17º Capitulo
‘Yo Leke!’ Atendi o celular sorrindo quando vi o nome da Sophia no visor.
‘Que é isso, Lua? Tá virando mano agora?’ Ela riu escandalosamente e eu tive que controlar o riso já que estava no meio do horário de trabalho.
‘Fala logo o que você quer pentelha, se a Margot–vivo–na–TPM me pegar falando no celular eu certamente serei chutada desse estágio.’ Fiz uma careta lembrando da minha chefe insuportável e com cara de coruja seca.
‘Ok, só liguei pra saber se você e o Aguiar aceitam ir ao cinema hoje à noite, programa de casal! Eu e o Micael, você e o Arthur, Mel e Chay e bem... acho que o Pedro não vai querer segurar vela, né?’ Ela fez uma voz mais desanimada.
‘Ahn, pobre Pedro. Isso que dá querer ficar com a vida de pegador.’ Ri baixo e de repente lembrei de uma pessoa! ‘NÃO!’ Gritei sem querer e algumas pessoas a minha volta me olharam estranho, me afundei na cadeira e sorri pedindo desculpas. ‘Soph, liga pro Pedro, fala pra ele ir! Já sei exatamente quem pode ajudá-lo!’ Sorri comigo mesma achando minha idéia genial.
‘O quê? Me conta!!’ Soph falou animada, mas eu a cortei.
‘Nãnão! Liga pro Pedro e o obriga a ir, o resto deixa comigo! Te amo, cachorra!’ Desliguei o telefone imaginando os nomes feios que Soph deve ter me xingado.
Quando saí do elevador, no hall de entrada do apartamento já consegui ouvir as risadas de Diego dentro de casa. Sorri comigo mesma pensando na bagunça que ele e Arthur estavam aprontando e entrei em casa.
‘Mããe!’ Diego correu até mim e abraçou minhas pernas com um sorriso sapeca no rosto.
‘Hey, filhote!’ O carreguei beijando sua bochecha e ele apontou pro chão onde Arthur estava sentado nos olhando com um sorriso. ‘O que é que vocês dois estão aprontando aí?’ Me aproximei de onde Arthur estava e vi massinhas coloridas espalhadas por uma toalha, se eu encontrasse massinha grudada no carpete da sala eu realmente não me responsabilizaria pelos meus atos.
‘Massinha.’ Diego falou pegando um pouco da massa vermelha e eu ri sentando ao lado de Arthur.
‘Coloquei a toalha pra não fazer sujeira. Eu sei que você não me perdoaria se eu melecasse seu carpete.’ Ele zoou imitando minha voz e eu lhe dei um pedala.
‘Ainda bem que você sabe mesmo.’ Dei de ombros e sorri. ‘A Soph me ligou hoje mais cedo chamando pra gente ir ao cinema.’ Falei observando Diego brincar.
‘Hum.’ Ele falou simplesmente sem desviar o olhar da tv. Bufei e levantei do chão indo pro quarto. Se ele não queria ir, eu iria sozinha. Tudo bem que eu ia segurar vela, mas quem se importa?!!
Peguei a toalha e entrei no banheiro frustrada com a reação de Arthur. Tomei um banho quente escolhendo mentalmente uma roupa para ir e minutos depois saí do banheiro enrolada na toalha.
Quando estava pegando minha roupa no armário Arthur entrou no quarto.
‘Vai sozinha?’ Ele perguntou irônico e eu contei até dez antes de responder.
‘Vou.’ Falei seca e irritada por não achar a blusa que eu queria.
‘E se eu não deixar?’ Ele se aproximou fazendo uma voz um tanto quanto sexy. Desculpa Arthur, mas esse seu joguinho não cola comigo. Mentira, cola e muito, mas eu não ia facilitar as coisas pra ele.
‘Você não manda em mim!’ Sorri falsamente e voltei minha atenção para o armário procurando a maldita blusa.
‘Você acha...’ Ele começou falando e beijando meu ombro. ‘Que eu vou deixar...’ Ele foi subindo os beijos por meu pescoço. ‘Você ir sozinha num cinema... cheio de marmanjos?’ Ele completou a frase dando um beijou em minha orelha. Minha situação não era das melhores. Pernas bambas; ok, respiração falha; ok, coração acelerado; ok.
‘Já disse que você não manda em mim.’ Falei pausadamente tentando manter a calma. ‘E nem adianta vir com esse joguinho, você não vai me comprar!’ Falei rápido e dei de ombros.
‘Não quero te comprar.’ Ele falou no meu ouvido abraçando minha cintura, haja auto controle! ‘Eu não ia perder a chance de te agarrar no escurinho do cinema, Lua.’ Ele falou pausadamente e com a voz extremamente sexy. Me virei pra ele com a sobrancelha levantada e ele sorriu maroto.
‘Arthur, eu vou ao cinema pra ver o filme.’ Sorri com as mão na cintura e ele soltou uma risadinha abafada.
‘Quando a gente chegar lá eu te convenço que a minha idéia é melhor.’ Ele piscou, me de um selinho rápido e entrou no banheiro. Bufei frustrada e voltei a minha procura pela blusa dentro do armário.
‘Eu ainda não entendi porque a gente tem que pegar a Vicky!’ Arthur falou pela milésima vez enquanto estávamos no carro esperando Vicky sair de casa.
‘Arthur, pensa bem. Nós somos 3 casais, certo?’ Falei devagar e ele concordou. ‘Mas a sua banda é formada por 4 garotos, correto?’ Ele concordou novamente. ‘Acho que você não ia querer deixar seu caro amigo Pedro de vela, ia?’ Levantei a sobrancelha sugestiva e ele abriu a boca parecendo ter entendido.
‘Lu, você é uma gênia!’ Ele sorriu pra mim e eu fiz uma cara convencida.
‘Hey, Vicky!’ Sorri observando a prima de Arthur entrar no carro sorridente.
‘Boa noite, casal!’ Ela falou animada e logo depois engatamos uma conversa animada sobre o Pedro. Arthur apenas ouvia tudo calado e de vez em quando ria zoando o amigo.
Quando chegamos ao shopping caminhamos apressados até o cinema, já estávamos atrasados.
‘Casal atrasadinho!’ Soph falou irônica e eu rolei os olhos rindo. ‘Hey, Vicky!’ Ela falou me olhando sem entender.
‘Cadê o Pedro?’ Perguntei animada e Vicky sorriu.
‘Tá comprando pipoca!’ Micael apontou para um garoto de costas na fila da pipoca. Olhei pra Vicky e ela piscou pra mim indo em direção ao Pedro.
‘Acho que entendi tudo.’ Sophia sorriu pra mim e eu confirmei com a cabeça. ‘Bom, vamos entrar que daqui a pouco o filme começa. Chay e Ash já estão lá dentro.’ Ela puxou Micael pela mão e Arthur fez o mesmo comigo.
‘Cara, eu não acredito que vocês vão me fazer assistir Juno!’ Micael reclamou enquanto nos acomodávamos nas cadeiras.
‘Cala boca, Micael! Esse filme é ótimo, vocês vão amar!’ Sophia deu um tapinha em seu braço e riu.
‘Concordo com o Micael, esse filme é de mulherzinha!’ Arthur fez careta.
‘Cala boca você também, Arthur!’ Falei séria, mas logo depois eu e Soph caímos na risada. Os dois se entreolharam balançando a cabeça e nós duas entramos em um papo animado sobre o que tínhamos ouvido falar sobre o filme. ‘Eu sou um ótimo cupido!’ Sorri observando Vicky e Pedro entrarem no cinema de mãos dadas.
‘Lu, você é uma gênia!’ Soph repetiu a frase de Arthur e eu sorri.
‘Shh, o filme vai começar.’ Ash nos olhou feio se pronunciando pela primeira vez e a gente riu baixinho.
Arthur brincava com meus dedos e parecia estar muito mais interessado nisso do que no filme, o observei de canto de olho e sorri comigo mesma reparando na cara de tédio que ele fazia.
‘Veio porque quis, eu disse que vinha sozinha.’ Falei baixo perto dele, sem desviar minha atenção da tela do cinema.
‘Não tô reclamando, tô?’ Ele perguntou um pouco emburrado e eu dei de ombros.
‘Nem precisa.’ O olhei rápido e sorri sarcasticamente.
‘Já te disse que preferia aproveitar esse escurinho aqui pra outras coisas, mas você tá quase entrando na tela.’ Ele fez uma voz infantil e eu o olhei com vontade de aperta-lo.
‘Larga de ser chato, Arthur Aguiar.’ Apertei a bochecha dele que fez careta. ‘Você tá perdendo um ótimo filme.’ Dei língua e voltei minha atenção para a tela.
Não demorou muito e Arthur mais uma vez desviou minha atenção do filme, senti ele dar beijinhos em meu ombro descoberto e depois ir subindo por meu pescoço. Respirei tentando manter a calma e o empurrei levemente com o braço. Ele soltou uma risadinha abafada e eu rolei os olhos sem que ele visse. Achei que depois do empurrão ele realmente entenderia que eu estava ali pra ver o filme, mas esqueci que Arthur não se dá por vencido assim tão fácil.
Mais uma vez senti seus lábios quentes em meu pescoço e encolhi os ombros sentindo um arrepio passar por todo meu corpo. Por que ele não podia simplesmente prestar atenção no filme como todos estavam fazendo? Ok, menos a Vicky e o Pedro que estavam se pegando desde que o filme começou. Os lábios dele chegaram em meu ouvido e eu fechei os olhos tentando não deixar meu auto controle escapar.
‘Pára de fingir que esse filme é mais interessante do que eu.’ Ele sussurrou e eu já nem conseguia entender o que os personagens do filme falavam. Sua mão estava parada em minha coxa apenas esperando algum sinal meu pra entrar em ação, eu não cederia assim tão fácil.
Ele continuava dando pequenas mordidas em meu pescoço e eu simplesmente fingia que não sentia nada com tudo aquilo, não que ele realmente acreditasse que eu não sentia nada, infelizmente ele sabe o efeito que tem sobre mim.
‘Eu quero ver o filme.’ Finalmente consegui falar e minha voz saiu fraca. Ele apenas sussurrou um "uhum" e continuou beijando meu pescoço, deixando algumas marcas por ali. Pensei em empurrá-lo novamente, mas isso não adiantaria.
‘Você não vai mesmo ceder?’ Ele sussurrou depois de um tempo e eu engoli seco. Minha vontade de corresponder aos beijos dele já estava começando a ficar fora do meu controle. Respirei fundo e balancei calmamente a cabeça negando. ‘Sério?’ Ele parou de me beijar e me olhou com a sobrancelha arqueada. Eu o olhei séria e pensei durante alguns segundos.
‘Não.’ Falei rápido e o puxei pela nuca grudando nossos lábios. Me xinguei mentalmente por ser tão fraca, mas meus pensamentos se esvaíram quando senti a língua de Arthur encontrar com a minha e sua mão apertar minha cintura me puxando mais pra perto.
Por alguns segundos me desliguei de tudo a minha volta, quase esqueci que estávamos em um cinema, mas a mão de Arthur entrando por debaixo da minha blusa me puxou de volta a realidade e eu puxei seu cabelo separando nossas bocas.
‘Agora me deixa assistir o filme!’ Sorri com a cara assustada que ele fazia e me endireitei na cadeira voltando minha atenção para o filme.
‘Mas agora você já perdeu uma parte dele e não vai entender o resto.’ Ele falou pausadamente com a boca grudada em meu ouvido e eu confesso que minha vontade de socá-lo quase ultrapassou a vontade de beijá-lo.
‘Ainda assim eu quero tentar entender.’ Dei de ombros e ele fez bico.
‘Ah, vai Lu! Você não tem pena de mim não?’ Ele fez novamente a voz infantil e eu bufei já começando a perder a paciência.
‘Arthur, pára de ser infantil.’ O olhei séria e ele cruzou os braços olhando para frente. ‘E não adianta fazer birra e cruzar os braços.’
‘Não custa nada você dá um pouco mais de atenção pra mim. Esse filme é ridículo e chato!’ Ele falou emburrado.
‘Cala boca, idiota!’ Soltei a mão dele com raiva e voltei minha atenção para o filme pela milésima vez, ele não respondeu nada.
Os minutos se passaram sem que a gente trocasse nenhuma palavra ou nos aproximássemos novamente. Eu já nem conseguia prestar atenção no filme, tamanha era a raiva que estava sentindo. Ok, talvez nem fosse raiva, apenas culpa por ter sido um pouco grossa demais com Arthur.
O filme acabou e ele se levantou rápido e saiu do cinema me deixando lá com cara de pateta.
‘Aconteceu alguma coisa?’ Sophia perguntou preocupada e eu balancei a cabeça negando.
‘Besteira.’ Sorri fraco e ela concordou. Quando saímos do cinema Arthur estava sentado em um banco com o olhar perdido. O observei por alguns segundos e o peso em minha consciência se multiplicou.
‘Lu, eu vou voltar com o Pedro, ok?’ Vicky atraiu minha atenção e eu balancei a cabeça concordando.
‘Tem certeza que foi besteira?’ Soph parou ao meu lado também olhando para Arthur que agora conversava com Micael sentado ao seu lado.
‘Acho que peguei um pouco pesado com ele.’ Mordi meu lábio inferior e Sophia riu. ‘Não ri, boba, é sério!’ A olhei derrotada.
‘Ai coitado Lu, o menino só queria atenção?’ Ela me deu um tapinha no braço e eu a olhei boquiaberta.
‘Você ouviu?’ Perguntei confusa. ‘Achei que estivéssemos falando baixo.’ Dei de ombros.
‘E estavam, mas eu ouvi uma parte da conversa sem querer!’ Ela sorriu marota e eu fiquei um pouco sem graça. ‘Vai lá e pede desculpa besta!’ Ela apontou o local onde os meninos conversavam.
‘Ná, o Arthur não é fácil assim.’ Balancei minha cabeça.
‘Então pensa em alguma coisa, rápido porque eles estão vindo pra cá.’ Ela sorriu quando Micael chegou perto dela e pegou sua mão.
‘Vamos?’ Ele sorriu e nós três concordamos balançando a cabeça.
Pedro , Vicky, Chay e Ash já tinham ido embora. Micael e Soph foram na frente de mãos dadas enquanto eu e Arthur caminhávamos mais atrás. Tentei me aproximar dele e pegar em sua mão, mas acho que ele percebeu já que as colocou no bolso e continuou andando sem nem olhar pra mim. Suspirei pensando em algum jeito de me redimir, mas acabei deixando pra pensar nisso depois quando percebi que estava ficando pra trás.
Entramos no carro em completo silêncio, e assim seguimos durante todo o caminho até em casa. Tentei arranjar algum assunto que o interessasse, mas nenhum me veio em mente. O peso em minha consciência só fazia aumentar cada vez que eu olhava pra cara emburrada de Arthur.
Subimos o elevador em um silêncio assustador que não melhorou em nada quando entramos em casa. Arthur seguiu direto para o quarto e eu fui até o quarto de Diego. O observei dormir tranquilamente e beijei sua testa. Segui para o quarto e encontrei Arthur de boxer guardando alguma coisa no armário. Sorri comigo mesma tendo uma idéia, era a única forma de tentar consertar as coisas.
Me aproximei dele e o abracei pela cintura beijando suas costas.
‘Desculpa.’ Falei baixo distribuindo beijinhos por suas costas. Ele suspirou tirando meus braços de sua cintura e entrou no banheiro sem falar nada.
Bufei xingando-o mentalmente e fiquei algum tempo pensando em alguma outra forma mais eficiente de pedir desculpas. Peguei uma blusa qualquer de Arthur no armário e a vesti, deitei na cama e fiquei fitando o teto até Arthur sair do banheiro.
Ele deitou na cama e virou-se de costas pra mim, levantei e fui até o banheiro batendo o pé. Fiquei algum tempo encarando minha imagem no espelho e me torturando mentalmente por ser tão estúpida. Saí de lá minutos depois, apaguei a luz e deitei na cama ao lado de Arthur.
Fiquei fitando o teto por minutos e mais minutos, Arthur também não tinha dormido ainda, toda hora ele se mexia um pouco e eu ia ficando mais agoniada. Me virei pra ele e passei as unhas levemente por suas costas, percebi que ele se arrepiou e sorri comigo mesma. Comecei novamente a beijar suas costas e fui subindo os beijos, passei meu nariz por seu pescoço, ele encolheu os ombros, mas não se moveu.
‘Eu quero dormir.’ Ele resmungou com a voz fraca e eu ri baixinho.
‘Eu não.’ Falei baixo no ouvido dele. ‘Me desculpa?’ Pedi beijando seu ouvido e ele soltou um gemido baixo.
‘Não.’ Ele respondeu simplesmente e eu arranhei sua costas com um pouco mais de força.
‘Tem certeza?’ Fiz uma voz sexy e tive que me controlar pra não rir. Ser sexy definitivamente não é comigo.
‘É só as desculpas que você quer?’ Arthur perguntou virando-se de frente pra mim.
‘Não.’ Sorri marota e ele me puxou pela cintura grudando nossas corpos e nossas bocas.
Suas mãos passaram rapidamente por dentro da minha blusa e segundos depois ela já estava jogada no chão. As mãos de Arthur corriam livres por meu corpo e eu sentia arrepios por cada lugar que elas passavam.
‘Tô desculpada?’ Perguntei ofegante separando nossas bocas. Ele balançou a cabeça concordando e começou a beijar meu pescoço com força.
Não foi preciso mais do que alguns minutos para que nossas roupas já estivessem todas no chão e nós dois suando ofegantes.
‘Desculpa.’ Falei baixo depois que Arthur caiu ao meu lado com a respiração descompassada.
‘Eu já te desculpei, pequena.’ Ele sorriu carinhosamente e botou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
‘Mas eu fui uma idiota.’ Fiz uma voz infantil e ele riu baixo.
‘Foi mesmo. Mas eu que comecei a te encher, agora esquece isso.’ Ele me abraçou e eu sorri boba. ‘Boa noite.’ Ele beijou minha testa e eu deitei a cabeça em seu ombro e fiquei acariciando seu peito nu até adormecer.
‘Que é isso, Lua? Tá virando mano agora?’ Ela riu escandalosamente e eu tive que controlar o riso já que estava no meio do horário de trabalho.
‘Fala logo o que você quer pentelha, se a Margot–vivo–na–TPM me pegar falando no celular eu certamente serei chutada desse estágio.’ Fiz uma careta lembrando da minha chefe insuportável e com cara de coruja seca.
‘Ok, só liguei pra saber se você e o Aguiar aceitam ir ao cinema hoje à noite, programa de casal! Eu e o Micael, você e o Arthur, Mel e Chay e bem... acho que o Pedro não vai querer segurar vela, né?’ Ela fez uma voz mais desanimada.
‘Ahn, pobre Pedro. Isso que dá querer ficar com a vida de pegador.’ Ri baixo e de repente lembrei de uma pessoa! ‘NÃO!’ Gritei sem querer e algumas pessoas a minha volta me olharam estranho, me afundei na cadeira e sorri pedindo desculpas. ‘Soph, liga pro Pedro, fala pra ele ir! Já sei exatamente quem pode ajudá-lo!’ Sorri comigo mesma achando minha idéia genial.
‘O quê? Me conta!!’ Soph falou animada, mas eu a cortei.
‘Nãnão! Liga pro Pedro e o obriga a ir, o resto deixa comigo! Te amo, cachorra!’ Desliguei o telefone imaginando os nomes feios que Soph deve ter me xingado.
Quando saí do elevador, no hall de entrada do apartamento já consegui ouvir as risadas de Diego dentro de casa. Sorri comigo mesma pensando na bagunça que ele e Arthur estavam aprontando e entrei em casa.
‘Mããe!’ Diego correu até mim e abraçou minhas pernas com um sorriso sapeca no rosto.
‘Hey, filhote!’ O carreguei beijando sua bochecha e ele apontou pro chão onde Arthur estava sentado nos olhando com um sorriso. ‘O que é que vocês dois estão aprontando aí?’ Me aproximei de onde Arthur estava e vi massinhas coloridas espalhadas por uma toalha, se eu encontrasse massinha grudada no carpete da sala eu realmente não me responsabilizaria pelos meus atos.
‘Massinha.’ Diego falou pegando um pouco da massa vermelha e eu ri sentando ao lado de Arthur.
‘Coloquei a toalha pra não fazer sujeira. Eu sei que você não me perdoaria se eu melecasse seu carpete.’ Ele zoou imitando minha voz e eu lhe dei um pedala.
‘Ainda bem que você sabe mesmo.’ Dei de ombros e sorri. ‘A Soph me ligou hoje mais cedo chamando pra gente ir ao cinema.’ Falei observando Diego brincar.
‘Hum.’ Ele falou simplesmente sem desviar o olhar da tv. Bufei e levantei do chão indo pro quarto. Se ele não queria ir, eu iria sozinha. Tudo bem que eu ia segurar vela, mas quem se importa?!!
Peguei a toalha e entrei no banheiro frustrada com a reação de Arthur. Tomei um banho quente escolhendo mentalmente uma roupa para ir e minutos depois saí do banheiro enrolada na toalha.
Quando estava pegando minha roupa no armário Arthur entrou no quarto.
‘Vai sozinha?’ Ele perguntou irônico e eu contei até dez antes de responder.
‘Vou.’ Falei seca e irritada por não achar a blusa que eu queria.
‘E se eu não deixar?’ Ele se aproximou fazendo uma voz um tanto quanto sexy. Desculpa Arthur, mas esse seu joguinho não cola comigo. Mentira, cola e muito, mas eu não ia facilitar as coisas pra ele.
‘Você não manda em mim!’ Sorri falsamente e voltei minha atenção para o armário procurando a maldita blusa.
‘Você acha...’ Ele começou falando e beijando meu ombro. ‘Que eu vou deixar...’ Ele foi subindo os beijos por meu pescoço. ‘Você ir sozinha num cinema... cheio de marmanjos?’ Ele completou a frase dando um beijou em minha orelha. Minha situação não era das melhores. Pernas bambas; ok, respiração falha; ok, coração acelerado; ok.
‘Já disse que você não manda em mim.’ Falei pausadamente tentando manter a calma. ‘E nem adianta vir com esse joguinho, você não vai me comprar!’ Falei rápido e dei de ombros.
‘Não quero te comprar.’ Ele falou no meu ouvido abraçando minha cintura, haja auto controle! ‘Eu não ia perder a chance de te agarrar no escurinho do cinema, Lua.’ Ele falou pausadamente e com a voz extremamente sexy. Me virei pra ele com a sobrancelha levantada e ele sorriu maroto.
‘Arthur, eu vou ao cinema pra ver o filme.’ Sorri com as mão na cintura e ele soltou uma risadinha abafada.
‘Quando a gente chegar lá eu te convenço que a minha idéia é melhor.’ Ele piscou, me de um selinho rápido e entrou no banheiro. Bufei frustrada e voltei a minha procura pela blusa dentro do armário.
‘Eu ainda não entendi porque a gente tem que pegar a Vicky!’ Arthur falou pela milésima vez enquanto estávamos no carro esperando Vicky sair de casa.
‘Arthur, pensa bem. Nós somos 3 casais, certo?’ Falei devagar e ele concordou. ‘Mas a sua banda é formada por 4 garotos, correto?’ Ele concordou novamente. ‘Acho que você não ia querer deixar seu caro amigo Pedro de vela, ia?’ Levantei a sobrancelha sugestiva e ele abriu a boca parecendo ter entendido.
‘Lu, você é uma gênia!’ Ele sorriu pra mim e eu fiz uma cara convencida.
‘Hey, Vicky!’ Sorri observando a prima de Arthur entrar no carro sorridente.
‘Boa noite, casal!’ Ela falou animada e logo depois engatamos uma conversa animada sobre o Pedro. Arthur apenas ouvia tudo calado e de vez em quando ria zoando o amigo.
Quando chegamos ao shopping caminhamos apressados até o cinema, já estávamos atrasados.
‘Casal atrasadinho!’ Soph falou irônica e eu rolei os olhos rindo. ‘Hey, Vicky!’ Ela falou me olhando sem entender.
‘Cadê o Pedro?’ Perguntei animada e Vicky sorriu.
‘Tá comprando pipoca!’ Micael apontou para um garoto de costas na fila da pipoca. Olhei pra Vicky e ela piscou pra mim indo em direção ao Pedro.
‘Acho que entendi tudo.’ Sophia sorriu pra mim e eu confirmei com a cabeça. ‘Bom, vamos entrar que daqui a pouco o filme começa. Chay e Ash já estão lá dentro.’ Ela puxou Micael pela mão e Arthur fez o mesmo comigo.
‘Cara, eu não acredito que vocês vão me fazer assistir Juno!’ Micael reclamou enquanto nos acomodávamos nas cadeiras.
‘Cala boca, Micael! Esse filme é ótimo, vocês vão amar!’ Sophia deu um tapinha em seu braço e riu.
‘Concordo com o Micael, esse filme é de mulherzinha!’ Arthur fez careta.
‘Cala boca você também, Arthur!’ Falei séria, mas logo depois eu e Soph caímos na risada. Os dois se entreolharam balançando a cabeça e nós duas entramos em um papo animado sobre o que tínhamos ouvido falar sobre o filme. ‘Eu sou um ótimo cupido!’ Sorri observando Vicky e Pedro entrarem no cinema de mãos dadas.
‘Lu, você é uma gênia!’ Soph repetiu a frase de Arthur e eu sorri.
‘Shh, o filme vai começar.’ Ash nos olhou feio se pronunciando pela primeira vez e a gente riu baixinho.
Arthur brincava com meus dedos e parecia estar muito mais interessado nisso do que no filme, o observei de canto de olho e sorri comigo mesma reparando na cara de tédio que ele fazia.
‘Veio porque quis, eu disse que vinha sozinha.’ Falei baixo perto dele, sem desviar minha atenção da tela do cinema.
‘Não tô reclamando, tô?’ Ele perguntou um pouco emburrado e eu dei de ombros.
‘Nem precisa.’ O olhei rápido e sorri sarcasticamente.
‘Já te disse que preferia aproveitar esse escurinho aqui pra outras coisas, mas você tá quase entrando na tela.’ Ele fez uma voz infantil e eu o olhei com vontade de aperta-lo.
‘Larga de ser chato, Arthur Aguiar.’ Apertei a bochecha dele que fez careta. ‘Você tá perdendo um ótimo filme.’ Dei língua e voltei minha atenção para a tela.
Não demorou muito e Arthur mais uma vez desviou minha atenção do filme, senti ele dar beijinhos em meu ombro descoberto e depois ir subindo por meu pescoço. Respirei tentando manter a calma e o empurrei levemente com o braço. Ele soltou uma risadinha abafada e eu rolei os olhos sem que ele visse. Achei que depois do empurrão ele realmente entenderia que eu estava ali pra ver o filme, mas esqueci que Arthur não se dá por vencido assim tão fácil.
Mais uma vez senti seus lábios quentes em meu pescoço e encolhi os ombros sentindo um arrepio passar por todo meu corpo. Por que ele não podia simplesmente prestar atenção no filme como todos estavam fazendo? Ok, menos a Vicky e o Pedro que estavam se pegando desde que o filme começou. Os lábios dele chegaram em meu ouvido e eu fechei os olhos tentando não deixar meu auto controle escapar.
‘Pára de fingir que esse filme é mais interessante do que eu.’ Ele sussurrou e eu já nem conseguia entender o que os personagens do filme falavam. Sua mão estava parada em minha coxa apenas esperando algum sinal meu pra entrar em ação, eu não cederia assim tão fácil.
Ele continuava dando pequenas mordidas em meu pescoço e eu simplesmente fingia que não sentia nada com tudo aquilo, não que ele realmente acreditasse que eu não sentia nada, infelizmente ele sabe o efeito que tem sobre mim.
‘Eu quero ver o filme.’ Finalmente consegui falar e minha voz saiu fraca. Ele apenas sussurrou um "uhum" e continuou beijando meu pescoço, deixando algumas marcas por ali. Pensei em empurrá-lo novamente, mas isso não adiantaria.
‘Você não vai mesmo ceder?’ Ele sussurrou depois de um tempo e eu engoli seco. Minha vontade de corresponder aos beijos dele já estava começando a ficar fora do meu controle. Respirei fundo e balancei calmamente a cabeça negando. ‘Sério?’ Ele parou de me beijar e me olhou com a sobrancelha arqueada. Eu o olhei séria e pensei durante alguns segundos.
‘Não.’ Falei rápido e o puxei pela nuca grudando nossos lábios. Me xinguei mentalmente por ser tão fraca, mas meus pensamentos se esvaíram quando senti a língua de Arthur encontrar com a minha e sua mão apertar minha cintura me puxando mais pra perto.
Por alguns segundos me desliguei de tudo a minha volta, quase esqueci que estávamos em um cinema, mas a mão de Arthur entrando por debaixo da minha blusa me puxou de volta a realidade e eu puxei seu cabelo separando nossas bocas.
‘Agora me deixa assistir o filme!’ Sorri com a cara assustada que ele fazia e me endireitei na cadeira voltando minha atenção para o filme.
‘Mas agora você já perdeu uma parte dele e não vai entender o resto.’ Ele falou pausadamente com a boca grudada em meu ouvido e eu confesso que minha vontade de socá-lo quase ultrapassou a vontade de beijá-lo.
‘Ainda assim eu quero tentar entender.’ Dei de ombros e ele fez bico.
‘Ah, vai Lu! Você não tem pena de mim não?’ Ele fez novamente a voz infantil e eu bufei já começando a perder a paciência.
‘Arthur, pára de ser infantil.’ O olhei séria e ele cruzou os braços olhando para frente. ‘E não adianta fazer birra e cruzar os braços.’
‘Não custa nada você dá um pouco mais de atenção pra mim. Esse filme é ridículo e chato!’ Ele falou emburrado.
‘Cala boca, idiota!’ Soltei a mão dele com raiva e voltei minha atenção para o filme pela milésima vez, ele não respondeu nada.
Os minutos se passaram sem que a gente trocasse nenhuma palavra ou nos aproximássemos novamente. Eu já nem conseguia prestar atenção no filme, tamanha era a raiva que estava sentindo. Ok, talvez nem fosse raiva, apenas culpa por ter sido um pouco grossa demais com Arthur.
O filme acabou e ele se levantou rápido e saiu do cinema me deixando lá com cara de pateta.
‘Aconteceu alguma coisa?’ Sophia perguntou preocupada e eu balancei a cabeça negando.
‘Besteira.’ Sorri fraco e ela concordou. Quando saímos do cinema Arthur estava sentado em um banco com o olhar perdido. O observei por alguns segundos e o peso em minha consciência se multiplicou.
‘Lu, eu vou voltar com o Pedro, ok?’ Vicky atraiu minha atenção e eu balancei a cabeça concordando.
‘Tem certeza que foi besteira?’ Soph parou ao meu lado também olhando para Arthur que agora conversava com Micael sentado ao seu lado.
‘Acho que peguei um pouco pesado com ele.’ Mordi meu lábio inferior e Sophia riu. ‘Não ri, boba, é sério!’ A olhei derrotada.
‘Ai coitado Lu, o menino só queria atenção?’ Ela me deu um tapinha no braço e eu a olhei boquiaberta.
‘Você ouviu?’ Perguntei confusa. ‘Achei que estivéssemos falando baixo.’ Dei de ombros.
‘E estavam, mas eu ouvi uma parte da conversa sem querer!’ Ela sorriu marota e eu fiquei um pouco sem graça. ‘Vai lá e pede desculpa besta!’ Ela apontou o local onde os meninos conversavam.
‘Ná, o Arthur não é fácil assim.’ Balancei minha cabeça.
‘Então pensa em alguma coisa, rápido porque eles estão vindo pra cá.’ Ela sorriu quando Micael chegou perto dela e pegou sua mão.
‘Vamos?’ Ele sorriu e nós três concordamos balançando a cabeça.
Pedro , Vicky, Chay e Ash já tinham ido embora. Micael e Soph foram na frente de mãos dadas enquanto eu e Arthur caminhávamos mais atrás. Tentei me aproximar dele e pegar em sua mão, mas acho que ele percebeu já que as colocou no bolso e continuou andando sem nem olhar pra mim. Suspirei pensando em algum jeito de me redimir, mas acabei deixando pra pensar nisso depois quando percebi que estava ficando pra trás.
Entramos no carro em completo silêncio, e assim seguimos durante todo o caminho até em casa. Tentei arranjar algum assunto que o interessasse, mas nenhum me veio em mente. O peso em minha consciência só fazia aumentar cada vez que eu olhava pra cara emburrada de Arthur.
Subimos o elevador em um silêncio assustador que não melhorou em nada quando entramos em casa. Arthur seguiu direto para o quarto e eu fui até o quarto de Diego. O observei dormir tranquilamente e beijei sua testa. Segui para o quarto e encontrei Arthur de boxer guardando alguma coisa no armário. Sorri comigo mesma tendo uma idéia, era a única forma de tentar consertar as coisas.
Me aproximei dele e o abracei pela cintura beijando suas costas.
‘Desculpa.’ Falei baixo distribuindo beijinhos por suas costas. Ele suspirou tirando meus braços de sua cintura e entrou no banheiro sem falar nada.
Bufei xingando-o mentalmente e fiquei algum tempo pensando em alguma outra forma mais eficiente de pedir desculpas. Peguei uma blusa qualquer de Arthur no armário e a vesti, deitei na cama e fiquei fitando o teto até Arthur sair do banheiro.
Ele deitou na cama e virou-se de costas pra mim, levantei e fui até o banheiro batendo o pé. Fiquei algum tempo encarando minha imagem no espelho e me torturando mentalmente por ser tão estúpida. Saí de lá minutos depois, apaguei a luz e deitei na cama ao lado de Arthur.
Fiquei fitando o teto por minutos e mais minutos, Arthur também não tinha dormido ainda, toda hora ele se mexia um pouco e eu ia ficando mais agoniada. Me virei pra ele e passei as unhas levemente por suas costas, percebi que ele se arrepiou e sorri comigo mesma. Comecei novamente a beijar suas costas e fui subindo os beijos, passei meu nariz por seu pescoço, ele encolheu os ombros, mas não se moveu.
‘Eu quero dormir.’ Ele resmungou com a voz fraca e eu ri baixinho.
‘Eu não.’ Falei baixo no ouvido dele. ‘Me desculpa?’ Pedi beijando seu ouvido e ele soltou um gemido baixo.
‘Não.’ Ele respondeu simplesmente e eu arranhei sua costas com um pouco mais de força.
‘Tem certeza?’ Fiz uma voz sexy e tive que me controlar pra não rir. Ser sexy definitivamente não é comigo.
‘É só as desculpas que você quer?’ Arthur perguntou virando-se de frente pra mim.
‘Não.’ Sorri marota e ele me puxou pela cintura grudando nossas corpos e nossas bocas.
Suas mãos passaram rapidamente por dentro da minha blusa e segundos depois ela já estava jogada no chão. As mãos de Arthur corriam livres por meu corpo e eu sentia arrepios por cada lugar que elas passavam.
‘Tô desculpada?’ Perguntei ofegante separando nossas bocas. Ele balançou a cabeça concordando e começou a beijar meu pescoço com força.
Não foi preciso mais do que alguns minutos para que nossas roupas já estivessem todas no chão e nós dois suando ofegantes.
‘Desculpa.’ Falei baixo depois que Arthur caiu ao meu lado com a respiração descompassada.
‘Eu já te desculpei, pequena.’ Ele sorriu carinhosamente e botou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
‘Mas eu fui uma idiota.’ Fiz uma voz infantil e ele riu baixo.
‘Foi mesmo. Mas eu que comecei a te encher, agora esquece isso.’ Ele me abraçou e eu sorri boba. ‘Boa noite.’ Ele beijou minha testa e eu deitei a cabeça em seu ombro e fiquei acariciando seu peito nu até adormecer.
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