quarta-feira, 27 de junho de 2012

A tatuagem

Capítulo 6 – Como rolar na escada com seu mcguy preferido

- Micael, você não pagou a conta de luz?! – Pedro pegou uma almofada pra bater em Micael mas acabou acertando Mel. – Err... Pelo gritinho eu acho que não foi no Micael que eu acertei, não é?

- Não, seu palerma! Você me acertou!
- Desculpa Mel! Foi sem querer!
- Tudo bem Pedro, mas vai ter volta, ouviu?
- Gente, ta assim na rua toda! – Micael falou depois de ter conseguido chegar até a janela com muito custo.
- O que será que aconteceu? – perguntou Ray, que também tentava chegar até a janela tateando tudo pelo caminho. Sem querer, ela ‘tateou’ o que não devia!
- Hey! – exclamou Pedro assustado
- Pedro! Era você? Me desculpa! OMG que vergonha! – isso mesmo que você pensou, ela tinha acabado de passar a mão em cheio na bunda dele. Claro, SEM QUERER!
- O que aconteceu? – Mel perguntou curiosa
- NADA! – Pedro e Ray responderam em coro.
- Arthur?! Arthur?! – Micael esticava os braços tentando encontrar o amigo.
- Que foi? Eu to aqui.
- Sobe lá no meu quarto e pega uma lanterna.
- Por que eu? O quarto é SEU!
- Porque sim cara! Vai logo!
- Ta, eu vou! Mas depois ela vai ser só minha! – Arthur foi tateando os móveis pra ir em direção à escada. Porém, Lua já tinha lembrado desse detalhe -que Micael tinha uma lanterna grande no quarto- e estava lá procurando. ‘Só há uma lanterna nessa casa... E vai ser minha porque eu tenho medo de ficar carregando velas porque tem horas que parece que o vento vai soprar aquele foguinho na minha cara!’ ela pensava bobeiras enquanto procurava embaixo da cama dele.
Depois de subir as escadas devagar, e ir tateando a parede do corredor, Arthur finalmente chegou no quarto do Micael.
Ele foi andando bem devagar, sem enxergar sua própria mão na frente do nariz. Lua ainda estava procurando a lanterna embaixo da cama, pois sempre soube que o primo deixava muitas tranqueiras por lá. Então a garota estava ainda de quatro e a cama de Micael é encostada na parede lateral, ou seja, Lua estava de quatro e de lado para a entrada do quarto, por onde Arthur vinha caminhando reto. Assim, o rapaz que chegava ali, tropeçou e rolou por cima dela, caindo ao chão do outro lado. Claro que os dois gritaram histéricos!
- AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH! - Lua distribuia tapinhas no que quer que estivesse deitado ali no chão.
- AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH! – e ele tentava se defender como podia daquela louca que parecia ter 14 mãosinhas batendo nele, impossíveis de controlar.
O resto do grupo que estava na sala ouviu os gritos e imaginaram o que devia estar acontecendo, então caíram na gargalhada.
- Calma! Calma! – Finalmente ele conseguiu prender as mãos da menina e os dois respiravam ofegantes.
- Quemévocê? Taarmado? Oquetafazendoaqui? Foivocêquecortoualuz?! – ela vomitou um batalhão de perguntas em cima dele.
- OMicaelmandoueulanternapegarvir! Digo... – ele se enrolou totalmente nas

palavras!
- Mas... hein?
- O Micael... – tomou um fôlego e continuou mais calmo – pediu pra eu vir pegar uma lanterna.
- Ah ta! Eu também vim fazer isso! – ela riu e em seguida ele riu também. Os dois ficaram rindo daquela situação ridícula por um tempinho.
- Err... você... será que... – ela mexeu os braços e ele percebeu que ainda os prendia com suas mãos. Soltou imediatamente e Lua se levantou, depois o ajudou a se levantar também.
- Eu tinha acabado de tocar na lanterna quando você tropeçou em mim, sabia?!
- Desculpe! Mas tudo bem, eu pego! – ele se abaixou e pegou. Levantou de novo, porém quando foi ligar, viu que estava sem pilha. – Haa! Eu mato o Micael!
- Que foi?! Ta quebrada?
- Ta sem pilha.
- Merda... Vamos pra sala então, a gente tira a pilha de alguma coisa que tenha por lá, nem que seja a do controle remoto!
Os dois saíram do quarto. Agora um se apoiava no outro e nas paredes. Chegando ao topo da escada, Lua pisou em falso e os dois perderam o equilíbrio, já que estavam segurando um no outro. Isso resultou em dois seres rolando escada abaixo! Com o barulho enorme, todo o grupo que estava na sala tentou correr até a escada o mais rápido possível.
Mel conseguiu chegar primeiro, mas como não estava vendo nada, tropeçou na perna de Arthur e caiu. E isso aconteceu com todos os outros ceguetas, que formaram uma montanha em cima do acidentado.
- Saiam de cima de mim! Não viram que eu acabo de cair de uma escada, caralho?! – era Arthur tentando se mexer.
- Pelo menos você ta acordado cara! – Micael se levantando e ajudando os outros a se levantarem também – Mas... Cadê a Lu? Ela não caiu também?
- Gente eu achei, ela rolou um pouco mais e ficou aqui perto da porta. Só que ela ta desmaiada, me ajudem! – Ray tentava levantá-la pelos braços.
- Pelo menos a gente não caiu em cima dela também! – Pedro esticava os braços andando devagar pra chegar onde Ray estava. Ele pegou Lua no colo e Ray o ajudou a se guiar até o sofá mais próximo. Os outros também se dirigiram para a sala, Chay e Mel ajudaram Arthur a chegar numa poltrona, ele sentia uma dor incômoda no lábio inferior, junto com um fraco gosto de sangue. Se lembrou da hora que bateu o queixo e então deve ter mordido o próprio lábio. Temia que aquilo estivesse muito feio!
- Hey Arthur, você pelo menos conseguiu achar a lanterna?
- Achei, seu inútil, mas ela tava sem pilha!
- Ah, quanto a isso não tem problema, tem pilhas aqui. Vou procurar a lanterna que deve ter caído em algum lugar, espero que não esteja quebrada... – Micael foi procurar a lanterna com as pilhas na mão.
 - Você ta bem cara? – Chay estava em pé ao lado dele, mas dava tapinhas por todo o rosto do amigo, como se não estivesse encontrando-o.
- Chay... Chay... – Arthur tentava se livrar dos tapinhas irritantes – PÁRA DE BATER EM MIM PORRA!
- OKAY! EU SÓ QUERIA SABER SE VOCÊ TAVA BEM, INGRATO!
- Shhhh, parem de gritar moças! – Micael chegava com a lanterna e jogou o foco de luz diretamente sobre os dois – Não estão vendo que tem uma desmaiada logo ali?!
- Arthur, você tá sangrando! – Mel falou assustada quando pôde ver Arthur. Ele passou a mão pela boca e confirmou sua suspeita que tinha mordido o lábio inferior.
- Acho melhor arranjar alguns lencinhos pra você. – Ray disse.
- Toma – Micael jogou a lanterna pra ela – Vai até a cozinha, já aproveita e pega uma daquelas coisas que se usam na TV pra dar para os desmaiados cheirarem!
- Vinagre? – ela perguntou como se fosse óbvio, já indo em direção à cozinha.
- Que seja... – Micael falou revirando os olhos.
- Micael – Arthur olhou pra ele, quer dizer, imaginou que estava olhando – Eu continuo sem saber se a sua prima é imaginária porque afinal de contas eu ainda não a vi!
Micael, Arthur, Mel e Chay esperavam Ray retornar da cozinha e foram caminhando pra ficar em volta do sofá. Pedro já estava sentado no sofá com as pernas de Lua no colo.
- Verdade... Eu também nunca a vi! Só o Pedro que viu. Ela é hot, Pedro? – Chay perguntou logo depois do que Arthur havia dito.
- Chay! Por acaso isso é hora de perguntar se alguem é hot seu retardado? Se eu estivesse te vendo, te daria um pedala! – Pedro respondeu
- Deixa... – Mel sabia que estava do lado dele e lhe deu um tapa na cabeça.
- Hey! – Chay gritou, mas não foi pelo tapa.
- Desculpa aí, mas você mereceu! – Mel resmungou cruzando os braços.
- Não, num é isso é que... A GAROTA SUMIU!
- Hun? – todos perguntaram sem entender o descontrole do Chay.
- A Lua! Não ta aqui! Passa a mão aí no sofá, ta vazio!
- CARALHO, MINHA PRIMA SUMIU! – Micael tateou o sofá e depois levou as mãos à cabeça.
Pedro segurava suas gargalhadas, já tinha percebido a situação. Até que Ray chegou da cozinha, mirando a lanterna no sofá onde estavam os quatro desesperados.
- Mas vocês são retardados mesmo! Eu e Pedro a colocamos NO OUTRO SOFÁ, seus animais! – ela agora mirou a luz no sofá do outro lado e eles viram a menina e também um Pedro que ria descontroladamente.
- Olha Arthur, na cozinha não deu pra achar nada melhor que uns guardanapos mesmo... Mas já dá pra você limpar a boca. – Ray entregava uns guardanapos a Arthur, quando a luz de repente voltou e todos fizeram aquela algazarra. Depois de algumas palmas, assovios e aleluias, Arthur bateu os olhos na menina desmaiada e sua expressão se tornou um misto de ‘nada-com-qualquer-coisa’ instantaneamente, mas ninguém reparou. Ele a reconheceu assim que viu aquele rosto. ‘Não mudou quase nada’ ele pensava enquanto ficava paradão.
- Agora só falta acordar a Lu! – Ray dizia já umidecendo um guardanapo no vinagre.
- E se ela não acordar? A gente vai ter que chamar uma ambulância... E se ela morrer? – Mel falou ao observar a irmã aproximar o papel molhado com vinagre do nariz da menina, que nem se mexia.
- Aff, nem fala uma coisa dessas! A mãe dela mata a gente e o pai dela leva nossos corpos para o Canadá! – Ray falou e todos riram. [n/a: vê se isso é jeito de tratar uma desmaiada u.ú tsc tsc tsc!]
- Quer dizer que vocês não estão preocupadas comigo e sim com meus pais é?! Ai... – Lua acordou falando, para o alívio geral, mas teve dor e precisou pôr a mão na testa ao tentar mexer a cabeça.
Arthur estava no seu ‘momento excluído’, ele ficou alguns passos atrás dos outros que rodeavam o sofá, mas não tinha se dado conta disso, ele apenas estava sem saber o que fazer! Não sabia qual deveria ser sua reação quando ela o visse, não sabia se ela iria reconhecê-lo, não sabia que cara fazer pra ela, não sabia de nada!
- E o menino que caiu comigo? – Lua se lembrou de repente num susto e se pôs sentada – Ele tá bem? Ele morreu?
- Morrer?! Ah, esse vazo ruim não quebra fácil não! Esse merda só cortou o lábio! – Micael se virou pra Arthur e deu tapinhas no ombro dele ao dizer a última frase. Lua também o reconheceu logo. Os dois ficaram um tempinho se olhando com suas melhores expressões de ‘nada-com-coisa-nenhuma’, até que Arthur começou a esboçar um sorriso tímido e ela também. Logo os sorrisos tímidos de canto de boca viraram risinhos e depois gargalhadas. Todo mundo pasmava assistindo esse aparente surto psicótico.
- Cada vez mais eu tenho certeza de que essa casa é um hospício! – Chay falou se afastando um pouco e desistindo de entender a situação.
- Eles bateram a cabeça, dude! Amanhã voltam ao normal... – Micael abanou o ar à sua frente e foi sentar numa poltrona.
Lua e Arthur já secavam lágrimas nos cantos dos olhos de tanto que deram risada.
- Então VOCÊ é a prima do Micael que eu achava que era imaginária!
- Sim, ela é minha prima desde que nasceu! Dá pra explicar qual é a graça agora ou vocês querem rir mais um pouquinho?
- Calma Micael, é que eu e o Arthur já nos conhecemos. – Lua explicou, já mais tranquila.
- Ahn... – Pedro falou num tom de voz de quem está boiando – E isso é engraçado?!
- Na verdade... Não. – Arthur falou pensativo.
- Nem um pouco. – Lua completou e eles voltaram a rir, só que dessa vez era pra provocar os amigos mesmo.
- Desisto! Cansei de entender esses esquisitos! – Micael falou e em seguida pegou o controle da TV.
- Um incêndio numa fábrica de fogos de artifício atingiu a rede elétrica, o que causou um apagão em alguns lugares. Nesse momento a energia já foi estabilizada em alguns pontos da cidade. Voltamos a qualquer instante com mais informações. - o cara do jornal falava enquanto mostravam o local que pegava fogo.
 - Pelo menos a gente já sabe o porquê disso tudo! – Ray falava surpresa enquanto mantinha os olhos na TV.
Depois daquele primeiro momento, tanto Arthur quanto Lua ficaram um pouco sem graça. ‘OMG ele ta tão homem agora, não é mais aquele garoto que ficava sentado na escada da escola matando aula comigo... Droga! Tanta gente no mundo e meu primo tinha que ser amigo justo do Arthur! O que eu fiz pra merecer isso, hun? E por que eu estou tão incomodada a final de contas? Ele também já foi meu amigo... Veja pelo lado bom, pelo menos ele não deve se lembrar da última vez que a gente se viu!’ Lua pensava olhando pros lados, pra TV, para os outros, menos pra Arthur! ‘Então só pode ter sido ela quem estava correndo hoje de manhã! E não é que ela está linda?! Quer dizer... Não que ela fosse feia antes, mas é que ela agora está mais mulher só que continua com aquele olhar de criança traquina que eu sempre adorei... Agora me diz! Ela não podia ter engorado uns 30kg e ter raspado o cabelo? Ela linda desse jeito é tortura! Definitivamente!’ Arthur pensava enquanto a observava. De repente ela finalmente olhou pra ele, o que o fez fingir imediatamente que olhava pra outro lado.
- Arthur – ela chamou e o menino à sua frente voltou a encará-la – Desculpa ter feito você cair, afinal fui eu que me desequilibrei e te arrastei junto...
- Hey, a culpa não foi sua! E depois, nem aconteceu nada comigo! – ele sorriu e ia se aproximando dela, quando todos se assustaram com um barulho que vinha da rua.
- Salve-se quem puder! Quem for do McFly primeiro! – Chay falou se jogando no tapete e tampando os ouvidos, fazendo todo mundo rir.
- Mas falando sério... Que porra foi aquela? – Ray falou chegando perto da janela depois de parar de rir com a brincadeira do Chay.
- Parecia um monte de coisas caindo no chão, junto com alguns vidros... – Micael se aproximou de Ray na janela, falando também confuso.
- Parece que não foi na rua, não tem nada jogado aí. – Pedro concluiu depois de observar um pouco.
- Veio dessa casa aí na frente. – Mel afirmou com certeza na voz.
- Como sabe? – Chay perguntou pra ela se aproximando e cruzando os braços.
- Eu tava aqui, perto da janela e tava olhando pra fora quando a gente ouviu o barulho e deu pra ter quase certeza que veio daquela direção. – ela apontou pra casa da frente e os quatro meninos olharam pra ela com uma cara meio espantada.
- O que foi? – estranhou os olhares.
- Erm... Mel... É que essa casa ta vazia. – Micael levantou uma sobrancelha.
- O quê? – Ray entrou na conversa.
- É, não tem absolutamente ninguém morando aí há quatro meses. – Pedro afirmou e Ray deixou seu queixo cair.
- Ma-mas... – Ray gaguejava de nervoso – E o Dean?
- Ele... foi assassinado. – Micael contou o fato e as três meninas, que não sabiam do ocorrido se assustaram, mas a reação de Ray foi a mais exaregada, com direito a mão sobre o peito e olhos esbugalhados.
- Como ele foi assassinado? Por quem? Prenderam o bandido? – Ray recuperou o fôlego e disparou nas perguntas.
- Bom... A principal suspeita era a mulher dele, porque eles discutiam muito, aí ela simplesmente desapareceu! – Micael explicava e Ray prestava atenção em cada palavra. Até que eles ouviram mais uma vez um barulho um pouco ‘menor’ que o anterior e todos os que olhavam confusos pra Ray e suas reações, agora voltaram seus olhares para a janela.
 - É verdade, Mel ! Parece que o barulho vem mesmo de dentro daquela casa! – Chay concordou com Mel falando pensativo, surpreso e chocado ao mesmo tempo.
- Eu não disse!
- É mas... Como pode se ela está vazia? – Arthur lançou essa pergunta no ar e todos ficaram silenciosos.
- Ainda não acredito que o gostoso do Dean morreu. – Ray pensou alto com os braços cruzados e o olhar perdido. Só que ela pensou alto demais e todos puderam compartilhar esse pensamento. Então voltaram a olhar pra ela com umas caras tipo ‘hã?!’
- O quê? Ah, qual é... – ela ria sem graça – Vai dizer que ele não era bonitinho?!
- Não sei, naqueles dias que a gente passou aqui, não o vi nenhuma vez.
- Ah Mel! Em que mundo você tava, hein? Em todos os dias da semana era ele quem pegava o jornal na frente da casa!
- Eu também não o conheci. Na última vez que vim pra cá eles não moravam aqui ainda, mas essa casa já tava aí! E ninguém morava nela, que nem agora.
- Eles se mudaram pra cá tem um ano eu acho... – Arthur olhou pra cima, meio que tentando lembrar.
- Bom, azar o de vocês se não o viram! Ele era realmente LINDO! Quem eu nunca vi foi a vaca da mulher dele... Ah, mas se eu pego ela... Por que ela fez isso hein?
- Dizem que é porque ele era muito galinha e ela se irritava sempre com isso... – Pedro respondeu e levantou os ombros. Ele ficou chateado vendo a menina que ele gostava falando tanto de outro cara, como se fosse apaixonada por ele.
- Cara, ainda bem que eu e Delilah terminamos hoje! Acho que eu ia ter o mesmo futuro com ela! – Arthur comentou fazendo todos rirem. Lua ficou pensativa, acima de tudo, sentiu uma pontinha de felicidade ao saber que ele terminou.
- AAAAAHHH! – Micael grita assustado e se afasta da janela dando passos pra trás e indo parar no sofá onde Lua ainda estava sentada.
- Que foi Micael?? – ela perguntou ao primo colocando uma mão sobre o ombro dele.
- Ali na janela daquele quarto! – Micael esticava o braço apontando um dos quartos da casa em frente – Uma luz muito forte piscou lá dentro, bem rápido, eu vi! Foi como um relâmpago! Mas não era! Porque foi só lá dentro! – ele afirmava assustado e confuso ao mesmo tempo – Ninguém mais viu?
Todos balançaram a cabeça negando.
- Uhhhh, o Micael ta vendo coisas! Micael ta com medo! Se cagando! – Chay brincava de fazer caras e bocas colocando a lanterna embaixo do queixo na frente do amigo.
- Me dá isso aqui! – Micael tomou a lanterna da mão dele e foi andando em direção à porta.
- Hey! Aonde você vai?! – Lua perguntou se levantando e foram todos atrás dele.
Micael abriu a porta e foi caminhando decidido com o olhar fixo na casa do outro lado da rua, até que parou e ficou na calçada mirando a luz da lanterna pra dentro da casa, ou melhor, pra dentro daquele quarto no segundo andar da casa onde ele viu uma luz piscar. O resto de seus amigos se amontoaram na porta pra assistir e nenhum deles quis passar dali!
- Micael, volta logo seu maluco! E se piscou mesmo uma luz aí dentro o que você tem com isso, han? – Lu pedia que o primo voltasse, mas ele nem ao menos se virava pra trás.
 - Cara, pára com isso! Não tem nada aí, ok? – agora foi a vez de Pedro tentar.
- Mas quem explica aquela luz então? Eu juro que eu vi, ta! – Micael falava alto de onde estava, na calçada, levantando os braços e virado para os amigos.
- OMG! – Mel esbugalhou os olhos e pôs a mão na boca. Ela acabara de ver as cortinas da sala se mexendo como se alguém estivesse sacudindo.
- Que foi! O que aconteceu?! – Micael virou de lado e perguntou rápido enquanto movimentava a cabeça de um lado pro outro afobado, olhando a casa e seus amigos.
- Aquelas cortinas... Parecia que alguém estava mexendo nelas! Vocês viram? – Mel perguntou na esperança de não ter percebido aquilo sozinha, mas todos negaram ter visto qualquer cortina se balançar.
- Ow, droga! Vocês me fizeram virar de costas pra lá bem nessa hora! – Micael deu um soquinho no ar e riu.
- Pode ter sido o vento, Mel! Não se assuste, não vai na onda do Micael! – Chay disse passando um braço pelo ombro de Mel, depois aproximou o rosto do ouvido dela e continuou a falar – Ele é do mal, só quer assustar a gente... – e então deu um beijo que fez barulho em sua bochecha. Preciso dizer o quanto a menina se arrepiou e esqueceu de tudo? Não, creio que não preciso!
- Pra mim já chega! Essa noite já foi muito cheia de sustos! Eu agora quero dormir... Se você prefere ficar aqui fora congelando, Micael, por mim não tem problema!
- Calma Lu! Não precisa ficar bravinha na frente dos meus amigos, eu já to indo! – Micael se dirigia de volta pra casa enquanto ria da cara que Lua fazia. Todo mundo foi entrando e ele passou um braço pelo ombro de Lu, que passou seu braço pela cintura dele. Os dois entraram juntos e logo atrás estavam Ray, Pedro e Arthur.
- A Mel acha esses dois suspeitos... To começando a pensar que ela tem razão! – Ray comentou com os dois meninos. Pedro soltou um sorrisinho com um olhar safado, Arthur deu de ombros e não gostou muito desse comentário.

Os sete ficaram conversando e zoando mais um pouco na sala de Micael. Meia hora depois, mais ou menos, Mel, Ray e Lu se despediram dos meninos e foram dormir. Chay, Pedro e Arthur também não demoraram muito depois disso e logo foram para suas casas.

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