sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O Professor



Cap - 02



Como alguém como ele, que nunca conseguira nem arranhar aquela sensação que ela recebeu, poderia classificá-la como ruim de cama? O que era Pedro perto de Arthur?

Bela tinha sido a idéia de chamá-lo par atal atividade.

Conhecia Arthur há cinco anos, quando ele ainda estava na faculdade, cursando engenharia com seu irmão Chay. Logo Lua tornou-se amiga de Melaine, a irmã do russo e assim eles se aproximaram.




Ela lembrava-se de ter tido uma queda enorme por ele, antes de namorar Pedro, mas ele nunca lhe dera sequer uma olhadela que indicasse interesse. Sempre o achou charmoso e envolvente, mas nunca imaginara que o homem fosse tão quente.


O homem tinha sangue quente nas veias e parecia que sexo era seu nome do meio.


Há poucas horas atrás ele lhe brindou no café da manhã com mais uma sessão de êxtase fenomenal, e deixou-a em casa, num gesto de puro cavalheirismo, deixando-lhe promessas doces no ouvido para o próximo encontro.

"Será inesquecível". Ele disse.

Ela não duvidou um só instante.


Passaram mais uma semana sem se verem. Arthur, como cavalheiro que era, sempre lhe telefonava e lhe dava ma desculpa, mas Lua já estava começando a achar que ele não gostara da noite que passaram juntos, ela acreditava que ele estaria arrumando uma maneira de se livrar de tudo aquilo.


Ele havia proferido apenas dois meses de "aulas" Já se passaram duas semanas e eles só haviam ido para a cama uma única vez.


No sábado, ela estava entediada, sentada no sofá de sua sala quando ele ligou, avisando que não poderia vê-la neste fim de semana, pois estaria muito ocupado num projeto que estava desenvolvendo.


Lua ficou muito chateada, mas não disse nada, nem poderia dizer, ele era apenas contratado por ela, não lhe devia satisfações de sua vida.


O fato é que ela não conseguia tirar a noite de amor que compartilharam de sua cabeça.

Lua aproveitou os dias sem Arthur para tentar colocar sua vida de nova solteira em orbita.
Recolheu tudo o que pertencia a Pedro em seu apartamento, a fim de lhe mandar devolver. também retirou fotos de porta retratos e guardou algumas lembranças de seu antigo noivado numa pequena caixa. Ainda não havia decidido se jogaria fora ou não.

Estava no meio da faxina quando Mel chegou à sua casa no domingo.


"To entrando". - a morena gritou.


Lua sobressaltou-se um pouco, mas já estava costumada aos desatinos de Mel.


"Bom dia pra você também Mel."


a garota morena apenas sorriu.

"Faxina?"

"Sim. Estou juntando as tralhas do Pedro, mandarei devolver tudo."


"Então acabou mesmo Lu?"


"Sim. Acabou. Não quero nem vê-lo. Creio que ele também não queira mais me ver, aposto que a namoradinha dele não gostaria disto."


"Ora Lu, você tem o motivo perfeito para vê-lo. Devolver as coisas dele. Vai lá como quem não quer nada, devolve as coisas, se insinua, dorme com ele e bingo! Estarão juntos de novo."


Lua sorriu fraco. Talvez há alguns dias atrás realmente pensasse em reconquistar Pedro, mas agora...Depois de Arthur Aguiar...Definitivamente não queria mais saber do ex noivo. Não sentia falta dele.

Existe chances para "ex" após Arthur? ela perguntou a si mesma fazendo paródia da famosa frase e a resposta de sua mente não lhe surpreendeu. "Não, não há sequer um pingo de chance para Pedro ou qualquer outro após Arthur.
"Não Mel, realmente não quero mais saber do Pedro, acabou pra mim".

Mel fez cara de surpresa.


"Qual o nome dele?"


"Como é?" perguntou confusa.


"Como é o nome do garanhão que tirou aquele robocop sem cérebro da sua cabeça?"


Lua sorriu, era tão obvio assim.


"Creio que vai ficar surpresa se eu lhe disser".


Mel espalmou as mãos.

"Então tem um garanhão na jogada?"

A loira afirmou com a cabeça.


"Está apaixonada Lua? Nem me disse nada, quando aconteceu?"


"Não estou apaixonada Mel, estamos saindo ha uma semana e...Bom foi algo inesperado (nem tanto, concluiu seu pensamento) O fato é que apenas aconteceu, eu estou gostando e deixando rolar entende?"


Mel confirmou.


"Quem é Lu?"


"Qualquer dia destes eu te conto."


Mel fez careta, mas deixou passar.


"O gostoso do seu irmão está em casa?"


Lua gargalhou.

"Este teu lance com Chay vai pra frente Mel?"

"Se ele quiser querida, vai pra qualquer direção."


Ambas riram juntas.


"Você é louca, mas sabe, eu acho que Chay gosta de você. Mas creio que ele tenha medo. O Chay é todo tímido e você toda atirada".


Mel sorriu.


"Bem que ele gosta".


"Todos Gostam. Mas me diga, veio aqui atrás do gostoso do meu irmão ou veio fazer algo mais importante".

"Vim te chamar para irmos ao shopping".

"Compras... Seria legal".


"Ótimo! então põe uma roupa bem bonita e vamos, quem sabe no caminho eu não consigo te chantagear e fazer você falar quem é o garanhão misterioso, e talvez você até me fale como agarrar o seu irmão, aquele pedaço de mal caminho."

Passaram o dia fazendo compras.

Inevitavelmente Lua comprou lingeries novas, todas pensando se Arthur gostaria. Teve vontade de perguntar a Mel algo, mas conteve-se por vergonha.

Alcançou algumas peças de modelo muito sensual, não conseguia parar de associar aquelas peças intimas ao próximo encontro que tivesse com o ruivo.

Mel notou, fez várias piadinhas em torno do assunto, mas Lua não contou absolutamente nada.


andaram um pouco mais pelo shopping, estava se divertindo muito, mas em momento algum conseguiu livrar-se da ansiedade que tomava conta dela.

Lua estava tão absorta na conversa com Mel que acabou trombando com alguém e quando já virara para pedir desculpas viu que era Pedro.

"Desculpe me eu..."


Ela parou a frase no meio quando olhou nos olhos do seu ex noivo. Mel fez uma careta.


"Lua". - ele disse.


"Oi Pedro". - ela respondeu com educação.


"Passeando?" - ele ensaiou um sorriso.


"Sim." - ela respondeu sem corresponder;


"Eu gostaria de falar com você sobre algumas coisas que deixei em seu apartamento e..."


"Claro - ela o cortou - Já embalei tudo, mandarei entregar em sua casa amanhã de manhã".


Ele ia falar algo, mas foi cortado pela sua namorada.


"Mande entregar em minha casa, Pedro está morando comigo".


Disse Pérola Faria abraçando o namorado por trás e encarando Lua.


"Claro" - Lua respondeu apenas. Mel assistia o embate incrédula com o controle de Lua.


"Vamos querido, temos coisas muito interessantes para fazer. Deixe que Lua continue a se divertir" - ela sorriu - " Vai encontrar alguém esta noite Lua? Ou continuará apenas como vela da Melaine e do seu irmão?

Lua inchou no mesmo momento assumindo uma expressão carrancuda de quem ia revidar, mas parou ao sentir braços quentes envolvendo-a pela cintura e um beijo molhado sendo depositado em seu pescoço, antes de ouvir a voz grossa e cheia de sotaque de Arthur atrás de si.

"A reação de Mel e Pedro foi a mesma. Arregalaram os olhos assustados com a cena enquanto Pérola parecia em choque.


Arthur apenas sorria enquanto Lua o olhava confusa.


"Gostou da surpresa meu amor?" - ele perguntou sorrindo.


"Arthur"... - ela começou - "O que..."


"Senti sua falta. Desculpe-me por ontem, realmente não pude lhe ver".


Lua esqueceu das demais pessoas a sua volta e virou-se buscando os ouvidos do moreno para sussurrar.

"Era mesmo para tornar isso publico?"

"Não tenho nada contra isso". - ele disse com bom humor.


"Vocês estão juntos?" - Perguntou Pérola e antes que Lua respondesse Arthur confirmou.


"Desde quando?" - desta vez foi Pedro que perguntou.


"Desde a semana passada" - Arthur respondeu de novo.


"Tão rapido Lua?" - Pedro perguntou indignado esquecendo a presença de Pérola.

Lua torceu-se em raiva.

"Não que eu lhe deva alguma satisfação Pedro, mas sim, tão cedo. Não tem o mínimo direito de me cobrar nada já que você foi quem me abandonou as vésperas do casamento. Não que seja algo do qual eu tenha algum ressentimento, afinal você acabou me fazendo um grande favor".


Arthur apenas alargou mais o sorriso.

"Vamos Lua, temos coisas bem interessantes para fazer hoje. Com licença". ele a tomou pela mão, depois fez o mesmo com Mel e saiu de lá. “Hoje não, hoje a vela será Mel". - ele disse com tom brincalhão.
Sem uma palavra sequer Arthur levou Lua o seu carro, abriu a porta para ela. Com cuidado a colocou dentro do carro depois virou-se para Mel abrindo a carteira.

"Toma morena, pega um táxi. Depois a gente conversa".


Mel nada disse, apenas assentiu.


Lua ainda estava meio que em choque quando Arthur entrou no carro no banco do motorista e ligou a maquina ganhando as ruas.


Já estavam a uma certa distancia do shopping quando ela falou.


"Esse é meu carro sabia?"


"Hum hum".


Ele disse.


"Então supõe-se que eu devia estar no banco do motorista".


Ele nada disse.

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