terça-feira, 27 de novembro de 2012

O Professor



Cap - 10


 
"Como você sabe Marie? Consegue adivinhar o desempenho dos homens pelo olhar agora?"

"Não meu amor, mas conheço o desempenho deste pelo que eu ouvi daqui de fora. Grave o que eu digo, este escritório, nunca mais será o mesmo".
Lua estava recostada em sua cadeira quando Pedro entrou em sua sala. Ela até tentou manter a expressão séria e compenetrada de uma verdadeira profissional, porém não conseguia desmanchar o sorriso do rosto.


Pedro parou de frente para sua mesa com uma expressão de raiva.

"Quer falar comigo Pedro?"

"Sim" - ele disse com rudeza - "O que o Aguiar estava fazendo aqui?"

Lua arqueou uma sobrancelha.

"Como é?"

"O Arthur Aguiar. O que ele estava fazendo aqui ou melhor o que vocês estavam fazendo de tão importante que você não poderia me atender?"

"Você quer mesmo que eu responda esta pergunta Pedro?"

A resposta dela assustou a ambos, ela mesma não tinha noção de que poderia ser tão altiva ao tratar de um assunto tão intimo, mas Lua conseguiu manter a expressão passiva.

"Eu não acredito Lua! Você está transando com o Arthur?"

A pergunta soou com um tom de incredulidade tão grande que Lua riu.

"Não Pedro, claro que não - por um momento viu alivio nos olhos dele - Ele veio até aqui para brincarmos de casinha".

O homem arregalou os olhos.
"Isso é absolutamente inadmissível. Onde você acha que está num bordel?"

Lua levantou num pulo, com os olhos faiscando de raiva.

Modere seu tom quando falar comigo Pedro Cassiano, até onde eu sei, você ainda não passa de um advogadozinho que trabalha no subsolo".

"Ah, agora é Pedro Cassiano? Sei que você é superior a mim na inteligência Lua Blanco, mas parece que seu bom senso não está tão aguçado".

"Não venha querer me dar lições de moral senhor Eu namoro uma atriz pornô. Você não tem nada haver com minha vida".

"Claro, tinha que ser por isso. Você ainda não conseguiu superar certo? Mas não precisa afundar sua vida deste jeito Lua..."

"Afundar minha vida? Afundar minha vida? Você não tem idéia do que está dizendo seu filhinho de papai egocêntrico. Acha mesmo que tudo gira em torno de você não é? Mas eu tenho uma surpresa, você e sua coelhinha da playboy não tem nada haver com isso".

"Quer que eu me convença disso de que maneira? Se você começou a agir como louca depois que terminamos, se jogando na cama do primeiro que aparece e agindo sem escrúpulos. Onde está seu pudores?"

"Meus pudores ficaram na sua cama Pedro, eu os deixei lá. - ela gritou - E se eu estou agindo como louca, não é por que terminamos, não tem nada haver com isso".

"Como não Lua? Quando namorávamos você não era assim. Você não fazia isso".

"Sinto muito Pedro, não posso fazer nada se você não conseguia despertar estas coisas em mim".

Aquilo parece-lhe um tapa no rosto.

"Você disse que precisava de uma mulher mais experiente, mais liberal. Vou confessar que no dia em que terminamos eu encarei aquilo como uma ofensa. Mas hoje eu sei que você tinha razão. Você realmente precisava de uma mulher experiente por que você não sabe conduzir uma transa. Não sabe como libertar uma mulher".
"Você ainda está recalcada por eu ter lhe dado um pé na bunda - ele disse com odio - Agora acha que se esfregar com este playboy e agir como uma vagabunda vai derrubar meu ego".

Em qualquer outro momento ela teria até chorado com a força daquelas palavras, mas desta vez ela riu. Riu alto.


" O playboy adora meu lado vagabunda Pedro e foi me esfregando com ele que eu finalmente soube o que é um orgasmo. Eu agradeço todos os dias por você ter me dado um pé na bunda, agora faça um favor a si mesmo e pare de se rebaixar. Vai atrás da sua coelhinha pra ver se ela te ensina alguns truques novos. E outra coisa, acho bom você parar de se intrometer na minha vida, creio que já deve ter percebido que o playboy tem força suficiente para quebrar sua cara. Agora cai fora."
Ela viu a face de Pedro ficar rubra.

"Acha que ganha o que tentando me atingir desta forma? Acha que vai ganhar atenção?"

"Não quero sua atenção Pedro, na verdade, a única coisa que quero de você é distancia, então por favor, volta pro seu buraco no subsolo e me deixa trabalhar em paz".

"Trabalhar? Se você chama o que aconteceu aqui na sua sala de trabalho então você mudou de profissão".

"Talvez eu mude de profissão quando estou com o Arthur".

Ela disse com veneno.

"Será que você não vê que ele está usando você pra se exibir?"


"Arthur não é como você Pedro, ele não precisa se provar, ele não precisa provar nada pra ninguém. Agora chega desta conversa, saia da minha sala ou vou chamar a segurança."

Ela levou a mão ao telefone, ameaçando-o.

Ele estreitou os olhos para ela.

"Estou muito decepcionado com você Lua".

"Vai à merda Pedro"

Ele arregalou os olhos, nunca vira Lua falar um palavrão antes.

"Este playboy te modificou mesmo não foi?"

Ela abriu um sorriso

"Totalmente".

Derrotado, ele limitou-se a baixar a cabeça e deixar a sala.


Lua saiu da sala minutos depois de Pedro, precisava respirar. Estava extasiada pelos sentimentos contrários que experimentara. Desde o Êxtase perigoso e proibido nos braços de Arthur, até a raiva de Pedro.

Recostou-se na mesa de sua secretária e Marie a Olhou com um olhar malicioso.

"O nível de seus clientes anda subindo senhorita Blanco".

Lua sorriu.

"Se todos os meus clientes fossem como Arthur Aguiar eu estaria perdida".

"Se todos os seus clientes fossem como Arthur Aguiar, eu trabalharia de graça".

Ambas gargalharam com gosto.

"De onde saiu aquele Apolo?"

"Dos meus sonhos".


Disse Lua com um ar perdido.

"Está de quatro por ele não está?

"De quatro, de lado, de frente. Como você imaginar".

Ela disse sem conseguir segurar a língua e Marie arregalou os olhos.

"Nossa senhora. Lua se revelando".

"Você não tem noção do que aquele homem é capaz".
"Tenho uma vaga noção Lua, de que aquele homem é sensacional".

Lua arqueou a sobrancelha divertida.

"É mesmo? Você descobriu por si mesma ou alguém te contou".

Marie Gargalhou, havia uma pontinha de ciúmes nas palavras dela.

"Quem me dera ter a sorte de descobrir por mim mesma, mas não querida. Foi a porta do seu escritório que me contou."

Lua ficou rubra.

"Marie! Você ficou ouvindo atrás da porta?"


"Oh não, não foi necessário, era alto o suficiente pra eu ouvir daqui".

Lua ficou mais vermelha.

"Oh por favor, me diga que ninguém mais ouviu"

Ela implorava com o olhar.

"Não, mais ninguém ouviu - viu sua chefe se aliviar - Porém recomendo que dê um jeito neste chupão, ou não ter ouvido seus gemidos será um mero detalhe em alguns minutos".

Lua arregalou os olhos.

"Chupão? Onde?"

"Bem aqui"

Marie apontou a marca.

"Droga! - Lua olhou num pequeno espelho a mancha vermelha. - O que eu vou fazer?"


Marie sorriu,

"Deixa que eu cuido disso. – Lua arqueou a sobrancelha pra ela - O que? Eu sou perita nisso viu? Já tive que esconder muitos chupões pra papai não ver".

Ambas gargalharam enquanto a secretária pegava um estojo de maquiagem para reparar a mancha no pescoço da chefe.

Pedro estava furioso quando chegou ao andar de baixo. Puxava o ar com força para tentar controlar os impulsos.

Sim, ele tinha plena consciência de que deixara Lua, de que ele havia escolhido Pérola. Não havia sido uma decisão fácil, afinal, Lua era a mulher certa para casar. Uma mulher de família, estruturada, inteligente, bonita bem sucedida. Certo que para ele, acostumado a obscenidades, ela mais parecia uma boneca inflável na cama, apenas ansiosa em fazer o que ele queria, sem ousar, sem tomar atitudes.

O relacionamento deles sempre fora frio, mas a verdade é que ainda assim seus pais teriam aprovado mais um casamento com Lua Blanco que com Pérola Faria, mas ele precisava de emoções mais fortes as que Lua poderia lhe oferecer.

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