãe teria tanta paciência.' Falei sorrindo e ele negou balançando a cabeça.
'A diferença é que eu não durmo com a minha mãe!' Ele me deu um selinho rápido e correu pro quarto.
'Iidiota!' Falei alto e o ouvi dar risada já dentro do quarto.

'Já disse que você tá linda?' Arthur comentou pela milésima ou bilionésima vez, e eu já estava quase procurando um buraco pra me esconder.
'Já, Arthur. Quer parar de me deixar sem graça?' Falei dando um soquinho em seu braço e ele riu. Estávamos na entrada da casa dos pais de Sophia, Kat estava com diego no colo mais atrás, ele certamente dormiria no meio da festa então achei melhor leva-la para que ele não ficasse sozinho num quarto.
'Amiiiga!' Sophia me abraçou já bem alegrinha.
'Sophia, você já tá bêbada? A festa nem começou ainda!' Falei rindo enquanto ela abraçava Arthur.
'Tô bêbada nada, lesada! Só estou... feliz!' Ela bebeu um gole do champanhe e eu olhei pra Arthur que segurava o riso. 'Vem, vamos entrar. Essa festa hoje promete!' Ela me puxou pela mão e eu puxei Arthur comigo.
'Cadê o Micael?' Perguntei olhando em volta.
'Ali, conversando com meu pai!' Ela apontou para os dois que conversavam animadamente.
'Uh, conversa de sogro e genro.' Arthur falou com uma cara assustada e nós rimos.
'Você não precisa se preocupar com isso, Aguiar.' Sophia riu. 'O seu tá loooonge.' Ela abriu os braços e eu tive certeza de que ela já estava bêbada.
'Cala boca, Sophia.' Falei dando um tapinha em seu braço.
Senti a barra do meu vestido ser puxada e olhei pra baixo encontrando diego me olhando com um bico enorme.
'Diga, meu amor!' Falei me abaixando um pouco.
'To com fome.' Ele cruzou os bracinhos emburrado e eu sorri. Céus, meu filho é um faminto.
'O que você quer comer?' Perguntei e ele levantou os ombros. 'Soph, o que tem aí pra eu poder dar pra ele comer?' Perguntei a olhando e ela pensou por alguns segundos.
'Hm... eu sei que o prato principal de hoje a noite é penne, ele gosta?'
'Esse aqui é igual ao pai, amiga, o que derem ele come.'
'Hey, eu ouvi isso!' Arthur falou se virando pra nós depois de pegar um copo de champanhe com o garçom. 'Deixa que eu levo ele lá.' Ele me entregou o copo, me deu um selinho e depois pegou diego no colo o levando até a cozinha.

'Então, como andam as coisas entre vocês?' Sophia perguntou quando sentamos no sofá.
'Tudo bem, por quê?' A olhei sem entender e ela deu de ombros.
'Hm... bem em todos os sentidos?' Ela respondeu com outra pergunta.
'Quer ser mais direta, Sophia? Pergunta logo o que você quer saber!' Sophia sempre fica fazendo rodeios, ao invés de perguntar logo.
'Vocês já transaram?' Ela falou baixo e eu ri levemente. É, ela estava bêbada.
'Nop.' Falei simplesmente olhando algumas pessoas que tinham acabado de chegar e a mãe de Sophia os cumprimentavam.
'Você não tá preparada ainda?' A olhei e balancei a cabeça.
'Não é isso. É só que... ainda não surgiu a oportunidade certa.' Dei de ombros vendo a mãe de Soph fazer um sinal para que ela fosse até lá.
'Então aproveite essa festa, aqui tudo pode acontece-er!' Ela cantarolou e se levantou me deixando sozinha no sofá. Ri comigo mesma sem acreditar nas coisas que ela podia dizer quando bebia.

Fiquei algum tempo no sofá olhando as pessoas que chegavam enquanto eu tomava o champanhe. Senti o sofá ao meu lado afundar e quando olhei para o lado me deparei com um par de olhos verdes me encarando.
'Hey!' O moreno falou simpático e eu sorri desviando meu olhar. Céus, os olhos dele eram totalmente hipnotizantes. Observei as pessoas que enchiam a casa enquanto sentia o par de olhos verdes ainda me encarando. Ótimo, era tudo que eu precisava!
'Erm... você é a Lu?' Ele falou interrompendo meus pensamentos e eu o olhei tentando reconhecer seu rosto de algum lugar.
'Sou.' Falei em duvida e o olhei durante mais alguns instantes. 'Desculpa, eu não lembro de você.' Acabei falando e ele sorriu.
'Eu sou o Jason, o primo da Soph! Faz tanto tempo que a gente não se vê.' Ele falou meio sem graça e eu abri um pouco a boca tentando falar alguma coisa.
Ok, até onde eu me lembrava Jason era o primo magrelo chato da Soph que ficava nos importunando quando éramos um pouco mais novas. O pai dele acabou sendo transferido pra Nova York e ele foi junto, para minha felicidade e de Sophia.
'Tá falando sério?' Falei ainda sem acreditar e ele soltou uma gargalhada.
'Eu mesmo, acho que mudei um pouco.' Ele ficou um pouco sem graça. Um pouco? Amigo, você ficou extremamente gostoso!
'Jason, você mudou muito!' Falei sorrindo. 'Você voltou de Nova York?' Perguntei ficando mais a vontade e engatamos uma conversa sobre o novo emprego dele e como ele havia sido transferido novamente para a Inglaterra.

Realmente ele tinha mudado bastante, de chato (e magrelo) ele não tinha mais nada, muito pelo contrário, agora ele era super simpático e inteligente. Conversamos e rimos durante mais de meia hora, ficávamos lembrando das coisas que fazíamos quando éramos mais novos, ele vivia grudado em Sophia, apenas para nos encher o saco. Coisas de meninos.
'Na verdade naquela época eu era meio apaixonadinho por você, por isso que eu te enchia tanto o saco.' Ele confessou corando um pouco e eu procurei um buraco para enfiar minha cabeça.
'Jason, você devia tratar melhor as garotas por quem você se apaixona!' Falei sorrindo totalmente sem graça.
'É, já aprendi a lição!' Ele riu.
Vi Sophia se aproximar de nós sorrindo com mais um copo de champanhe na mão.
'Erm.. Jason, posso roubar a Lu rapidinho?' Ela falou sorrindo e ele assentiu.

'Que foi?' Perguntei sem entender quando ela me puxou pro outro canto da sala.
'O Jason ficou gostoso né?' Ela soltou uma risadinha olhando o primo ainda sentado no sofá.
'Sophia, você me chamou aqui pra isso?' Perguntei um pouco indignada. Qual é, meu papo com o Jason tava legal.
'Ah, não, não!' Ela balançou a cabeça como se espantasse os pensamentos impuros com o proprio primo. Pobre Micael! 'Lu, pelo amor de Deus, eu não agüento mais olhar a cara fechada do Arthur e ele perguntar de cinco em cinco minutos "quem aquele cara pensa que é pra fazer a minha garota sorrir daquele jeito?" ou então "Soph, eu vou quebrar a cara do seu primo, blábláblá"' Ela imitou a voz do Arthur me fazendo rir.
'Ai céus, não acredito que o Arthur tá com ciúmes.' Falei balançando a cabeça.
'É que, sabe... eu meio que deixei escapar que o Jason era apaixonadinho por você.' Ela fez uma cara culpada.
'Você o quê?' Tive que manter minha voz controlada. 'E espera aí, você sabia que ele era apaixonado por mim?'
'Ah, uma noite a gente ficou um pouco bêbado e eu o fiz confessar, mas jurei que não te contaria.' Sophia olhou pro chão evitando meu olhar e eu bufei.
'Juro que um dia eu te mato, Sophia. Só não faço isso agora porque eu acabei de ver a cara fechada do Arthur e ele tá muito perto do Jason. Epa!' Falei puxando Sophia e atravessei a sala rápido passando por Arthur e o puxando pela mão para longe do Jason.
'Vamos dançar!' Falei animada entrelaçando meus braços em seu pescoço e ele me olhou irritado.
'Antes eu preciso acertar umas coisinhas com aquele...' O interrompi.
'Não precisa acertar nada com ninguém, Arthur. Eu to aqui, não to?!' Perguntei e ele continuou olhando feio pra Jason. 'Olha pra mim!' Falei o puxando pelo queixo fazendo com que nossos olhares se encontrassem. 'Eu tô aqui com você agora, ok? Deixa o Jason pra lá.' Falei aproximando meu corpo do dele e lhe dei um selinho demorado ouvindo ele soltar uma exclamação indignada.
'Isso é golpe baixo.' Ele falou emburrado me fazendo rir. 'Só porque eu ia acabar com ele.' Arthur cruzou os braços em volta da minha cintura me abraçando apertado.
'Deixa de ser bobo, Arthur. A gente só tava jogando conversa fora.' Falei sorrindo.
'Você é muito inocente, Lu. Eu vi os olhares que ele dava pra você e sei bem no que ele tava pensando, no mínimo ele devia tá imaginando você sem roupa!' Dei um tapinha em seu braço e ele riu. 'É sério.' Ele olhou novamente pra Jason que estava conversando com uma garota qualquer e eu novamente o puxei pelo queixo para que ele me olhasse.
'Encerrou o assunto.' Falei dando um ponto final naquela conversa e ele ficou calado.

Ficamos dançando alguns poucos minutos, e depois fomos pro lado de fora da casa onde os outros meninos estavam. Sophia estava sentada no colo de Micael com mais um copo cheio de champanhe na mão, Chay, Mel, Pedro e Rayana estavam sentados em uma das várias mesas que tinham por ali. Olhei em volta percebendo que ainda nem tinha reparado na decoração que estava realmente bonita. As toalhas de mesa eram todas em pérola com detalhes dourados, lírios bancos estavam espalhados pela casa e até a iluminação dentro e fora da casa era perfeita.
Depois de cumprimentar todo mundo, sentei na cadeira ao lado de Arthur e olhei em volta procurando por diego.
'A Kat tá com ele.' Arthur falou como se lesse meus pensamentos. 'Parece que tem outras crianças na festa e eles estão brincando.' Eu sorri balançando a cabeça e ele pegou minha mão entrelaçando nossos dedos.

A risada escandalosa de Sophia chamou a atenção de pelo menos metade de festa. A olhei ainda sentada no colo de Micael que segurava o riso balançando a cabeça, ela tinha dito alguma besteira, fato.
'Ah, vocês precisam ouvir isso! Essa cantada é infalível!' Ela ria mais do que falava.
'Amor, você devia parar de beber.' Micael riu tentando tirar o champanhe da mão de Sophia, mas ela afastou a mão em que segurava o copo.
'Preciso nada, Micael. Deixa eu contar, é engraçado!' Ela riu novamente se virando de frente pra mesa enquanto nós quatro esperávamos ela falar.
'Lá vem besteira.' Pedro comentou rindo e Sophia mostrou o dedo do meio pra ele.
'Essa cantada é impossível de resistir.' Ela fez pose séria para falar a cantada. "Oi gatinho, vamos ali pro canto porque eu peidei aqui!"'Se eu disser que Sophia se matou de rir ainda seria pouco. Se Micael não a tivesse segurado ela provavelmente rolaria no chão com as pernas para o ar.
'Cara, não acredito que eu ouvi isso.' Chay riu, aliás, todos rimos de tão idiota que era.
'Micael, tira esse copo da mão dela!' Falei controlando o riso.
'Amor, é sério, me dá esse copo.' Micael falou um pouco mais sério pegando o copo da mão de Sophia.
'Ai que saco, Micael. Você não quer nem deixar eu me divertir. Me deixa em paz!' Ela se levantou emburrada e entrou na casa nos deixando com cara de nada.
Eu ia me levantar pra ir atrás dela, mas Micael levantou a mão me impedindo.
'Deixa, Lu, eu vou lá.' Ele sorriu fraco e seguiu o mesmo caminho que Sophia tinha feito segundos antes.

'To preocupada com a Soph.' Falei depois de um tempo enquanto brincava com os dedos da mão de Arthur. Continuávamos sentados na mesa do lado de fora da casa, mas agora estávamos sozinhos. Chay e Mel estavam dançando ali perto e Pedro e Ray tinham sumido a um tempo.
'Aposto que ela e o Micael já estão num quarto se divertindo, enquanto você perde seu tempo se preocupando com ela.' Ele falou divertido me fazendo rir. Talvez ele tivesse razão.
Encostei minha cabeça em seu ombro e ele passou um braço por minha cintura. Fiquei observando como Chay e Mel eram fofos juntos, eles dançavam conversando baixinho e sorrindo o tempo todo, eles formavam um casal realmente lindo.
'It's amazing how you can speak right to my heart…' Comecei a cantar acompanhando a musica que tocava. 'Without saying a word, you can light up the dark.'
'Quer dançar?' Arthur perguntou me olhando e eu sorri.
'Quero!' Falei animada e ele se levantou me puxando pela mão para um lugar próximo onde Chay e Ash estavam. 'Eu aaaamo essa música.' Falei passando meus braços por pescoço e ele sorriu me abraçando. ( When You Say Nothing At All- Ronan Keating)

"All day long I can hear people talking out loud
( Durante o dia consigo ouvir pessoas conversando alto )
But when you hold me near, you drown out the crowd
( Mas quando você me traz para perto você destrói a multidão )
Try as they may they could never define
( Tentem como quiser, eles nunca vão conseguir definir )
What's been said between your heart and mine
( O que foi dito entre o seu coração e o meu )
"

Nos movimentávamos calmamente junto com vários outros casais que estavam por ali. Sorri pra Ash que retribuiu com uma piscada de olho. A respiração de Arthur batia calmamente em meu ouvido enquanto ele me abraçava apertado. Quando o refrão da musica começou ele cantou baixo.

" The smile on your face lets me know that you need me
( O sorriso no seu rosto me deixa saber que você precisa de mim )
There's a truth in your eyes saying you'll never leave me
( Existe uma verdade nos teus olhos dizendo que você nunca vai me deixar )
The touch of your hand says you'll catch me wherever I fall
( O toque da sua mão me diz que você vai me segurar onde quer que eu caia )
ou say it best, when you say nothing at all
( Você diz isso melhor, quando não diz nada )
"


'Vamos sentar?' Arthur falou fazendo careta, já tínhamos dançado umas seis musicas e meus pés já estavam mesmo começando a doer.
Fomos em direção a mesa em que estávamos sentados antes, mas quando chegamos perto vimos Pedro e Rayana se pegando. Olhei pra Arthur que também olhou pra mim e rimos. Ele apontou um lugar mais afastado no jardim onde tinham alguns puffs também na cor pérola, assim como o resto da decoração. Os puffs ficavam de frente para um pequeno rio que atravessava os fundos de todas as casas e separavam o condomínio. Na outra margem podiam-se ver as outras casas que eram tão bonitas quanto à dos pais de Sophia.

Sentei tirando as sandálias e passei minhas pernas por cima das de Arthur. Ele sorriu me puxando mais pra perto e passou um braço por detrás da minha cabeça, fazendo com que eu deitasse em seu ombro. Sorri sentindo o perfume que exalava do pescoço dele.
'Duas semanas sem te ver.' Ele falou vagamente.
'Duas semanas sem te ver.' Repeti fazendo desenhos abstratos no peito dele.
No dia seguinte a festa ele e os garotos já iriam para Dublin. Os quatro estavam completamente empolgados com o fato de a gravadora ter os chamado para que eles tocassem ao vivo, segundo James, eles tinham boas chances de serem contratados.
'Promete que passa rápido?' Perguntei baixinho.
'Prometo.' Ele respondeu no mesmo tom e tocou levemente em meu queixo me fazendo encarar seus olhos. 'Eu queria que você fosse comigo.' Arthur falou acariciando meu rosto e eu sorri fraco tentando disfarçar a vontade imensa que eu estava de chorar, nem era tanto pelo fato de ficarmos afastados durante duas semanas, era pelo simples fato de que eu não podia ir por causa do estágio. A faculdade eu sabia que podia faltar e no máximo perderia duas provas que eu poderia fazer depois, mas o estágio, se eu faltasse um único dia já ficaria na corda bamba.
'Desculpa.' Falei sincera e encostei meus lábios nos dele imaginando como aquilo faria falta pelos próximos dias. Escorreguei minha mão para sua nuca enquanto sentia sua língua passar calmamente por meus lábios me fazendo abri-los para sentir aquele velho formigamento percorrer meu corpo.
Apertei com força o cabelo de Arthur que estava entre meus dedos e ele mordeu levemente meu lábio inferior. Sua mão desceu de minha cintura até a parte descoberta de minha coxa e ele a acariciou com o polegar. Eu estava descontando toda a minha frustração naquele beijo e só percebi isso quando Arthur mordeu novamente meu lábio com um pouco mais de força e depois voltou a me beijar mais calmamente. Minha mão que estava apertando seu cabelo chegou a doer por causa da força que eu fazia, a relaxei e deixei que ela deslizasse levemente para a nuca dele. Arthur partiu o beijo ofegante e com a boca levemente rosada por causa do meu batom. Nunca tinha acreditado mesmo nessa história de que ele dura vinte e quatro horas. Ele encostou a testa na minha e quando abri meus olhos encontrei os seus me encarando. (n/a: botem a musica do Linkin Park pra tocar!)

Me sentei direito e calcei minhas sandálias rapidamente, levantei e estendi a mão pra Arthur que sorriu se levantando também. Caminhamos de volta pra casa sem dizer nenhuma palavra, eu o guiei todo o caminho até um quarto no andar de cima da casa, sabia exatamente o que queria naquele momento.

Quando entramos no quarto seus braços rapidamente se fecharam em minha cintura enquanto sua boca procurava pela minha. Ele trancou a porta do quarto enquanto eu tirava o terno que ele vestia. Suas mãos foram até o zíper do vestido tomara que caia que eu vestia e em menos de dez segundos ele já estava caído aos meus pés. Minhas mãos estavam tão inquietas que eu demorei abrindo os dois primeiros botões da camisa de Arthur, ele riu contra minha boca e desabotoou os que faltavam. Espalmei minhas mãos em seu peito passando levemente a unha enquanto tirava sua camisa, e quando ela caiu em seus ombros ele mesmo terminou de tirá-la.
Eu me arrepiava por cada lugar que as mãos de Arthur passavam, era como se elas eletrificassem cada parte do meu corpo. Ele tirou agilmente os sapatos e as meias e me levantou um pouco para me botar ajoelhada na cama ainda me abraçando pela cintura. Desci minhas mãos até o cinto que segurava sua calça folgada e quando eu o folguei elas caíram me fazendo rir.
Me afastei um pouco dele chegando no meio da cama e o puxei pela mão fazendo com que ele ficasse em minha frente também de joelhos. Ele passou a mão por minha bochecha encarando meus olhos e eu sorri sentindo meu peito chegar a doer de tão rápido que meu coração batia. Arthur passou o nariz no meu antes de voltar a colar nossos lábios.

Minhas mãos estavam espalmadas em seu peito nu enquanto as suas percorriam minhas costas e cintura. Ele abriu rapidamente o fecho do meu sutiã e eu agradeci mentalmente por ele ter pegado a prática, minhas mãos continuavam tremendo e nem eu sei se conseguiria fazer aquilo. Com uma mão em minhas costas e a outra apoiada na cama ele me deitou lentamente enquanto olhava em meus olhos fazendo com que eu sentisse calafrios percorrerem minha espinha. Quando Arthur se deitou por cima de mim ele voltou a me beijar enquanto sua mão foi até a barra da minha calcinha e eu ofeguei em meio ao beijo. Ele sempre me fazia ofegar.
Ele partiu o beijo me dando uma leve mordida no lábio e depois beijou lentamente minha bochecha, meu queixo, meu pescoço, meu seio, minha barriga, em baixo do meu umbigo e parou me olhando. Fiquei o encarando incapaz de dizer qualquer coisa, ele puxou um pouco a barra da minha calcinha e eu sorri o encorajando.

Arthur observou meu corpo nu me fazendo ficar completamente sem graça e depois beijou exatamente os mesmos lugares, até chegar novamente em minha boca. Quando eu comecei a descer sua boxer ele mesmo terminou de tirá-la.
Sua mão apertou delicadamente minha cintura e ele encaixou nossos corpos me fazendo suspirar levemente enquanto eu sentia os choques e calafrios ficarem ainda mais fortes.
(daí pra frente vcs devem imaginar ;)

38º Capitulo - Addicted

Saí do banho escutando meu celular tocar insistentemente em cima da cama. Meu cabelo estava pingando e eu tinha medo de escorregar a cada passo que eu dava, odiava sair do banho as pressas sem poder me enxugar direito.
'Alô!' Falei rapidamente sem nem olhar no visor.
'Amiga, quero meu namorado de volta.' Sophia falou com uma voz de criança me fazendo rir enquanto eu voltava para o banheiro, metade do quarto já havia sido alagada.
'Pára de ser carente, Sophia.' Ri a ouvindo resmungar baixo. 'Tem planos pra hoje?' Perguntei pensando que podíamos assistir a algum filme já que era sexta feira.
'Tenho, ficar deitada na cama me entupindo de chocolate enquanto imagino o Micael se divertindo com várias irlandesas.' Argh, as vezes Soph consegue ser pior do que eu.
'Nada de ficar deitada na cama imaginando absurdos. Vem aqui pra casa, a gente vê uns filmes, come uma pipoca, fofoca...' Falei sorrindo e ela demorou alguns segundos pra responder.
'Ok, só vou tomar banho e me arrumar. Beijos.' Antes que eu pudesse responder ela já tinha desligado.
Larguei o celular em cima da bancada do banheiro e voltei a me enxugar enquanto ria ainda imaginando Sophia deitada numa cama pensando no Micael com as irlandesas.
Já havia uma semana desde que os meninos tinham viajado e pra minha surpresa a semana passou rápido. Arthur ligava quase todo dia, geralmente de noite já que ele sabia que esse horário eu estaria em casa. A apresentação deles para a gravadora só aconteceria na outra semana e até lá eles estavam hospedados em uma casa ensaiando todo dia. Claro que à noite eles saiam para os pubs irlandeses e se divertiam, mas aquilo não me incomodava tanto quanto incomodava Sophia, talvez pelo fato do Arthur ter me dito isso ao invés de esconder como Micael fez. Eu sei que ele não escondeu por mal, ele conhece a namorada que tem e sabe o quão ciumenta ela é.
Terminei de secar meu cabelo e vesti uma camiseta básica com uma calça de moletom. Ouvi a risada de Diego vindo da sala onde ele brincava com Kat e sorri passando os dedos pelos cabelos para desembaraçá-los, mas alguns nós me fizeram desistir e pegar um pente para ser mais fácil. Minutos depois fui para a sala para dispensar Kat e esperar por Sophia.
'Hey, Kat, você já pode ir agora, ok?' Sorri e ela retribuiu se levantando para pegar a bolsa.
'Até segunda.' Ela falou da porta e eu acenei brevemente.

'Mãe, papai não ligou hoje.' Diego falou tirando os olhos da tv e eu arqueei a sobrancelha.
'Hm... ainda não, meu amor, mas tá cedo.' Sorri e ele retribuiu voltando a olhar para a tv que passava um desenho qualquer. Menos de vinte minutos depois Sophia já estava lá em casa.
'O Arthur já te ligou hoje?' Ela perguntou enquanto olhava os dvd's espalhados na mesinha da sala.
'Ainda não, mas ele liga geralmente esse horário.' Dei de ombros lendo a sinopse de um filme que ela tinha levado. 'Esse parece ser bom.' Falei mostrando e ela concordou.
'É legal, faz tempo que eu não vejo. Bota lá.' Ela se ajeitou no sofá e começou a brincar com Diego enquanto eu ia até o aparelho de dvd e colocava o disco.
'Lu, o Diego quer pipoca.' Sophia falou rindo e eu botei a mão na cintura a olhando. 'É sério, poxa. Diego, fala pra sua mãe, você não quer pipoca?' Diego me olhou sorrindo e confirmou balançando a cabeça. 'Há-há!' Sophia deu língua e eu dei risada jogando o controle pra ela e indo até a cozinha.

O filme já estava no final quando o celular de Soph começou a tocar e eu pausei para que ela atendesse. Diego milagrosamente ainda estava acordado e brincava com uma miniatura das Tartarugas Ninjas que tinha ganhado do pai.
'É o Micael!' Ela sorriu antes de atender o telefone. 'Hey!' Rolei os olhos sorrindo, ela consegue ser tão boba e apaixonada.
Fiquei encarando o teto enquanto ela jogava conversa fora com o namorado. Provavelmente ao invés de ir em algum pub, eles resolveram ficar bebendo em casa e fazendo coisas que eu preferia não imaginar.
'Lu, cadê seu celular?' Sophia perguntou me despertando e eu olhei para a mesinha da sala achando que o celular estaria por ali.
'Hm... boa pergunta.' Dei de ombros tentando lembrar a ultima vez que eu tinha usado o celular. 'Ah! Eu deixei no banheiro.' A olhei e ela balançou a cabeça.
'O Arthur tá tentando te ligar, idiota!' Ela jogou uma almofada em mim. 'Toma, fala aí com ele.' Ela estendeu o celular pra mim.
'Hey!' Sorri percebendo que eu fiz a mesma coisa que Soph tinha feito.
'Muito bonito não atender o telefone pra mim, né?' Arthur se fingiu de bravo e eu ri.
'Desculpa, deixei ele lá no quarto e vim aqui pra sala ver filmes com a Soph.' Fiz careta mesmo sabendo que ele não veria. 'Resolveram ficar em casa hoje?' Mudei de assunto.
'É, todo mundo meio cansado dos ensaios, resolvemos ficar por aqui com algumas cervejas e jogando conversa fora.' Ouvi algum dos meninos gritar alguma coisa e todos eles riram. 'O Pedro já tá meio bêbado aqui. Sai cara, que nojo!'
'Ok, eu não quero saber das nojeiras que vocês devem estar fazendo por aí.' Ri.
'Não queira mesmo.' Mais risadas. 'É melhor eu ir antes que o Pedro faça mais porcarias. Aproveita aí o filme com a Soph.' Ele suspirou e depois falou mais baixo. 'Você faz falta aqui.' 'Você faz falta por aqui também.' Falei no mesmo tom encarando minhas mãos e senti alguém cutucar meu braço. 'O Diego quer falar com você, vou passar pra ele. Beijo.' Passei o telefone pra Diego que ficou conversando e rindo de todas as besteiras que Arthur devia estar lhe falando.


'Ufa, ele finalmente dormiu.' Falei voltando pra sala.
Depois que o filme terminou eu e Sophia ficamos conversando até que Diego finalmente reclamou do sono e eu o levei pro quarto e fiquei lendo algumas histórias até que ele dormisse.
'Tem alguma bebida alcoólica aí?' Sophia sorriu jogada no sofá me fazendo rir.
'Tem cerveja na geladeira.' Falei lembrando que Arthur tinha comprado algumas e ainda estavam lá. Sophia concordou e eu fui até a cozinha pegando duas latinhas na geladeira e voltando pra sala.
'Se eles podem, a gente também pode!' Ela bateu a lata na minha fazendo um brinde e dei uma risada alta. 'A gente podia chamar um gogo boy!' Ela falou naturalmente e eu a olhei com a sobrancelha arqueada, quando ela também me olhou caímos na risada.
'Eu tenho pena do Micael.' Falei em meio a crise de risos e ela me deu um tapinha no braço.
'Tem que ter pena é de mim, magina eles lá se divertindo com as irlandesas e a gente em casa.' Ela fez careta.
'Soph, eles estão em casa, nem começa!' Ela deu de ombros.
'Hooooje eles estão em casa. E quem garante que eles não chamaram uma dançarina do ventre?' Sophia consegue pensar tantos absurdos.
'Ai, Sophia, deixa isso pra lá. O que os olhos não vêem o coração não sente.' Dei de ombros e ela bufou.
'Você e essa sua filosofia de merda.' Ela jogou uma almofada em mim. 'Já pensou em casar?' Ela mudou completamente de assunto e eu a olhei sem entender. 'Ah, sei lá, nesses últimos meses eu venho pensando nisso. Não somos mais duas adolescentes, Lu.' Ela me olhou e eu concordei balançando a cabeça vagamente.
'Nesse ultimo ano eu tive tantos problemas, que casamento era uma coisa completamente fora de cogitação.' Suspirei.
'Mas e agora, que você o Arthur estão bem?' Ela sentou direito no sofá e eu fiz o mesmo cruzando as pernas.
'Não sei.' Dei um gole na cerveja enquanto a palavra casamento soava em minha mente. 'Às vezes eu meio que encaro tudo isso como um casamento. A gente mora junto, temos um filho, passamos por problemas, não é exatamente como se fossemos um casal fofinho de namorados.' Sophia concordou.
'Namorados... soa bonito, né?' Ela riu e eu concordei sorrindo imaginando quando eu ia poder chamar o Arthur de namorado. 'Não acho que isso passe muito pela cabeça do Micael, pelo menos não agora. Mas na do Arthur... não sei.' Ela ficou pensativa por alguns instantes enquanto eu a olhava. 'Por mais que ele seja aquele crianção, bobo e tal, eu acho ele bem sério quando o assunto é você e o Diego. Ele realmente leva vocês a sério, ele não é um pai inconseqüente e nem nada.' Ela me olhou enquanto eu absorvia suas palavras.
'O Arthur é muito imprevisível, nunca consigo saber qual vai ser o próximo passo dele.' Dei de ombros.
'É, vai que ele chega de Dublin com uma aliança.' Ela falou séria, mas nós rimos logo depois. 'Você nunca contou pra ele o que aconteceu minutos antes do acidente?' Ela me olhou e eu neguei mordendo meu lábio inferior. 'Mas se você contasse...'
'Eu não vou.' A interrompi séria e ela deu de ombros bebendo um gole da cerveja.


'Lu, posso dormir aqui?' Soph perguntou já com os olhos fechados e deitada no sofá. O que algumas latinhas de cerveja não fazem.
'Pode sim, sua bêbada.' Dei risada. 'Vai ficar aí? Não prefere ir lá pro quarto?' Perguntei pegando as latinhas de cerveja da mesa.
'Nah, aqui tá bom. Boa noite!' E como num passe de mágica ela dormiu. Eu ri silenciosamente e fui até a cozinha jogar as latinhas fora.
Antes de ir pro quarto olhei Diego que dormir tranquilamente. Quando peguei o celular que tinha deixado no banheiro vi que tinha uma mensagem.

" 'I want to touch you, and sleep with you' você ia amar a paródia que fizemos de all about you.
Acho que estamos bêbados! Haha boa noite, amor. Arthur xx"


Sorri instantaneamente quando li a palavra "amor". Pensei em responder alguma coisa, mas antes que meu cérebro fosse capaz de pensar em uma resposta legal, eu apaguei.

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